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Conectados com o bem-estar

Fonte: Revista Mercado em Foco – ACIL – Por Danilo Marconi

Já imaginou olhar para o display do celular para conferir a distância e o tempo que o ônibus está do ponto? E que tal viver numa cidade com um sofisticado centro de controle de segurança, integrando câmeras dos setores público e privado, com monitoramento 24 horas por dia? Num futuro não muito distante, os londrinenses passarão a contar com essas ferramentas, reflexo do novo desenvolvimento tecnológico que une os mundos físico e virtual tornando possível a criação das ‘smart cities’, em tradução literal, cidades inteligentes.

José Oliveira, CEO da consultora portuguesa BI4ALL, define as cidades do amanhã como “mais eficientes, automatizadas, sustentáveis e agradáveis para se viver”.

O tema pode parecer desconhecido para milhões de brasileiros, mas, atualmente, é linha de pesquisa nos diferentes níveis de governos. Na esfera privada, soluções inteligentes movem bilhões de dólares em negócios nesta fase interpretada como a Quarta Revolução Industrial. Para se ter uma ideia, pesquisa da conceituada consultora norte-americana Gartner Group descreve que 380 milhões de coisas estarão conectadas a infraestrutura das cidades até o final deste ano. Até 2020, serão 1,3 bilhão de ferramentas disponíveis para tornar a vida dos cidadãos mais prática nos grandes centros.

Semáforos sincronizados por uma central de monitoramento, descongestionamento de ruas e avenidas, plantio de árvores, integração do sistema de vigilância, mapeamento de áreas para o controle de endemias, transporte coletivo com plataformas digitais, georreferenciamento escolar e medição de poluentes são apenas alguns exemplos de serviços públicos que podem ser implantados em Londrina. Sem falar numa outra infinidade de ferramentas que já estão em desenvolvimento nas empresas de Tecnologia de Informação.

Aliás, o rico ambiente tecnológico existente na cidade é o principal indicativo que Londrina está próxima de se tornar uma cidade inteligente. Temos faculdades, centenas de empresas de tecnologia, Sebrae, o Instituto Senai de Tecnologia, que é o único do país, o Arranjo Produtivo Local (APL) de Tecnologia de Informação e o Sindicato das Empresas de Tecnologia de Informação (Sinfor).

“Não é uma questão de modismo, mas de aproveitar a força que gera esse movimento para criar em nossa cidade uma série de serviços e infraestrutura que vai contribuir para melhorar ainda mais a qualidade de vida e promover o desenvolvimento econômico. Nós dispomos de muitos pré-requisitos para tornar a cidade inteligente. E estamos caminhando para transformar a cidade num grande e importante centro de tecnologia da informação”, disse o presidente do Fórum Desenvolve Londrina, Ary Sudan.

O Fórum Desenvolve Londrina optou por trabalhar a temática neste ano. Especialistas sobre o assunto de todo o mundo estão sendo ouvidos pelos membros do Fórum. Ao final do ciclo de palestras um relatório será apresentado a comunidade. O material pode auxiliar o governo na construção da ‘’Londrina Inteligente’’. “Com certeza, o tema acaba entrando na pauta de discussão do londrinense e isso é importante para que o projeto saia da teoria e aconteça de fato”, observa Ary Sudan. 

Paralelamente, o Sebrae também realiza um estudo sobre o cenário londrinense de tecnologia de informação para implementação de projetos inteligentes. “O que precisa agora é ter um planejamento estratégico do ecossistema de inovação para dar um caminho mais claro”, salienta o consultor do Sebrae Londrina, Fabrício Bianchi. O estudo deve ficar pronto até o final deste ano.

E é justamente nesta revolução industrial que a ACIL cria a Diretoria de Tecnologia e Inovação. “A função clara é de articulação. A ACIL tem que ser o hub, funcionar como elo e base de discussão para juntar várias iniciativas num só lugar”, comenta o responsável pela diretoria, o empresário Marco Kumura.

Ativos importantes

Atualmente, o setor de TI emprega mais de duas mil pessoas em Londrina. Além dessa massa pensante, outro importante ativo da cidade – e que diferencia Londrina das outras cidades brasileiras – é a Sercomtel.

A empresa de economia mista iniciou um trabalho para tornar a cidade mais inteligente há alguns anos com a distribuição de fibra óptica. “A gente começou a perceber essa tendência de ter internet das coisas, que é basicamente umas das principais tecnologias para implantação da smart city, e você não consegue fazer nada se não tiver uma infraestrutura mínima. Começamos a implantar a transmissão de alta qualidade, um espectro dedicado para aplicações de internet das coisas e, a partir disso, outras começaram a ser implantadas na cidade. Depois, as gestões posteriores deram continuidade com outros tipos de projetos”, lembra Fernando Kireeff, ex-presidente da Sercomtel.

Pode não parecer aos olhos da comunidade em geral, mas a jovem Sercomtel Iluminação começa a adotar serviços inteligentes. Tornar um sistema de iluminação eficiente e utilizar lâmpadas mais econômica nos postes têm, sim, aspectos das smart cities.

Os modais da empresa foram apresentados recentemente no Smart City Business, maior evento de tecnologia para cidades da América Latina, ocorrido dias atrás em Curitiba. “O importante é não perder o foco de que uma cidade digital deve oferecer melhor qualidade de vida de maneira ampla, mesmo que tenhamos que começar aos poucos, uma área de cada vez”, ressalta o presidente da Sercomtel, Luiz Carlos Adati.

Em breve, londrinenses verão outro projeto com conceito inteligente nas ruas da cidade. Um esboço dele foi apresentado no Smart City Business, ainda não foi batizado com nenhum nome, mas deve integrar em um bairro a telegestão da iluminação pública e a vigilância por câmeras nas ruas.

O local escolhido pelas autoridades para abrigar esse projeto-piloto é o Jardim Petrópolis, onde estão instalados três grandes hospitais e clínicas médicas, por conta da grande circulação de pessoas. O monitoramento será feito por policiais militares, mas o sistema seria comandado pela Sercomtel.


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