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Aprender, crescer e inspirar

Fonte: Revista Mercado em Foco –  ACIL – Por Fernanda Bressan

Uma das formas mais gratificantes de medir o valor de nossa existência é perceber o quanto de nós está nos outros e o quanto ajudamos a mudar e a melhorar a vida na cidade onde estamos.

Nestes 80 anos, a ACIL deixou muito de si para Londrina e para quem nela vive. A importância do trabalho realizado por muitas mãos é um dos grandes legados da entidade, que sempre esteve ao lado do desenvolvimento, da segurança, da comunidade e do progresso da cidade.

Nelson Dequêch é uma das pessoas que sempre esteve ligada à ACIL, mesmo não atuando diretamente nela. Nascido aqui quando a cidade dava seus primeiros passos rumo ao desenvolvimento, ele acompanhou o trabalho de pai, David Dequêch, primeiro presidente da ACIL, e, depois, de seu irmão Nilo e seu sobrinho Davi, também ex-presidentes da entidade.

“Gostava muito de passar pelos corredores e mexer no mimeógrafo quando criança. Você sabe o que é isso?”, pergunta ele durante a entrevista. A máquina de fazer cópias em papel fascinava Nelson ainda pequeno, que ia à sede da entidade acompanhar o pai. “Nesta época, para mim, a ACIL era uma turma que se reunia, só depois fui entendendo o que era a entidade”, conta.

A “turma” reunida mostrou a Nelson a importância do trabalho em prol de Londrina. “Tudo o que era novidade na cidade tinha a participação da ACIL, a criação do Grêmio, a construção da Santa Casa, do Rotary Clube, a ACIL sempre participou de tudo, ela extrapolava as funções de uma associação de classe. Não podemos desligar a ACIL de nenhuma instituição que precisou de ajuda em Londrina, ela nunca se furtou de ajudar a cidade”, recorda Nelson Dequech.

Ele faz questão de frisar que no início da entidade todos os comerciantes que aqui estavam foram unânimes para a criação da ACL, primeiro nome da ACIL. “Esse é um dos grandes legados da entidade que muita gente ainda não entende, nada que é perene se constrói com apenas uma pessoa, toda a comunidade tem que participar. A ACIL sempre praticou a lição do trabalho em comunidade, de pensar na coletividade do ser humano”, enfatiza.

Talvez esta sementinha tenha sido uma das molas propulsoras que fizeram Nelson Dequêch assumir a presidência do Hospital do Câncer quando a instituição estava em situação caótica. Foram mais de 10 anos trabalhando voluntariamente em prol da comunidade. “Sempre tive a percepção de que nenhuma comunidade vai pra frente se pensa só em si, mas quando fui para o hospital eu já era um idoso com mais de 60 anos”, brinca, como se pudesse minimizar a importância do trabalho que fez para erguer e multiplicar o número de pacientes atendidos. Aliás, Nelson Dequêch diz que neste período “teve a melhor remuneração” de um trabalho, mesmo atuando de forma voluntária.

Com a ACIL e com seu pai, Nelson Dequêch aprendeu que o trabalho unido frutifica. “Somos o que passam para a gente e meu pai sempre passou valores muito importantes, precisamos sonhar com a mente e o espírito no infinito e os pés no chão”, declara.

Quem também aprendeu muito com a família sobre o trabalho comunitário foi o empresário Ângelo Pamplona. “Venho de uma família que sempre fez trabalho voluntário, minha avó ajudou a fundar o Hospital do Câncer e era do movimento filantrópico de Londrina. Quando me associei à ACIL, essa vontade já estava em mim”, recorda.

Ao longo dos anos, a relevância do associativismo foi ficando ainda mais forte para ele. “O que mais me motiva na ACIL é perceber que você não faz nada sozinho, perceber que a união de pessoas para fazer projetos faz toda a diferença”, destaca. Ele faz parte do Projeto Nova Sergipe e cita a revitalização da via como um exemplo concreto do trabalho realizado em muitas mãos. “Sozinho eu jamais poderia fazer isso”, reforça.

Atualmente, Ângelo também integra a diretoria da entidade. “Recebi o convite e aprendo muito com a ACIL. Estar com outras pessoas compartilhando conhecimento e experiências traz novos aprendizados, as coisas são muito dinâmicas na ACIL e o grupo sempre agrega. O Ângelo, como pessoa, ganhou muito com o associativismo”, diz. Para ele, poder trabalhar em benefício da comunidade é uma das grandes satisfações do trabalho. “Quando trabalhamos pela cidade, todo mundo ganha”, reforça.

Vida dedicada à ACIL

Wilson Batini passou 34 anos na ACIL. Foi diretor e superintendente, acompanhou a trajetória de 17 diretorias até se aposentar, em 2014. “Cresci muito com a entidade, nela a gente se envolve com as mais diversas questões da cidade, aprendemos a separar o joio do trigo. O dia a dia é um aprendizado espetacular porque você vê as dificuldades e passa a buscar as soluções, tem que estar sempre atualizado”, descreve.

