Fonte: Assessoria ACIL
Debater ideias, trocar experiências de mercado e fugir do
cotidiano. Para alcançar esses objetivos mais de 60 empresários participaram
nesta terça-feira, 17, na ACIL, do Workshop “Liderança em tempos de crise”. O
evento foi elaborado para oportunizar o debate do papel do líder em meio à
recessão econômica, como explica o superintendente da ACIL Diego Menão. “A
liderança requer sempre ser discutida e revista. Líder não é necessariamente o
chefe, aquele que está num cargo de liderança. É todo e qualquer sujeito e
organização que consegue fazer com que outros possam segui-lo.”
Para o consultor empresarial Wellington Moreira, condutor da
palestra desta terça-feira, grandes líderes são aqueles que conseguem gerir
mudanças durante a crise. “Muita gente dedica horas para reclamar da situação
difícil que enfrenta, mas não dedica o mesmo tempo para pensar em ideias e
alternativas para mudar esse cenário”, alerta.
Afinal, o que é a crise? Wellington atenta para o erro de
associar a crise apenas a um cenário econômico ruim. “Toda vez que acontece uma
mudança que revira o ambiente podemos chamar de crise. Neste momento, o Brasil
passa pela crise na economia. Porém, muitas vezes vivenciamos outros tipos de
crises, como a expansão de nossas empresas, por exemplo. Nosso mundo é
caracterizado pela volatilidade e por incertezas. Não se preocupe com isso!
Vamos viver cada vez mais nesse ambiente e precisamos saber competir dentro
deste quadro.”
Ações rápidas e criativas são caminhos assertivos que
consolidam o papel do líder durante a crise. “Acompanhar as mudanças para
conseguir fazer as transformações que o período necessita e se antecipar são
medidas fundamentais. O motivo pelo qual consideramos ser difícil liderar na
crise é porque ela não faz parte da rotina, não temos a experiência e nem seu
histórico para nos salvaguardar”, explica Wellington Moreira.
Para o consultor empresarial, é preciso escolher o
protagonismo para obter o controle das empresas. “É essencial assumir que sua
organização tem um desafio a ser vencido e tomar a frente da situação. Não dá
simplesmente para ser pessimista ou otimista em relação ao momento e esperar
que outras pessoas resolvam nossos problemas”, aponta.
Algumas atitudes enumeradas por Wellington podem sintetizar
o que esperar de um líder e sua equipe durante um cenário de crise: Praticar o
desapego; aceitar seus erros e de outras pessoas; e tomar decisões rápidas. “O
momento é de arriscar, talvez, atitudes que em tempos de bonança não seríamos
capazes de tomar. Precisamos procurar as janelas de oportunidades. Toda crise
bagunça o mercado. Mas, se estivermos atentos, conseguimos encontrar abordagens
diferentes para implantar dentro de nossas organizações. Os consumidores estão
mudando seus hábitos. Nos dias atuais não é a melhor estratégia que vence e,
sim, a mais bem executada. Então, focalize o que você pode fazer. Agora.”
PAINEL
Após a palestra com Wellington Moreira, a programação
contemplou o painel “A atuação de líderes de empresas que estão em crescimento
apesar da crise”, com a participação das empresas CDS Informática, Oral Sin e
Serilon.
Confira abaixo os principais momentos do debate:
Leonardo Schmidtke,
CEO da empresa Serilon
“Resultados extraordinários são frutos de equipes
extraordinárias. O grande desafio é conseguir ter equipes extraordinárias. As
pessoas são o maior ativo da empresa, mas sabemos que não podemos apenas ter
pessoas, mas sim as pessoas certas. E as pessoas certas são autogerenciáveis.
Faça algumas perguntas: Você contrataria essa pessoa novamente? Se o
colaborador se demitir seria um problema ou uma solução? Se você quer
resultados diferentes, comece por um time extraordinário.”
“É preciso olhar economicamente para o negócio, estar
preocupado com o resultado e também com o fluxo de caixa. A capacidade de
crescimento, todo o planejamento que olhamos precisa estar sendo escoltado por
uma administração de fluxo de caixa adequado. Não dá pra não ter as pessoas
certas e as ferramentas importantes. Esses itens nos permitirão ter no mínimo 12 meses de simulação daquilo
que está sendo feito diante de um cenário ruim ou não. A partir daí poderemos
identificar os desperdícios e cortá-los.”
