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Indústria da construção cresce 4% sobre outubro de 2017

Fonte: Folha de Londrina

O fim de ano e a definição eleitoral trazem otimismo à construção civil brasileira, que está em baixa já há quatro anos e começa a registrar resultados que indicam o início de uma recuperação. Houve crescimento no faturamento da indústria de materiais em outubro em todas as comparações, com destaque para a alta de 4,1% superior nos números atualizados pela inflação, ante o mesmo mês do ano passado, segundo o índice da Abramat (Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção) divulgado na terça-feira (7). 

A variação foi levemente positiva em relação a setembro deste ano, com 0,1%, mas lojistas de Londrina afirmam que há um sentimento entre os comerciantes de que há um movimento para "destravar" os investimentos e até o aumento do número de pedidos de orçamentos completos para obras, do material básico até o acabamento. "Fizemos uma reunião da associação no último dia 31 e o sentimento de todos é de otimismo, porque a parte política estava segurando muito os negócios", diz a presidente da regional de Londrina da Acomac (Associação dos Comerciantes de Materiais de Construção), Sandra Batista do Nascimento. 

O movimento ainda é inicial, contudo. Nos últimos 12 meses encerrados em outubro e comparados ao mesmo período do ano anterior, o estudo indica alta de 2,3% no faturamento das associadas. No acumulado de janeiro ao mês passado, o crescimento é menor, de 1,6% em relação ao mesmo período de 2017, o que mostra que houve perdas em 2018. "A previsão para um encerramento do ano permanece alinhada com a projeção realizada que indicava crescimento de 1,5% em relação a 2017. Confirmada tal projeção, 2018 ficará marcado como um ano de recuperação para a indústria de materiais de construção, criando as bases para um crescimento maior em 2019", diz o presidente da Abramat, Rodrigo Navarro. 

Houve alta de 4,9% no segmento de materiais de base ante o mesmo mês de 2017. Acabamento, entretanto, registrou variação positiva de apenas 0,3% no mesmo comparativo. Já o emprego na indústria ainda se mantém em trajetória de queda, com 0,7% de vagas a menos do que em outubro do ano passado. 

RETORNO DA CONFIANÇA 
A presidente em Londrina da Acomac afirma que já em outubro, com o começo das definições acerca das eleições, representantes de indústrias começaram a relatar um sentimento de um futuro mais sólido. "Em outubro já saiu bem mais mercadoria das lojas e voltamos a ter aqueles pedidos por orçamentos grandes. Até o meio do ano eram apenas obras pequenas que apareciam", diz. 

Para ela, a perspectiva é de resultados melhores neste fim do ano, período já tradicional de pequenas reformas, sobre 2017. "Além do ano passado não ter sido bom, ainda teve aquele período longo de chuvas que atrapalha as obras", conta Nascimento, que acredita que novembro e dezembro também serão meses de venda de material básico em 2018, e não apenas de acabamento. 

Proprietária do Depósito Casa Grande, na zona norte de Londrina, Sonia Roque Martins afirma que o reflexo já apareceu na empresa dela em outubro. "Existe uma parte das pessoas que se entusiasmou com as eleições e que voltam a investir, o que se soma à tradição de obras no fim do ano e à chegada do 13º salário", cita. 

Martins afirma que a venda de materiais pesados tem surpreendido. "Não estávamos vivendo aquela parada total como ocorreu em 2015, mas uma desacelerada. O pessoal continua a construir." 

Entre os consumidores, há percepções distintas. O montador e empresário Wagner Alves afirma que manteve a construção da casa própria em andamento nos últimos dois anos e que passou a investir também em uma ampliação. "Consegui manter a obra e dei apenas uma reduzida no ritmo, mas sem parar. Voltei agora à toda", conta. 

Já o mestre de obras Noel Viana, que trabalha em uma empresa de engenharia, afirma que espera por uma melhora no cenário real para se animar. "Não vi resultado ainda e posso dizer que estamos com uns 70% de atuação em relação ao que seria normal."


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