Cooperativismo de crédito deve triplicar em dez anos

Participação do setor no mercado financeiro deve subir de 2,7% para, ao menos, 10%

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Fonte: Folha de Londrina

Embora tenha sido implantado no Brasil há 112 anos, o cooperativismo de crédito só começou a ganhar volume no final da década de 1990, quando o Banco Central passou a aprovar medidas que destravaram a atividade. As mais de 1.100 cooperativas do ramo respondem por menos de 3% do mercado financeiro nacional. Mas, a estimativa é que essa participação chegue a dois dígitos em 10 anos. 

A maior parte das cooperativas brasileiras está organizada em seis sistemas: Sicredi, Sicoob, Unicred, Cecred, Confesol e Uniprime, que, juntos, detêm 77% do mercado. No Paraná, o Sicredi é majoritário. E, segundo o site www.cooperativismodecredito.com.br, o Sicredi União – que engloba mais de 100 municípios nas regiões de Londrina, Maringá e Leste Paulista – é a quinta maior cooperativa do ramo no País. Dentro do sistema, é a segunda, com ativos de R$ 1,2 bilhão no final de 2013. 

“A proposta do Banco Central é que o cooperativismo de crédito chegue a 10% do mercado nacional em dez anos”, afirma o presidente do Sicredi União, Wellington Ferreira. Segundo ele, a ideia é que as cooperativas sirvam de contraponto e ajudem a equilibrar os preços dos bancos de varejo. “Temos linhas de crédito extremamente competitivas. Temos todos os produtos que os bancos oferecem”, declara. 

Ele ressalta que, embora no cenário nacional, o cooperativismo de crédito tenha só 2,7% de participação no mercado financeiro, em determinadas regiões, como em Maringá, o Sicredi detém 17%. Em Londrina, de acordo com Ferreira, são 5% de participação. “Chegaremos a 10% em cerca de três anos”, afirma. 

O presidente conta que o cooperativismo de crédito estava amarrado até há pouco tempo. “Havia regras como a que determinava a abertura de novas cooperativas somente em áreas contínuas. Não podíamos pular um município. Também não se podia abrir cooperativas nas cidades maiores”, exemplifica. Somente em 2003, o Banco Central baixou portaria permitindo a livre admissão de cooperados. Até então, só podiam se associar integrantes de determinados setores econômicos. 

Com a liberdade dada pelo BC, a atividade começou a se expandir. O Sicredi, segundo os diretores, vem crescendo 20% ao ano há 10 anos. “Estamos em franca expansão. Em agosto deste ano, chegamos ao Rio de Janeiro, que é o 11º Estado onde atuamos”, conta o presidente da Central Sicredi PR/SP/RJ, Manfred Desenbrock. A cooperativa ainda tem 16 unidades da federação para conquistar. “Temos muito campo para crescer”, declara. 

Em 2010, o holandês Rabobank comprou 30% do Banco Sicredi, o que permitiu manter o ritmo do crescimento da cooperativa. “Esta parceria alavancou a nossa capacidade de financiamento. E também abriu espaço para parcerias com outros bancos”, diz Desenbrock. 

No ano passado, o Sistema Sicredi distribuiu R$ 846 milhões em sobras e, neste ano, deve distribuir R$ 1 bilhão. Como se trata de cooperativa, teoricamente não há lucro. E o saldo positivo é dividido entre todos os cooperados. Hoje, o Sicredi tem 2,6 milhões de associados e R$ 6 bilhões de patrimônio líquido no Brasil, e administra R$ 43 bilhões em ativos. 

Pioneira
Na quinta-feira passada, o Sicredi comemorou o Dia Internacional do Cooperativismo de Crédito, cujo lema foi “Serviço local, bem global”. A Central PR/SP/RJ realizou duas atividades: lançou o projeto Mais Árvores, por meio do qual irá plantar 11 mil mudas nativas nos três estados. E levou um grupo de jornalistas para conhecer o Centro Administrativo do Sicredi, em Porto Alegre, e a primeira cooperativa de crédito do Brasil, em Nova Petrópolis. 

O repórter viajou para Porto Alegre a convite do Sicredi.

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