Fonte: Folha de Londrina
Elas não chegam a representar 0,5% das 31,8 milhões de empresas do País, mas empregam 2,5 milhões de pessoas, ou 8% dos 31,8 milhões de assalariados. Os números fazem parte do estudo Demografia das Empresas e Empreendedorismo 2017, divulgado na semana passada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas).
São as empresas de alto crescimento que, no conceito da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), aumentam o número de funcionários em pelo menos 20% ao ano por três anos consecutivos ou mais. No início do período analisado, elas precisam ter no mínimo dez empregados.
Em todo o País, havia 20.306 empresas de alto crescimento em 2017. As unidades locais, que incluem as filiais, somavam 44.659, sendo que o Paraná era o quarto estado com mais empresas do tipo. Eram 2.933 unidades locais, ou 6,7% do total.
Heverson Feliciano, coordenador da Linha Estratégica de Empresas de Alta Performance do Sebrae/PR, explica que, em todo o mundo, essas firmas servem de referência para ajudar a elevar a produtividade das demais. E conta que 85 empresas do Estado acabam de concluir um ciclo de capacitação oferecido pelo Sebrae, que durou dois anos e meio. “Pegamos empresas que já tinham esse patamar de crescimento de 20% ao ano. Queremos transformá-las em médias ou grandes.”
As 50 melhores, segundo ele, tiveram um crescimento médio de 93% nesses dois anos e meio.
No próximo ano, o Sebrae abrirá novo ciclo para empresas de alto crescimento, que a partir de agora durará apenas um ano. Empresas que crescem 20% ao ano por ao menos três anos consecutivos podem procurar o Sebrae, caso tenham interesse em participar. “Nossa meta é que, em três ou quatro anos, 400 empresas tenham passado pelo ciclo.”
PERSISTENTES
A Endeavor, organização internacional de estímulo a empreendedores, fez um estudo das empresas de alto crescimento a partir dos números do IBGE. E observou que existem as “one-hit wonders” – que seriam firmas com altíssimo crescimento por curto período – e as de alto crescimento persistente, ou seja, que crescem a taxas elevadas por mais tempo.
As empresas foram analisadas no período de 2012 a 2016. Das cercas de 26 mil existentes no País em 2015, a Endeavor identificou 16,1 mil como persistentes, sendo 11,8 mil de pequeno porte, ou 73,1% do total.
A organização sustenta que as empresas instaladas em regiões com maior gasto em Pesquisa e Desenvolvimento (P&D) e onde a população tem maior escolaridade, apresentam maior probabilidade de estar nos grupos com alto crescimento. “Há evidências que o maior alto crescimento persistente está associado à disponibilização de uma infraestrutura tecnológica e educacional mais sofisticada.”
GAZELAS
Dentre as empresas de alto crescimento, há as denominadas gazelas, que, além de crescer no mínimo 20% durante três anos consecutivos, precisam ter no máximo cinco anos de fundação. As gazelas representavam 11,9% das empresas de alto crescimento no País em 2017. No Paraná, a participação delas era menor, 9%.
EMPRESA DE MARINGÁ CRESCEU QUASE 50% EM 2018
A DB1, de Maringá, é uma empresa de alto crescimento e caminha para ser uma das "persistentes" na classificação da Endeavor. Ela cresce mais de 20% desde 2015, quando tinha 234 funcionários.
Neste ano, a empresa, que presta serviços de tecnologia da informação (TI), vai completar cinco anos consecutivos nessa condição. Atualmente, são 563 empregos formais. “Vamos fechar o ano com 600 funcionários e continuar crescendo num ritmo de 40% ao ano”, afirma o diretor de gestão de pessoas, Victor Cobo. De 2017 para 2018, o crescimento foi de 48%.
“Nosso foco está em pessoal. Nos esforçamos em mostrar para os colaboradores a importância do trabalho deles”, ressalta. De acordo com o diretor, ao menos 40% dos trabalhadores têm certificação nas áreas em que atuam.
A DB1 foi aberta em 2000 e, de acordo com Cobo, teve crescimento tímido nos primeiros anos. “Até 2011, crescíamos num ritmo de 10% ao ano.”
A empresa, que já tem filial em Presidente Prudente (SP), vai abrir em breve uma sede em Campo Grande (MS). E, em Maringá, está de mudança para um espaço maior.
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