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Arrecadação de tributos cresce 4,33% em abril

Fonte: Jornal de Londrina Online

 

Pela primeira vez no ano, a Receita Federal de Londrina conseguiu um resultado positivo no recolhimento de tributos, enquanto o Paraná e o Brasil mantiveram desempenho negativo. Em abril, foram arrecadados R$ 336,3 milhões na região, o que representa um crescimento real (descontada a inflação) de 4,33%. O resultado fez as perdas acumuladas no ano, que até março estavam em 8,68% em relação a 2008, caírem para 4,99%.

Para a Receita, o desempenho da arrecadação em abril é sinal de recuperação da economia local. O órgão estima que o ritmo no recolhimento de impostos será mantido e o semestre fechará com bom resultado. “Para abril, tínhamos uma expectativa de resultado bom pelo que pudemos acompanhar durante o mês. Mas o fechamento do mês ficou acima de nossas expectativas”, afirmou o delegado-adjunto da Receita, David José Oliveira. “Até o final de junho, devemos zerar as perdas ou até positivar.”

Segundo Oliveira, o bom resultado em abril é reflexo da diversificação da atividade econômica da região. No Paraná, houve queda na arrecadação de -7,37% e, no Brasil, de -8,20%. No quadrimestre, enquanto a região de Londrina conseguiu reduzir as perdas para -4,99%, no Paraná, elas ficaram em -7,30% e no Brasil, em -6,85%. “Não temos aqui grandes empresas dos setores mais afetados pela crise mundial, como indústrias. É uma região de empresas médias e de grande diversidade de atuação”, analisou o delegado.

E citou o setor de telecomunicações como alavanca. “Londrina é sede de uma das maiores empresas de comunicação [Vivo], que não teve perda na crise. Toda arrecadação dela é feita aqui.” Oliveira ainda ressaltou o bom desempenho de empresas nos ramos de vestuário, móveis e artefato.

Segundo ele, um indicador de que a melhora na arrecadação é reflexo da recuperação das empresas pode ser medido pelo recolhimento de alguns tributos. Em abril, foi registrado o maior valor na arrecadação da Contribuição sobre Lucro Líquido (CSLL), no imposto sobre renda, e na contribuição previdenciária. “Essa é um termômetro da contratação de mão de obra pelas empresas”, observou Oliveira.

O delegado ainda aponta que o bom momento na região também está sustentado pelo forte investimento na construção civil nos últimos anos. “Um lançamento [do setor imobiliário] leva dois anos para ser concluído. Há um movimento agora resultado de um investimento feito no passado”, disse. “O que não podemos é perde esse fluxo de investimento, para ter desaceleração no futuro.”

 

Para consultor, ainda é cedo para comemorar

Para o consultor de empresas e professor universitário Charles Vezozzo, ainda é cedo para dizer que a região ensaia uma recuperação da crise. “Não podemos afirmar que está diferente do contexto nacional. Há empresas vendendo menos”, afirmou. Para ele, é fundamental que as empresas fiquem mais atentas à gestão empresarial para não serem prejudicadas. “Não podemos dizer que há recuperação, pois o mercado ainda está muito instável. Uma hora a bolsa sobe, outra baixa. O dólar também, não há uma tendência”, disse. “Empresas de alguns setores não sentiram a crise, mas a maioria sentiu. Pode ser pela sazonalidade ou pela conjuntura [de crise]. O poder aquisitivo das pessoas subiu, mas os custos também.”

 

“A crise não é de todo ruim”, diz Vezozzo

Charles Vezozzo ressalta que empresas que focaram na gestão empresarial estão conseguindo passar melhor pelo momento de dificuldade financeira. “A crise não é de tudo ruim, pois nos obriga a trabalhar melhor. Há empresas que estão vendendo menos, mas estão tendo resultado melhor”, disse. “É preciso um melhor gerenciamento dos custos e da margem de contribuição. Aprofundar em indicadores que apontem como está o produto que vende, como a empresa está no cenário atual. Estudar um mix de produtos para o mercado também é outra alternativa”, orientou o consultor. “Não basta só olhar para os custos, é preciso ser criativo também.”


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