“Seu time é reflexo de quem você é. O fato de saber
comunicá-lo é extremamente importante. Temos hoje equipes basicamente operacionais,
de execução e com a gestão centralizada. Mas não podemos esquecer do cliente. Olhar
incansavelmente para ele e entender suas necessidades. Mais do que falar com
nossa equipe é ter canais que a façam escutar o cliente. A eficiência da sua
equipe determina o sucesso do seu trabalho.”
“Somos uma empresa de crescimento, que olha para diversos
horizontes de uma única vez e isso só é possível pensando. Participar de
exposições, workshops e treinamentos nos capacita para manter as iniciativas
cheias.”
Eduardo Rampazzo, diretor
da empresa Oral Sin Implantes
“Hoje, o desafio principal é a formação de um time
excelente. Seu time precisa entender o momento, apresentar soluções e, acima de
tudo, acreditar que é possível mudar. Dentro da nossa empresa tentamos evita a
palavra crise. Sabemos que é algo que está no ar, mas nosso papel como líder e
gestor é, além de apresentar cenários e realidades, influenciar de forma
positiva.”
“Como cuidar da parte de finanças e se dispor a fazer
investimentos? Buscamos aperfeiçoar conhecimentos também em outras áreas. Ter
um planejamento financeiro organizado por uma consultoria financeira nos
surpreendeu. É assim que conseguimos projetar as despesas e os custos ao longo
do ano. Investimos em capacitação porque entendemos que isso fará diferença
para a empresa. Se existe um setor que não poupamos investimentos é o de
Comunicação. Da maneira correta, precisamos evidenciar a marca e não fazer o
movimento contrário. A crise tem o momento ruim, mas também gera oportunidade
para rever o cenário”
“Às vezes você prepara toda uma estratégia e se esquece de
ouvir seu cliente.”
“É essencial arrumar tempo para buscar conhecimento, se
aperfeiçoar, fazer cursos. Através desses encontros você se atenta para boas
oportunidades de negócios. Somos em alguns sócios e cada um tem sua função. O
desafio é você se entender e achar o equilíbrio.”
Carlos dos Santos, proprietário da
empresa CDS Informática
“Nosso mercado muda a todo instante. E nem sempre a nova
tecnologia é a ideal. Mas preciso estar à frente para ser um diferencial. O
grande desafio é manter o crescimento de maneira organizada e estruturada,
capacitando e formando pessoas, formando líderes. Assim poderemos ter uma
empresa que funcione sozinha.”
“A universidade não prepara o profissional final, precisamos
formar essa mão-de-bra.”
“As exigências mudam. Quem não faz fluxo de caixa precisa começar
imediatamente para poder olhar para o futuro. Não dá apenas para focar no
operacional e deixar o gerencial de lado. Precisamos de gestão. Olhe para a
gestão do seu négocio e não apenas para o pagar e receber.”
“Gosto de conhecer gente e buscar informação. É
importantíssimo sair da empresa e fazer com que seus colaboradores façam o
mesmo. Deixar por uns instantes aquele mundinho cotidiano, ver novas
possibilidades e apresentar ideias. É preciso descentralizar, delegar
responsabilidades e nunca parar de estudar. O tempo você tem que ajeitar,
construir. Tempo para a empresa, lazer, família e para buscar conhecimento. Assistir
menos televisão e ler mais livros. Aprender mais e reaplicar isso na empresa.”
Veja mais dicas para superar o cenário de crise
Como gerir o seu
negócio?
– Finanças. Cuide dos custos, mas não deixe de investir.
– Produto. Diversifique seu portfólio.
– Pessoas. Mantenha as talentosas.
– Cultura. Seja um embaixador dos novos tempos.
O que fazer na
prática?
– Descreva a realidade.
– Delimite seu problema.
– Escolha uma estratégia.
– Acompanhe os progressos.
– Celebre as conquistas.
Mas mantenha os pés no chão.