Meses após a criação desta associação comercial, o País mergulhou em um regime autoritário. Entre outras consequências da implantação da chamada Terceira República, por Getúlio Vargas, as câmaras municipais foram fechadas. As trevas dominaram o debate político nas instâncias tradicionais. Foi assim, por necessidade antes de ser também por convicção, que a então ACL se tornou uma central de diálogo da sociedade, das suas mazelas e dos seus projetos.
Sem Câmara, Londrina se estruturou e desenhou o futuro da sua sociedade civil graças à capacidade de articulação das nossas diretorias pioneiras. São méritos incontestáveis dos líderes daqueles tempos, inspiração para todos os seus sucessores.
Com eles, aprendemos a importância de manter as “antenas ligadas” para as causas que impactam a vida da população. Aprendemos com os pioneiros as melhores formas de interpretar e de pensar a cidade que tanto amamos. Aprendemos com eles que realizar é tão importante quanto viver.
Fomentamos a cultura quando o poder público ainda se eximia desta tarefa. Patrocinamos estudos técnicos e científicos essenciais para projetos na área pública. Realizamos debates sobre os mais variados temas, das mais variadas formas. Fomos à rua quando foi preciso, nos levantamos contra a corrupção e a violência. Politizamos a sociedade com manifestos marcantes.
Isto posto, reduzir a ACIL a uma entidade empresarial é desconhecer sua história. O mais correto é considera-la uma casa pensante e realizadora a serviço de Londrina, do ideário democrático, da defesa das liberdades individuais e da livre iniciativa.
É por isso que chamamos os nossos, os que nos representam e os são representados, a celebrar conosco estes 80 anos. A semente plantada no Clube Líder naquele 5 de junho de 1937 se converteu numa respeitável árvore. É um orgulho aplaudí-la na sua plenitude!
Até a próxima,
Claudio Tedeschi
Frase da semana:
“Um livro é a prova de que os homens são capazes de fazer magia”.
Carl Sagan (1934-1996), astrônomo norte-americano
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