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Entidades pedem pressão política para salvar Sercomtel

Fonte: Folha de Londrina

O prefeito Marcelo Belinati e representantes de entidades ligadas ao setor produtivo convocaram os moradores de Londrina a se juntarem para fazer pressão política sobre os governos federal e estadual, com objetivo de salvar a Sercomtel. A ideia é evitar que a empresa seja fechada, devido ao processo promovido pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) para avaliar as condições financeiras da companhia, que tem dívida consolidada de R$ 238,9 milhões. O evento de mobilização foi na terça-feira, 17, na sede da companhia municipal de telefonia.

A Sercomtel sofre um processo de caducidade da concessão de telefonia fixa por parte da Anatel, que deu prazo de cinco meses para definir se cassa a licença da empresa para atuação em Londrina e Tamarana. Como as duas cidades representam a maior parte da receita da estatal, a decisão pode inviabilizar não apenas as atividades da Sercomtel, mas causar perdas ao município de R$ 571 milhões somente nos primeiros 12 meses e de mais R$ 124 milhões a cada ano seguinte em massa de consumo, seja em salários, pagamentos a fornecedores ou arrecadação de impostos. 

Como o controle acionário da Sercomtel está dividido em 55% para a prefeitura e outros 45% para a Copel (Companhia Paranaense de Energia), boa parte da pressão se dará sobre o governo do Estado. A ideia é buscar soluções que vão desde perdão de dívidas tributárias por parte do Palácio Iguaçu a obter da Copel investimentos de no mínimo R$ 100 milhões para infraestrutura na empresa londrinense. 

Nesse último caso, segundo Belinati, seria possível elevar em R$ 200 milhões ao ano a receita da Sercomtel. A conta sobre R$ 100 milhões se deve ao valor necessário para fazer com que a relação entre o endividamento da Sercomtel e o faturamento para níveis dentro do estipulado pela Anatel. 

Apesar de evitar ataques ao governo e à Copel, o prefeito de Londrina disse que o fim da empresa seria devastador para a cidade e que é preciso mobilizar a sociedade londrinense. "Por incrível que pareça, a decisão técnica deveria ser a de ajudar, porque a Sercomtel é a principal empresa de Londrina em arrecadação. Por isso, precisamos de atuação política para criar meios de a Sercomtel crescer", disse. 

No espaço aberto para debates, representantes de entidades e moradores que compareceram ao evento cobraram um abaixo-assinado para mostrar o interesse público na manutenção da companhia de telefonia. Outras ideias foram visitas de comitivas e a criação de um fórum permanente de defesa da empresa. "É inacreditável que o governo brasileiro, que usa dinheiro público para salvar bancos privados, use a Anatel para colocar a faca no nosso pescoço, porque o que vão fazer com o fim da Sercomtel é sucatear uma cidade", disse a ex-vereadora Elza Correia. 

Belinati lembrou também que o governo estadual já perdoou dívidas de mais de R$ 500 milhões da Cidade Industrial de Curitiba e que a Copel pretende investir R$ 157 milhões para enterrar fiação elétrica em uma avenida da capital, recursos acima do que pede para a Sercomtel. 

A estatal de telefonia tem mil funcionários diretos e mais 3 mil indiretos. A telefônica arrecadou cerca de R$ 64 milhões de impostos federais, estaduais e municipais em 2016. Em torno da Sercomtel, gira o APL (Arranjo Produtivo Local) de Tecnologia e Telecomunicação, de alcance regional e que agrega mais de 1,3 mil empresas de software, startups e componentes eletrônicos, bem como a economia, o comércio local e o setor de serviços, que estão ligados à companhia. 

PROPOSTA 
Uma das possibilidades de investimento é usar R$ 148 milhões para estender o cabeamento de fibra ótica por todo o território de Londrina e parte de mais 22 cidades da região. Segundo apresentação preparada pela diretoria da Sercomtel, o valor se pagaria em 88 meses e permitiria novos investimentos em tecnologias como a internet móvel 4G. 

Participaram do evento cerca de 300 pessoas, entre representantes do Fórum Desenvolve Londrina, do Sinttel (Sindicato dos Trabalhadores em Telecomunicações do Paraná), da ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina), da Sociedade Rural do Paraná, além de moradores e funcionários.


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