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Dica Empresarial: Proteja-se da luz dos… eletrônicos!

Fonte: Da Redação – Revista Mercado em Foco/ACIL

Você consegue calcular o tempo que passa diariamente em frente às telinhas do computador, do tablet ou do smartphone? Em casa, no trabalho, enquanto esperamos, enquanto andamos. É difícil identificar quando não estamos expostos a estes equipamentos. Somos ultraconectados e é cada vez mais perceptível o fato de que esses meios se tornaram uma extensão de nós mesmos, feito um HD externo.

Nas empresas, a tecnologia deixou de ser um diferencial e passou a ser uma obrigação. Graças a ela, é possível otimizar tempo, demandas do dia a dia e potencializar a produtividade da equipe. No entanto, o hábito excessivo, tido por uns como necessário, é visto pela comunidade médica como prejudicial à saúde. Para se ter uma noção, em frente ao computador, nossos olhos piscam de quatro a seis vezes por minuto, sendo que longe das telinhas, piscamos de 20 a 30 vezes, no mesmo período de tempo.

De acordo com a médica oftalmologista Nathalia Mayumi Thomaz de Aquino, membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, a luz azul – com comprimento de onda entre 415 nm e 455nm – presente nos dispositivos eletrônicos, pode sim estar associada a danos aos olhos quando em excesso. Esse tipo de luz consegue atravessar a córnea e o cristalino e, assim, atingir a retina, que é a região responsável pela captação da luz e sua transformação em um sinal que é levado ao cérebro para formação da imagem.

Ela explica que não há um limite de tempo específico em que podemos ficar expostos a esse tipo de luz, que seja considerado seguro. Sabe-se que a exposição mínima à luz azul, presente não só em eletrônicos, mas também nos raios solares, é importante para o desenvolvimento ocular na infância, ajuda a regular o ciclo circadiano e melhora a atenção. No entanto, a exposição excessiva vem se demonstrando nociva, principalmente a longo prazo.

Apesar de controvérsias, a exposição às luzes dos equipamentos eletrônicos já foi associada a problemas como fadiga ocular e olho seco, catarata precoce e lesão retiniana – a ação da luz azul poderia levar a alterações degenerativas na retina, predispondo e acelerando o desenvolvimento da DMRI (Degeneração Macular Relacionada a Iade), doença que pode levar à cegueira. Além dos problemas citados acima, evidências sugerem que a exposição exagerada à luz azul pode reduzir a produção de melatonina, hormônio cerebral responsável pela regularização do ciclo circadiano, e prejudicar a qualidade do sono.

Fadiga ocular, que é quando o paciente apresenta queixas como olhos irritados, dor ocular e dificuldade em ajustar o foco da visão estão entre os sintomas apresentados a curto prazo. Tanto a catarata quanto as lesões retinianas podem ser resultado de uma exposição intensa e prolongada à luz azul e costumam provocar baixa visual progressiva.

Para evitar e prevenir o comprometimento da visão, a especialista aponta algumas medidas como a regra dos 20-20-20, proposta pela Academia Americana de Oftalmologia, que indica interromper a cada 20 minutos a exposição por pelo menos 20 segundos, focando em objetos a 20 pés (6 metros) de distância. “Atualmente temos também disponíveis lentes de óculos, protetores para telas e lentes intraoculares com filtro específico que podem ajudar a proteger os olhos. Além disso, recomenda-se evitar o uso de eletrônicos por 2 a 3 horas antes de dormir para que não haja interferência na qualidade do sono ou, caso não seja possível, usar o modo noturno disponível em alguns aparelhos”, ressalta.

Filtros protetores que diminuem a penetração da luz azul nos olhos, e, consequentemente, minimizam seus danos, podem ser adaptados aos óculos, às lentes intraoculares (colocadas dentro dos olhos durantes a cirurgia de catarata) e às telas dos aparelhos eletrônicos. Os colírios lubrificantes podem ser usados em casos de fadiga ocular para atenuar os sintomas de desconforto, no entanto, não atuam na proteção dos olhos contra a luz azul de forma direta.

Mayumi afirma que para minimizar os impactos causados pela luz, é recomendado diminuir o tempo de exposição às telas de aparelhos eletrônicos ao mínimo necessário. “Em casos em que a exposição prolongada é inevitável, o uso dos filtros é de grande ajuda no combate aos possíveis efeitos nocivos oculares.”

E a pele, como fica?

A visão não é a única impactada negativamente com a exposição aos aparelhos. A luz azul provoca alterações nas células responsáveis pela pigmentação da pele, levando à formação de manchas, aparecimento de melasma e envelhecimento precoce.

A médica dermatologista Clarissa Lena Urquiza explica que apesar de não haver ainda um limite de segurança, pesquisas sugerem aparecimento de danos após quatro horas de exposição à luz azul. Cerca de 48 horas de exposição à luz de uma tela de computador corresponde mais ou menos ao mesmo nível de exposição de aproximadamente 20 minutos no sol ao meio-dia.

Assim como os raios ultravioletas A e B, essa luz tem fatores cancerígenos e capacidade de despertar a produção de pigmento ao estimular os melanócitos da pele. Existe, ainda, produção de radicais livres, que propicia a diminuição do colágeno, gerando flacidez cutânea e envelhecimento precoce.

Urquiza salienta que as consequências variam para cada tipo de pele. “A pele branca, pela menor quantidade de melanina e, consequentemente, menor proteção, é o tipo de pele que mais sofre os danos da exposição à luz. A luz azul atravessa a pele e alcança até a superfície subcutânea, camada mais profunda da pele”, completa.

Segundo a dermatologista, os riscos são proporcionais ao tempo de exposição às telas. Se houver exposição solar, haverá um efeito aditivo nos danos.

Para evitar os danos à pele, ela afirma ser necessário criar uma barreira física com o uso de filtros. “Os produtos utilizados devem, além de bloquear os raios solares, ser antiluz azul. A aplicação deve ser feita três vezes ao dia. Quanto maior a frequência de aplicação, maior a proteção. O uso de ativos antioxidantes tópicos e orais também é indicado, assim como a ingestão de fotoprotetores orais”, instrui.


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