Dinheiro de plástico vira moda até na feira

Máquinas e leitores móveis de cartão de crédito já são comuns nos pequenos comércios de Londrina

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Fonte: Folha de Londrina


Na banca de Rildo Prado, feirante em Londrina desde 1988, o cliente tem sempre razão. Tanto que ele passou a oferecer a possibilidade de pagamento com cartão de crédito e débito há dois meses, em virtude dos pedidos dos fregueses. “O pessoal pedia muito, mas só no centro da cidade, porque nos bairros, onde mais aposentados frequentam a feira, eles não gostam de cartão”, relata. 

Prado explica que o contrato com a operadora da máquina prevê três meses de gratuidade na taxa de manutenção. Depois, a isenção permanece caso ele atinja um valor previsto de vendas. “Acima de R$ 3 mil fica isento de mensalidade e acima de R$ 2 mil paga R$ 49,90 por mês; esse valor, com certeza, dá pra vender”, garante. 

Segundo o feirante, mesmo com as taxas cobradas por operação (2,2% no caso do débito e 3,2% no crédito), compensa manter a máquina para agradar os clientes, atraídos pela qualidade dos grãos comercializados por ele. A máquina sem fio funciona com um chip de celular. A consumidora Luciana Daefiol, 44, parou na banca de Prado quando viu o banner que anunciava a possibilidade de pagamento com cartão. 

“Eu trouxe dinheiro apenas para comprar um queijo, mas como vi que ele aceitava cartão, resolvi fazer umas compras”, explica. Luciana diz que sempre opta pelo cartão para evitar carregar dinheiro vivo na carteira. “Tem a questão da segurança também, se você tem o cartão roubado, tem uma senha para dificultar, dá para recuperar; dinheiro, não”, avalia. 

O número de micros e pequenos empreendedores que aceita pagamento em cartão é crescente. Rubens Negrão, consultor do Sebrae em Londrina, ressalta que a mudança de comportamento dos consumidores levou à troca dos meios de pagamento. Antes, a opção de parcelar se dava por meio da emissão de cheques, forma praticamente extinta hoje. 

“Os bancos incentivaram a utilização do cartão de crédito e o consumidor aderiu a esse formato de pagamento”, destaca. O consultor aponta a possibilidade de comercializar com cartão por diversos canais de venda, como telefone, site e loja física. Segundo ele, independentemente da opção escolhida, a gestão financeira eficiente deve ser o foco da empresa. 

“Ela tem que escolher a operadora que dá mais opção, que trabalha com as melhores taxas, e também conferir se o que está passando no cartão está entrando na conta dela”, alerta. 

RESISTÊNCIA


O consultor do Sebrae destaca que ainda existem empreendedores resistentes à adesão do cartão especialmente por conta das taxas de manutenção e das porcentagens cobradas por venda. “Por outro lado, o risco que ele corria antes de pegar um cheque (sem fundo) era muito maior do que você passar um cartão de crédito, que é muito mais rápido e seguro”, pontua. 

O feirante José Carlos de Souza, há 32 anos na atividade, é um dos que contratou o serviço de cartão a contragosto. Dentro de sua banca, a máquina fica “escondida”. “Para mim não é um bom negócio, tem muita taxa”, reclama. De acordo com Souza, a margem de lucro na venda dos queijos é muito pequena e a manutenção da máquina, muito cara, no entanto, ele foi vencido pelos pedidos dos clientes, que preferem pagar no cartão – de crédito, principalmente.

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