Confiança dos empresários do comércio fecha em queda

Índice medido pela CNC encerrou 2014 com redução de 13,4% na comparação com dezembro de 2013

Apiki

Compartilhe com o universo

Compartilhar Confiança dos empresários do comércio fecha em queda no Linkedin Compartilhar Confiança dos empresários do comércio fecha em queda no Twitter Compartilhar Confiança dos empresários do comércio fecha em queda no Facebook

Fonte: Folha de Londrina com Agência Estado


A estagnação da economia levou a uma piora considerável no humor do comércio no ano passado. O Índice de Confiança dos Empresários do Comércio (Icec), medido pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), fechou 2014 com queda de 13,4% na comparação com dezembro de 2013, maior recuo anual do indicador em toda a série histórica da pesquisa, iniciada em março de 2011, anunciou ontem a entidade. Em dezembro ante novembro, o Icec registrou baixa de 2,5%, a quarta seguida e a maior desde fevereiro de 2014. 

Na opinião de três em cada quatro entrevistados, a economia atualmente está pior do que há um ano. O subíndice que mede as condições atuais teve seu pior nível (76,6 pontos) desde o início da pesquisa. No comparativo mensal, o recuo foi de 6,7%. 

A queda reage ao mau desempenho da atividade econômica, e o quadro pode piorar ainda mais caso não haja uma recuperação das vendas neste ano. “Pode ser que o fundo do poço não tenha chegado”, disse Fabio Bentes, economista da CNC, lembrando que a previsão é de um primeiro semestre difícil para o varejo. 

Na composição do Icec de dezembro, as condições atuais (com queda anual de 22,6%) pesaram mais do que as expectativas com o futuro (recuo de 9,9%). “A confiança é contaminada pela percepção de uma perda de fôlego no varejo”, disse o economista. 

Bentes lembrou que o recuo no indicador já era esperado, mas que as projeções eram mais otimistas no início de 2014. Ao longo do ano passado, as perspectivas para a atividade econômica como um todo e, para o desempenho do comércio em particular, foram sendo revistas para baixo. 

Agora, a expectativa é que o varejo registre em 2014 o pior desempenho desde 2003, como já apontam os primeiros dados sobre as vendas no Natal. A CNC ainda projeta crescimento de 3,1% nas vendas do varejo no ano passado, mas com viés de baixa. Para 2015, a previsão é de 3,6%, mas um desempenho inferior a 2014 não pode ser descartado, na avaliação do economista. 

Arrefecimento do mercado de trabalho, inflação elevada e juros em alta para combatê-la estão por trás do mau desempenho do varejo, segundo Bentes. O economista da CNC chama atenção para a elevação nas taxas de juros ao consumidor no crédito livre, medidas pelo Banco Central (BC): saltaram de 38,5% ao ano, em novembro de 2013, para 44,2%, em novembro último. 

A persistência do comprometimento da renda dos consumidores com o pagamento de dívidas, que tira fôlego do consumo, segue como risco para o desempenho do varejo neste ano. Outro grande risco é a taxa de câmbio. A alta do dólar pode encarecer a renovação dos estoques, sobretudo de bens duráveis, enquanto a baixa disposição dos consumidores para gastar pode dificultar o reajuste dos preços finais. O resultado seria um achatamento das margens de lucro.

Leia também