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Crise bate mais forte no Paraná




Fonte: Gazeta do Povo

 

Todas as montadoras de veículos e máquinas agrícolas do país foram afetadas, de uma forma ou de outra, pela crise econômica iniciada no último trimestre de 2008. Mas poucas parecem ter apanhado tanto quanto as companhias instaladas no Paraná. Nos quatro primeiros meses do ano, a produção de Renault/Nissan, Volvo, Volkswagen e Case New Holland desabou 31% em relação ao primeiro quadrimestre de 2008 – retração bem mais violenta que a sofrida pelo conjunto das montadoras brasileiras, cujo nível de atividade caiu 17% no mesmo período.

 

Com pouco mais de 103 mil carros, ônibus, caminhões, tratores e colheitadeiras fabricados de janeiro a abril, o estado continua sendo o terceiro maior polo automotivo do país. Sua participação, no entanto, encolheu: agora responde por 10,4% de todos os veículos fabricados em território brasileiro, fatia que há um ano chegava a 12,4%. Os dados são de um levantamento feito pela Gazeta do Povo a partir da base de estatísticas da Anfavea, associação que representa as montadoras brasileiras.

 

 A queda paranaense foi mais forte que a da média nacional em todas as categorias. A fabricação de máquinas agrícolas, que recuou 19% no Brasil, diminuiu 23% no Paraná. A montagem de automóveis caiu 31% no estado, contra 16% em todo o país. No caso de ônibus e caminhões, o tombo estadual chegou a 35%, frente a 32% na média brasileira.

 

Os dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – que, diferentemente da Anfavea, faz pesquisa por amostragem – não são melhores. Segundo o instituto, a produção local de veículos automotores e seus componentes caiu 37% no primeiro trimestre, ao passo que em todo o Brasil houve retração de 27%.

 

Olho da rua

 

A combinação de tantos números negativos tem dois efeitos imediatos. O primeiro é que a cadeia automotiva, que segundo a Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) respondeu por 13% das vendas industriais do estado em 2008, está contribuindo muito menos para a economia estadual neste ano. O segundo efeito é mais dramático: pelo menos 7,5 mil pessoas perderam o emprego, considerando-se apenas as quatro montadoras e as fornecedoras filiadas ao Sindimetal, que representa a indústria metal-mecânica do Paraná.

 

Se a Renault/Nissan, de São José dos Pinhais, mantiver a intenção de não convocar 230 dos quase mil trabalhadores que tiveram contratos suspensos em janeiro – a maior parte deles já voltou ao trabalho –, as montadoras terão fechado mais de 1,4 mil vagas desde o fim do ano passado. Ou seja, quase 11% do quadro que tinham até setembro. Em todo o Brasil, cerca de 10 mil pessoas (8% do total) foram dispensadas no período, de acordo com a Anfavea. O IBGE, por sua vez, aponta que o emprego no segmento de “fabricação de meios de transporte” caiu 9% no Paraná entre setembro e março, e 11% no país inteiro.

 

Ao contrário de suas colegas, a Volkswagen, de São José, atravessou 2007 e 2008 sem grandes contratações. Por isso, teve de fazer o menor ajuste após a crise, demitindo menos de cem pessoas. A Volvo, fabricante de ônibus e caminhões instalada na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), cortou em dezembro 430 dos 2,8 mil funcionários que tinha antes da crise, e ainda recorre a férias coletivas e folgas ocasionais para adequar a produção. Embora tenha registrado, entre as paranaenses, a menor queda de produção em 2009, a Case New Holland (CNH), também da CIC, fez o maior corte: 700 trabalhadores perderam o emprego.

 

 

Fernando Jasper para Gazeta do Povo.

 


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