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Indústria puxa retomada de empregos na Região Metropolitana de Londrina

Fonte: Folha de Londrina

Após dois meses de queda significativa no nível de emprego, a RML (Região Metropolitana de Londrina) apresentou saldo positivo de 478 postos de trabalho em junho, resultado de 6.517 admissões e 6.039 desligamentos. Os dados são do Acompanhamento e Análise Mensal do Mercado de Trabalho, realizado pelo NuPEA (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Campus Londrina, a partir de dados do Novo Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados).

A indústria foi o setor que mais contribuiu para o resultado positivo, com saldo de 461 empregos. Em seguida veio o setor de construção, com geração de 142 vagas de trabalho. Das cinco cidades da RML, a cidade de Arapongas teve o melhor desempenho, com saldo positivo de 593 empregos. Londrina teve o pior desempenho, com saldo negativo de 409 postos de trabalho. 

No ano, por outro lado, a RML continua com saldo negativo de 6.028 empregos. Londrina é a cidade com pior desempenho (-5.585 postos de trabalho), e Rolândia com melhor resultado (350). 

A indústria moveleira de Arapongas, considerada polo do setor, foi o principal responsável pelo resultado positivo no mercado de trabalho da Região Metropolitana de Londrina no mês de junho, destaca o segundo o economista e coordenador do estudo, Marcos Rambalducci, . A indústria de Arapongas, sozinha, foi responsável pela geração de 451 postos de trabalho, 97,8% do saldo total de empregos na indústria da RMLo (461) e 59,9% do saldo total de vagas na indústria do Paraná (753).

Para Rambalducci, a melhora do indicador do emprego na indústria moveleira de Arapongas tem relação com o consumo. “A indústria moveleira de Arapongas tem sofrido muito ao longo dos últimos anos, não só agora. Mas o fato é que alguns setores de consumo melhoraram de maneira muito significativa durante a pandemia. Uma delas é o de produtos ligados ao consumo doméstico. As pessoas compraram TV, eletrodomésticos, computador e móveis. Isso começou a dar uma reação mais positiva no setor moveleiro, que começa a apresentar os primeiros resultados.”

O presidente do Sima (Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas), Irineu Munhoz, confirmou a melhora do cenário de empregos no setor. “O setor passou por uns maus bocados, mas teve uma retomada muito boa, acima do esperado. O pessoal está recontratando aqueles que foram demitidos.”

A demanda reprimida, a liquidez gerada pela injeção de recursos na economia através de auxílios do governo federal e o fato de as pessoas estarem passando mais tempo em casa, na opinião de Munhoz, favoreceram a geração de postos de trabalho na indústria moveleira de Arapongas. “Quando você fica mais tempo em casa, vê que precisa melhorar os móveis da casa, o conforto do lar.”

LONDRINA

Com saldo -409 vagas de trabalho em junho, Londrina é a única cidade da RML que permanece com saldo negativo no sexto mês do ano. O saldo, no entanto, é menor que no mês anterior. A cidade fechou o mês de maio com saldo de -1.789 e o mês de abril com saldo de -3.823 vagas de emprego. Os setores de serviços e comércio foram os principais responsáveis pelo desempenho negativo do município, com saldos de -195 e -165 empregos em junho. Segundo Rambalducci, quando o PIB da cidade é muito calcado em comércio e serviços, em situações de crise, o município acaba sendo o último a reagir, diferentemente dos polos industriais.

Indústria paranaense reverte trajetória negativa 

Abril e maio foram os piores meses do ano para a indústria paranaense, que fechou os meses com 14.900 e 7.145 vagas fechadas, respectivamente. Junho, no entanto, representou o mês em que o setor reverteu a trajetória negativa. No mês, a indústria do Estado gerou 1.600 vagas de emprego, com destaque para a indústria alimentícia, que representa 30% do PIB da indústria do Paraná, com geração de 1.586 novas vagas de emprego. A indústria de fabricação de móveis também teve contribuição significativa para a geração de empregos no mês de junho, com saldo de 753 vagas na indústria paranaense.

No ano, porém, a indústria do Estado permanece com saldo negativo, de 7.355 vagas de trabalho.

Para Evânio Felippe, economista da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), a melhora dos indicadores da indústria paranaense podem ser vistas como reflexo das primeiras medidas de flexibilização do isolamento social e do crescimento da produção industrial em maio.

Confiança do empresário cresce em junho

O ICEI (Índice de Confiança do Empresário Industrial), medido pela Fiep em conjunto com a CNI (Confederação Nacional da Indústria), também aumentou de 41,7 pontos em maio para 48,5 pontos em junho. Embora o índice permaneça na área pessimista (abaixo de 50 pontos), Felippe observa que houve uma melhora na confiança do empresário industrial, principalmente no que se refere à expectativa para o futuro. 

Na visão do economista, o crescimento do índice pode ser justificado pela visão dos empresários em relação à resolução da pandemia no Estado e de outras ações, como o encaminhamento da Reforma Tributária, que pode conferir mais competitividade à atividade econômica.

A melhor do índice nos próximos meses, conforme Felippe, vai depender da recuperação do consumo, do andamento das reformas, e sobretudo de medidas de controle da pandemia. “Se o empresário souber que no futuro tende a melhorar a expectativa do negócio, isso pode impactar lá na frente o mercado de trabalho. Mas agora é muito difícil dizer qual vai ser a proporção disso.”  


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