Armas de brinquedos são destruídas no Calçadão

Iniciativa tem como objetivo promover a cultura de paz entre crianças e adultos, conforme a lei municipal que proíbe a venda desses produtos

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Fonte: Folha de Londrina

Dezenas de crianças e adultos participaram na manhã de ontem, no Calçadão, da destruição de armas de brinquedos, simulacros (imitação de armas) e brinquedos bélicos em uma ação coordenada entre o Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e o Conselho Municipal de Cultura de Paz (Compaz). Uma prensa cedida pela Cooperativa de Reciclagem Coopermudança foi utilizada para destruir os objetos no local. Brinquedos plásticos foram distribuídos para as crianças e quem entregasse uma arma de brinquedo tinha o direito a dois brinquedos. “A nossa intenção é realmente incentivar uma cultura de paz. A violência está muito banalizada e os pais precisam estar conscientes de que as armas de brinquedo são símbolos da violência”, destaca Nanci Skau Kemmer de Moraes, presidente do CMDCA. 

Em vigor desde 2003, a Lei 9.188 proíbe a venda de armas de brinquedo em Londrina e já serviu de referência para a implantação de leis semelhantes – em âmbito estadual – no Distrito Federal e em São Paulo. “Essa lei tem um cunho reflexivo e educativo e hoje já temos 50 lojas em Londrina que aderiram essa ideia. O nosso objetivo agora é que sejam aprovados os projetos de lei estadual e federal, em tramitação, que proíbem a venda de armas de brinquedos”, afirma o secretário Luis Claudio Galhardi, do Compaz. Galhardi também é fundador da Organização Não Governamental Londrina Pazeando, que há quatro anos iniciou na cidade um trabalho consistente de conscientização sobre o tema. Nesse período, aproximadamente 1,5 mil armas de brinquedos foram recolhidas em diversas ações conscientizadoras. 

A juíza Claudia Catafesta, da 2ª Vara da Infância e Juventude de Londrina, fez questão de participar do evento, acompanhada do filho Enzo, de 3 anos. “Acredito que a cultura de paz começa em casa e aproveitamos esse evento para destruir publicamente os simulacros que foram apreendidos com os adolescentes em atos de infração”, diz. Ao todo, foram destruídos 39 simulacros, sendo 32 da 2ª Vara da Infância e da Juventude e sete da 2ª Vara Criminal de Londrina. Em São Paulo, o Instituto Sou da Paz fez uma pesquisa que contatou que 44% dos crimes cometidos em 2012 utilizaram armas de brinquedo. 

A estudante Elza Rodrigues, em companhia do filho Vitor Gabriel, de 5, aprovou a iniciativa e aproveitou para pegar um brinquedo para o filho: “Não compro e não deixo darem armas de brinquedo para o meu filho. No começo a arma é colorida, bonitinha, mas depois a criança pode passar a querer uma que pareça com a verdadeira e acho isso perigoso, ainda mais quando ficam mais velhos e os amigos não tem boa índole”, pontua. 

O aluno Davi Viscardi, de 11, estava participando da manifestação e conta que chegou a ter uma arma que atirava dardos quando era menor. “Eu não tinha ideia do perigo, mas, hoje, quando vejo uma criança brincando com armas de brinquedo, sempre digo que ‘arma não é brinquedo’ e peço para jogar fora”, relata. 

FISCALIZAÇÃO

Na próxima quarta-feira, membros do Compaz e fiscais da Secretaria Municipal da Fazenda vão fiscalizar a venda de armas de brinquedos na região dos jardins Leonor, Bandeirantes e Santa Rita. Os lojas que estão de acordo com a lei municipal recebem um selo, que deve ser renovado a cada dois anos. No dia 27 de novembro acontecerá a 4ª Entrega de Selos aos lojistas de Londrina.

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