Por Paulo
Briguet/Equipe ACIL
O Programa
Compra Londrina divulgou hoje uma pesquisa sobre o potencial de compras
públicas na cidade. Ao todo, 29 órgãos e entidades que realizam licitações
responderam ao levantamento. Segundo os dados da pesquisa, as instituições do
setor público preveem um gasto de R$ 200,6 milhões com produtos e serviços em
2015. “Isso dá uma ideia do tamanho desse mercado para os empresários locais”,
diz o superintendente da ACIL, Diego Rigon Menão. A ACIL é umas das entidades
mantenedoras do programa, juntamente com Sebrae, Prefeitura de Londrina e
Observatório de Gestão Pública. Cerca de 50 compradores, fornecedores e
representantes de entidades acompanharam a divulgação da pesquisa, em evento no
Auditório João Alfredo de Menezes, na ACIL.
O consultor do Sebrae Sergio Ozorio, um dos responsáveis pelo programa, lembra
que a projeção de R$ 200 milhões se refere
apenas a 22 áreas (famílias de produtos e serviços) em 29 órgãos dos 60 existentes
na cidade de Londrina. Na avaliação dele, tomando-se como base os números da
pesquisa, a movimentação total de compras públicas no município deve
ultrapassar R$ 1,5 bilhão de reais por ano. “É preciso considerar que só a
Prefeitura compra R$ 400 milhões, e há muitas outras famílias de produtos. Além
disso, 31 órgãos não responderam à pesquisa”, estima Ozorio.
Criado em
2011, o Compra Londrina tem por objetivo oferecer oportunidades para o
empresário local fomentar o seu produto e aumentar a competitividade entre
empresas para a participação nas diversas modalidades de compras públicas no
município. “A participação dos empresários londrinenses em licitações estimula
o desenvolvimento local e permite que esses recursos circulem dentro da
cidade”, comenta Sergio Ozorio. Em suma: o Programa Compra Londrina existe para
que todo esse dinheiro – mais de R$ 200 milhões somente nas empresas
pesquisadas – não bata asas e voe para longe. Ainda é o que acontece na maioria
das vezes. “Se a comunidade não se mexer, esses recursos continuarão indo para
fora, quando poderiam estar fortalecendo as empresas e a economia da cidade”,
observa Ozorio. “É sempre bom lembrar: se as instituições não comprarem de
empresas locais, vão comprar de alguém.”
Através da pesquisa, é possível ao empresariado local ter uma visão nítida do
cronograma de compras dos órgãos públicos. “Assim, cada empresa pode fazer o
planejamento da sua participação em processos licitatórios”, afirma Diego
Menão. Há setores em que a cidade oferece grande qualidade e quantidade de
serviços. Por exemplo, a área de Tecnologia da Informação – especialmente o
desenvolvimento de softwares, em que Londrina tem várias certificações de
qualidade. Mas – pasme – nenhum centavo dos R$ 1.535.217,39 gastos públicos com
softwares em 2014 foi para empresas londrinenses. Casa de ferreiro, espeto de
pau? “Isso precisa mudar, afinal Londrina é hoje referência em TI para todo o
Brasil e até no exterior”, diz o empresário Gabriel Henríquez, presidente do
Arranjo Produto Local de Tecnologia da Informação (APL de TI).
Para mudar esse quadro e elevar a participação local em licitações públicas, os
empresários contam a partir de agora com dois instrumentos. Um é o Bureau de Informações, sediado na ACIL,
um escritório cuja proposta inovadora é colocar em contato os fornecedores e os
compradores do poder público. O outro é o Site
Compra Londrina, que estará em funcionamento a partir do dia 20 de abril,
concentrando informações sobre o setor (inclusive com os dados da pesquisa
divulgada hoje). Além disso, estão programadas duas rodadas de negócios (em
junho e setembro) e cursos de capacitação voltados a compradores e
fornecedores. Tudo para fomentar o desenvolvimento de Londrina e evitar que os
recursos públicos – R$ 200 milhões – batam asas… e voem para longe.