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E a sua saúde emocional, como vai?

Por Redação – Revista Mercado em Foco – ACIL

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Ministério do Trabalho, transtornos mentais e emocionais são a segunda maior causa de afastamentos e abstenções do serviço. A Organização Mundial da Saúde (OMS), alerta que uma em cada quatro pessoas sofrerá com um transtorno da mente ao longo da vida.

Pollyanna Vicência dos Santos, psicóloga clínica, afirma que a saúde mental e emocional são determinadas por uma série de fatores ambientais, biológicos, socioeconômicos e outros. Ter esse bem-estar psicológico e emocional, segundo ela, promove ao indivíduo habilidades para lidar com tensões normais do dia a dia, capacidade para ter relações interpessoais, ser produtivo, ter autoestima, disposição física e mental para cuidar de si e garante que as decisões tomadas sejam mais sensatas.

A psicóloga conta que tanto em sua clínica quanto nas palestras que ministra sobre o tema, são constantes as reclamações sobre o ambiente de trabalho. "Já ouvi relatos de diversas situações que são prejudiciais a saúde mental e emocional do trabalhador. Muitos são cobrados excessivamente, não há clareza na definição das funções, falta segurança, má gestão, os chefes e coordenadores são pouco compreensivos, a comunicação é ineficaz, há uma sobrecarga de trabalho, os ambientes são insalubres, existe assédio moral, psicológico e até mesmo sexual. Essas são algumas das causas que fazem o indivíduo perder o equilíbrio mental e emocional, e em casos extremos levando-o a adoecer fisicamente", explica.

Apesar da grande quantidade de pessoas afetadas por esses desequilíbrios, muitas empresas, e até os próprios colaboradores, ainda tratam a saúde mental e emocional como um tabu, associando o assunto a termos como "frescura" ou "loucura", enxergando aqueles que se afastam do trabalho por esse motivo com preconceito. Esse olhar crítico, que discrimina o próximo, é herança de uma cultura antiga onde ir ao psicólogo é "coisa de louco". Para Santos, devido a esse julgamento, muitas pessoas não procuram o atendimento necessário para fazer o tratamento correto. "Além desse pensamento ser errado, ele se transforma em uma grande barreira contra a aceitação desses problemas na sociedade", relata.

Há algum tempo atrás, enquanto palestrava em uma grande empresa de Londrina, Pollyanna Santos percebeu que ainda é necessário uma ampla divulgação sobre o tema para "quebrar" esses antigos conceitos. "Um funcionário me questionou com espanto e até mesmo com certo deboche sobre a importância dos cuidados com a saúde mental e emocional, então expliquei de forma clara os motivos. No fim, ele também desconhecia os direitos do trabalhador sobre os atestados médicos e tratamentos essenciais nesses casos".

Além de determinar quais situações causam esses problemas mentais e emocionais no indivíduo, é importante estar atento aos sintomas que podem se manifestar. "Taquicardia, tensão muscular, boca seca, dores no estômago, mãos frias e suadas, sensação de cansaço, dificuldade de memorização, alteração do sono e humor, falta de ânimo, angústia, desespero, irritação e agressividade são apenas alguns exemplos de fatores relacionados ao estresse patológico", afirma Santos.

O estresse patológico é caracterizado pela permanência. O trabalhador passa por uma situação estressante (grande demanda ou conflito) e o estresse aparece. Sem conseguir lidar com o fato, o estresse permanece e se acumula, até atingir os níveis da exaustão total. "É importante cuidar da saúde mental e emocional para não deixar os trabalhadores atingirem esse nível de exaustão, conhecido com Síndrome de Burnout, que em casos extremos leva a depressão", alerta Santos.

Para melhorar o estresse o trabalhador pode aderir a hábitos saudáveis. “Ninguém está livre de situações de estresse, porém é fundamental procurar maneiras de aliviar a tensão e ansiedade. Dormir e se alimentar bem, ter momentos de lazer são forma de lidar com os problemas de trabalho e preservar a saúde mental e emocional”, pontua.

Segundo a psicóloga, é fundamental que a empresa saiba de sua importância no cuidado com a saúde mental e emocional. “As iniciativas para diminuição do estresse podem e devem ser promovidas pela empresa”, recomenda a profissional, que separou algumas dicas para tornar o ambiente corporativo mais agradável (ver quadro).

Síndrome de Burnout

A Síndrome de Burnout é resultado de um estresse prolongado que não foi gerenciado E se refere a exaustão total do trabalhador. “É um estado físico, emocional e mental de exaustão extrema, consequência do acúmulo de situações desgastantes que leva o indivíduo a perder o interesse em trabalhar”, afirma Pollyanna Santos.

O funcionário que sofre com essa Síndrome apresenta um esgotamento físico e mental, sensação de impotência e falta de expectativas, além de ter suas qualidades profissionais afetadas, perda de sua autoconfiança, perseverança e dedicação.

Em uma situação onde o trabalho se acumula, as responsabilidades e demandas aumentam e os prazos são curtos, sintomas físicos e psicológicos podem ser facilmente notados. “Dores, cansaço, desânimo, apatia, falta de interesse, irritabilidade, alteração do sono e apetite e tristeza excessiva são alguns indícios da Síndrome de Burnout”, alerta.

Chegando a níveis extremos, esses sintomas levam a um colapso físico e emocional, sendo necessária atenção médica urgente devido ao risco de suicídio.

Tanto para a ansiedade e estresse do dia a dia, quanto para a Síndrome de Burnout, o diagnóstico só pode ser realizado por um profissional de saúde mental e emocional, seja um psicólogo ou psiquiatra. As formas mais comuns de tratamento são a psicoterapia. “É uma conversa, o profissional se baseia nos sintomas apresentados, na história pessoal e na contextualização no momento em que o indivíduo vive. Dessa forma, ele sabe identificar o estresse do cotidiano, também tratando-o, de um estresse acumulativo que resulta nessa Síndrome”, explica Santos.

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