Fonte: Jornal de Londrina
A derrubada da chamada “Lei da Muralha”, lei municipal que proibia a instalação de supermercados, lojas de materiais de construção e outros grandes geradores de tráfego no quadrilátero central de Londrina, parece ter sido o marco para que novos empreendimentos se instalassem na cidade. Após a revogação da lei, a cidade já recebeu um novo hipermercado, outro será concluído em 2013 e grandes redes compraram terrenos para novas construções.
A decisão de derrubar a “Muralha” foi tomada pelo então prefeito Barbosa Neto (PDT), em julho de 2012. A revogação da lei ganhou força após denúncias de que um empresário da cidade teria procurado um vereador para que este silenciasse diante do resultado da votação. Na época, o Ministério Público também investigou vereadores favoráveis à Lei da Muralha que teriam supostamente recebido eletrodomésticos de uma rede de supermercados já instalada em Londrina. Em meio a tantas denúncias, ex-secretários, ex-servidores e empresários chegaram a ser presos pelo Gaeco.
Aproveitando o cenário favorável “pós-Muralha”, a rede catarinense Angeloni chegou com força em Londrina. A rede vai ter dois hipermercados na cidade até meados do ano que vem. No total, mais de 760 empregos serão gerados com a construção das duas lojas
A primeira de duas lojas da rede Angeloni foi inaugurada no início de dezembro. O hipermercado faz parte de um Shopping Center recém construído na região norte da cidade. Segundo José Augusto Fretta, presidente executivo do grupo, foram criados 318 novos empregos nesta unidade.
A unidade prevista para 2013 será construída na Gleba Palhano, ponto nobre de Londrina, e vai gerar 450 empregos. Na avaliação de Fretta, esta loja terá um diferencial. “Será um conjunto de lojas de alimentação e serviços de marcas importantes, acomodados numa estrutura que proporcionará muito conforto e uma excelente experiência de compra”, comentou.
Para o presidente, a região de Londrina apresenta um grande potencial, o que foi fundamental na vinda da rede de hipermercados para a cidade. “Percebendo o ritmo de crescimento do norte do estado, o grupo decidiu expandir fortemente para essa região. Através de vários estudos e pesquisas de mercado, concluímos que existe um grande potencial a ser explorado justamente no nicho de mercado que o Angeloni vem se destacando e sendo reconhecido pelos consumidores, com diferenciais como conforto, qualidade, variedade, atendimento, serviços”, disse.
Para economista, cenário é “exuberante”
O economista Marcos Rambalducci classificou como “exuberante” o cenário atual para o comércio em Londrina. “É interessante observar que claramente há um círculo virtuoso na cidade. Novos postos de trabalho gerados por esses empreendimentos fazem com que a renda das pessoas aumente. Esse dinheiro acaba sendo reinserido no comércio, que tem condições de ampliar e contratar mais funcionários, abrindo novos empregos”, comemorou.
O aumento na renda dos londrinenses é um dos pontos de atração mais importantes na opinião de Rambalducci. “Apesar de o PIB de Londrina ter tido um crescimento não tão bom quando comparado com outras cidades do mesmo porte, a cidade registrou um aumento de renda. Isso atrai o setor varejista”, comentou. Essa atração acaba sendo benéfica para toda a região. “Moradores de cidades de toda a nossa região vêm para Londrina para comprar no nosso comércio. Isso faz com que mais dinheiro gire na cidade”, apontou.
O fim, ou pelo menos a diminuição, da instabilidade política na cidade também é um fator de atração, na opinião do economista. Quem vem investir precisa sentir que há um chão sólido sob os pés. Quando a cidade tem um sistema regulatório bem definido, não há porque os investidores fugirem”, ponderou. “Quando o empresário tem certeza que vai conseguir um habite-se, que não vai ter problemas com leis absurdas que restringem a operação do negócio, ele se sente mais confortável para abrir um empreendimento”, avaliou Rambalducci.
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