Fonte: Assessoria ACIL
Períodos de crise também podem ser períodos de inovação, ousadia e sucesso para
quem tem visão de futuro. Quer exemplos? No fatídico ano de 1929, em plena
crise do sistema financeiro internacional, surgiu nos Estados Unidos uma
indústria de componentes aeroespaciais. Seu nome: UTC Aerospace Systems, uma
das gigantes do segmento até hoje. Naquele mesmo ano, uma companhia de capital
inglês iniciou a colonização de um vasto território no sertão paranaense – e
assim surgiu Londrina. Quase 80 anos depois, em 2004, numa década marcada pela
crise financeira global, surgiu uma empresa chamada Facebook. A diferença está
na velocidade com que os negócios prosperam e ganham proporções mundiais.
Enquanto o telefone levou 74 anos para atingir 50 milhões de usuários após sua
invenção por Alexander Graham Bell, a rede social criada por Mark Zuckerberg
atingiu a mesma marca em… dois dias.
O Fórum de Execução da Estratégia,
realizado pela Concept Consult, com apoio da ACIL e Sindimetal, discutiu na
manhã desta quarta-feira os caminhos para um dos maiores desafios dos
empresários e gestores atuais: como tirar
as metas do papel em tempos de crise. O evento reuniu cerca de 70 pessoas
no Auditório David Dequêch/ACIL.
O consultor Fabiano Zanzin, diretor da Concept, explicou durante sua palestra
que mais de 70% das empresas que fecham as portas o fazem não por um problema
de visão ou inteligência, mas por uma falha na execução. São empresas muitas vezes competentes e que realizaram
planejamentos estratégicos, mas fracassaram no momento de transformar essas
metas em realidades efetivas.
Os participantes do Fórum, reunidos em grupos, apontaram
razões que levam as empresas a não tirarem suas metas do papel. Entre os
motivos apontados, destacamos: falta de indicadores para avaliação;
desconhecimento das metas pela equipe de colaboradores; dificuldade de lidar
com circunstâncias alheias à meta (plano B, plano C); incapacidade de
transformar o trabalho operacional cotidiano (apelidado de “redemoinho”) em
aliado, e não inimigo, do cumprimento das metas; falta de engajamento das
equipes; alta rotatividade; dificuldades de comunicação entre os setores das
empresas.
Ao expor a metodologia adotada pela Concept – As 4 Leis da Execução –, Fabiano
Zanzin ressaltou que o principal objetivo em seu trabalho de coaching de
empresas nem é propriamente atingir as metas, mas criar uma gestão
compartilhada nas empresas. “Atingir a meta é uma consequência natural do
processo”, diz Zanzin, numa fala que lembra a do médico e psicólogo Viktor
Frankl, criador da logoterapia: “A felicidade é um produto adicional decorrente
da busca por um sentido na vida”.
Um bom tempo do debate girou em torno do famigerado “redemoinho” – aquele
trabalho operacional que não pode deixar de ser feito, mas que acaba engolindo
as metas estratégicas da empresa. Para resolvê-lo, Zanzin sugere a adoção do
Princípio de Pareto, segundo o qual 80% do tempo de trabalho gera 20% do
resultado da empresa, e vice-versa. Essa proporção 80/20 é adotada pela
Consult: os gestores e colaboradores devem utilizar 20% do seu tempo em
atividades estratégicas e 80% em “redemoinho” – aquilo que precisa ser feito, é
importante, mas não é estratégico.
As 4 Leis da Execução implantadas por Fabiano Zanzin são as
seguintes:
1. Definir uma Meta Crucialmente Importante
(MCI) para empresa e MCIs para os departamentos da empresa;
2. Definir medidas de direção para a consecução da MCI;
3. Criar um placar atrativo que mostre o desempenho das equipes na busca pelas
metas;
4. Atribuir responsabilidades aos gestores e colaboradores.
Durante o Fórum na ACIL, foram apresentados também os cases de sucesso de empresas que adotaram a metodologia das 4 Leis
da Execução, entre elas a ACIL. O superintendente da entidade, Diego Rigon
Menão, relatou o impacto positivo da MCI no desempenho da equipe e no
envolvimento dos diferentes setores para a consecução dos objetivos. “Na ACIL,
podemos tranquilamente repetir a frase de Sam Walton, fundador do Wal-Mart: ‘Convoquei uma reunião com meus diretores sobre
a crise e decidimos não participar dela’. No momento em que todos os
empresários cortam despesas e eliminam o supérfluo, nós mostramos que a ACIL é
um instrumento fundamental para a superação da crise”.