Situações como luta pela segurança, horário do comércio, demandas dos mais diversos setores pautaram a entidade em muitos momentos. “E a ACIL tem que ter força para buscar soluções nos poderes constituídos, precisamos sempre de lideranças empresariais independentes que conhecem as necessidades e vão em busca das soluções”, acrescenta.

Ele lembra que em muitos momentos a entidade é buscada mesmo sem ter uma ligação direta com o que acontece. “A demanda por soluções é muito grande na ACIL, na época dos fiscais do Sarney que apreendiam as mercadorias, os comerciantes viam até nós buscar auxilio, no confisco da poupança do Collor foi a mesma coisa”, conta. “A entidade acaba se envolvendo com tudo o que acontece na cidade, a ACIL tem um papel de direcionar as pessoas que a procuram e orientar. Por isso precisamos estar sempre atualizados para passar a informação correta e até soluções quando temos poder para isso. Aprendi muito com esse dinamismo, trouxe muito desenvolvimento para mim”, afirma.

Além disso, Batini diz que até hoje o “sobrenome” ACIL faz diferença. “É uma entidade muito respeitada e com credibilidade e a gente adquire esse respeito também.”

Juntos, construímos!

O Colégio Mãe de Deus é outro forte exemplo da lição de casa de que é da união de forças que nascem grandes projetos. Do primeiro prédio construído na década de 30 ao moderno teatro que hoje tem na cidade, a construção teve o apoio direto da ACIL. “Tivemos uma assessoria na escola antes da construção do teatro e ela pontuou a importância de envolver toda a cidade no projeto, foi aí que buscamos a ACIL e criamos o comitê. O teatro não sairia sem essa união de forças, não teríamos condições de construir e nem a cidade talvez também não tivesse condições de construir sozinha, ele nasceu do trabalho de formiguinha do comitê”, recorda Irmã Rosa Maria Ruthes, Gestora Administrativa do Colégio Mãe de Deus e também coordenadora da construção do teatro.

Em anos anteriores ela já atuou na Santa Casa de Londrina, ficou um período fora da cidade e há cinco anos está à frente do colégio. Para ela, a cidade tem muito da força que vem do associativismo. “Londrina teve um crescimento pujante e rápido, é uma cidade nova ainda, e essa rapidez com que cresceu tem participação da ACIL”, pontua. Da capital do café à cidade com força na prestação de serviços, Londrina soube se reinventar para superar as adversidades. “Londrina é protagonista de muita coisa, inclusive com ressonância pelo país e pelo mundo, isso se deve às pessoas daqui”, acrescenta Ir. Rosa Maria.

Ela lembra que a primeira vez que ouviu o então presidente da ACIL Nivaldo Benvenho falar que ela deveria participar das reuniões da entidade quando da construção do teatro, pensou: “Nossa, somos filantrópicos, lá é uma associação comercial”. Mas em sua própria história, Ir. Rosa Maria sempre trabalhou e acreditou no poder do estar junto, lição de vida que carrega e tenta multiplicar. “É possível unir diferentes esferas, público e privado, filantrópico. Sou uma lutadora para que as parcerias aconteçam, todos ganham com isso. O teatro é um exemplo concreto”, destaca.

Sementes de hoje

A fotógrafa Camen Kley se aproximou da ACIL há cerca de um ano para participar do Núcleo de Fotografia e se surpreendeu com o que encontrou. “Sempre achei que a ACIL fosse uma coisa muita distante de mim, que sou MEI, sou pequena. Pensava que era para os grandes e vi que não”, descreve. Atuando há 20 anos como fotógrafa, ela percebeu o quanto poderia ganhar com a troca de experiências com pessoas do mesmo segmento, que é o objetivo dos núcleos da ACIL. “Tem muita troca. Eu venho do jornalismo e não tenho essa visão de negócio, para mim, isso era uma coisa dura, árida, mas vi que não é”, completa.

Pensar no seu próprio negócio e o que imagina para ele foi um dos primeiros aprendizados de Carmen na ACIL. “Sempre imaginei um trabalho para me manter, mas nada que fosse grande, quero trabalhar o necessário para me sustentar sem que isso seja um fardo, trabalhar com prazer. Tinha isso em mente, mas nunca tinha conseguido formular dessa forma. O Núcleo me auxiliou a traçar um caminho de maneira clara. E o mais interessante é que lá cada um tem seu perfil, tem também quem quer fazer muita coisa, trabalhar muito, e todos são respeitados”, acrescenta.

As primeiras lembranças que Carmen tem da ACIL são dos Natais na época em que Francisco Negri foi presidente, com casas e comércio enfeitados. Ela chegou a ser jurada em um concurso do Natal, e hoje é parte da entidade que antes só via à distância. “Todos deveriam conhecer e se aproximar da ACIL, a gente cresce com o associativismo, juntos somos realmente mais fortes”, frisa. Somado a isso, Carmen destaca que a entidade ajuda a trazer um novo olhar sobre a cidade e como toda essa engrenagem funciona.

Fazer parte de um grupo que trabalha com a união de forças faz brotar sementes de diferentes espécies, cada qual a seu tempo, sempre buscando a perenidade de todas.


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