Viagem de graça pelo coração de Londrina

Fonte: Paulo Briguet – Revista Mercado em Foco – ACIL Pouca gente sabe que o nome dessa ruazinha situada entre a Catedral de Londrina e a Praça da Bandeira, no […]

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Fonte: Paulo Briguet – Revista Mercado em Foco – ACIL


Pouca gente sabe que
o nome dessa ruazinha situada entre a Catedral de Londrina e a Praça
da Bandeira, no coração da cidade, é Travessa Padre Eugênio
Herter, em homenagem ao pároco da antiga Igreja Matriz nos anos 30.
Ali eu espero o ônibus da linha Centro Livre 001. A linha com tarifa
zero foi criada pela CMTU no mês de julho e percorre 14 pontos nas
ruas centrais da cidade. O objetivo da linha gratuita é fomentar o
comércio londrinense, facilitando o transporte de consumidores e
lojistas.

São 11 horas da manhã. O céu está mais azul que
a camisa do Tubarão. Espero sozinho no ponto. Passam alguns minutos
e finalmente chega o 001. O motorista, muito simpático, informa que
a linha é gratuita, mas dentro de alguns dias será necessário ter
um cartão transporte magnético para utilizá-la, mesmo sem pagar
nada. A CMTU diz que o uso de cartão é necessário para controlar o
fluxo de passageiros. E lá vamos nós.

Nós somos
apenas eu e o motorista, que tem nome de cineasta, Glauber. Até
pouco tempo atrás, Glauber Oliveira de Assis era cobrador, mas teve
a chance de tornar-se motorista após realizar um curso de
capacitação na empresa de ônibus. A Centro Livre 001 é sua
primeira linha. Ele está contente em dirigir pelas ruas históricas
do quadrilátero central. “Já identifiquei alguns passageiros
fiéis”, diz o condutor.

A auxiliar de enfermagem aposentada
Euza da Silva, moradora do Jardim Catuaí (zona norte) utilizou pela
primeira vez a linha Centro Livre para ir a uma consulta médica.
Euza aprovou a criação da linha, mas sugere que o itinerário seja
estendido até a Avenida Bandeirantes, para que o ônibus gratuito
possa ser utilizado por pessoas que frequentam a região das clínicas
médicas. “Fiquei sabendo deste ônibus pelo jornal. É uma ótima
novidade, mas acho que deveria ter um itinerário maior, e com mais
carros, para a espera ficar menor.” Ela também sugere que a CMTU
faça maior divulgação da nova linha.

O ônibus 001 desce
a Alameda Miguel Blasi, passando pela frente do tradicional Hotel
Bourbon, pega a Rua Pio XII e vira à esquerda na Pernambuco, na
esquina do Colégio Hugo Simas. No ponto daquele quarteirão, em
frente ao Colégio de Aplicação, uma passageira faz o sinal e o
ônibus para. É a aposentada Helena Ueda, que está andando pela
terceira vez de Centro Livre. “Moro na Piauí. Meu marido e meus
filhos têm uma loja que vende relógios de ponto eletrônico na
Sergipe”, conta Helena, enquanto passamos em frente à antiga
mansão de Celso Garcia Cid – hoje uma agência bancária – e à
caixa d’água da Higienópolis. Glauber conduz o ônibus pela Rua
Paraíba e vira à direita na Benjamin Constant. Passamos em dois
pontos, mas ninguém entra no ônibus. Somos só eu, dona Helena e o
Glauber.

Na Praça Rocha Pombo, em frente ao Museu Histórico,
Glauber estaciona o ônibus para uma pausa regulamentar de cinco
minutos. É a regra. De onde estamos é possível ver o Museu de Arte
e o Museu Histórico – a antiga ferroviária e a antiga rodoviária.
De repente, tenho um estalo: “Dona Helena, qual é o nome do seu
marido?” “É Tetsuo Ueda.” Ele é o relojoeiro que cuida do
Relojão, um dos símbolos da cidade, também visível do local em
que estamos. Glauber dá a partida e continua a pequena viagem pelo
coração de Londrina. Passamos pela Supercreche, pelo PAI, viramos
na Avenida Duque de Caxias, antiga Rua Heimtal, e depois pegamos a
Sergipe, onde há o colorido e a alegria das pequenas lojas, do
comércio popular, da famosa vitamina. Algumas pessoas fazem sinal
para o motorista e perguntam qual é o itinerário do ônibus. Mas
ninguém sobe. Será que as pessoas ainda não se acostumaram ou não
acreditam que é mesmo de graça?

Dona Helena, antes de descer
no seu ponto, diz que muitas pessoas já estão falando sobre a linha
Centro Livre, mas ainda falta divulgação. “É uma opção boa
para ajudar o comércio”, diz a aposentada, que por muitos anos
trabalhou com relojoaria. O ônibus vira na Minas Gerais e passa
entre duas estátuas: a do prefeito Willie Davids e a do Mercúrio,
símbolo do comércio e da ACIL. Depois, vemos os edifícios Oscar
Fuganti e Júlio Fuganti, a Concha Acústica e o Centro Comercial,
viramos na Pará e encontramos o Colégio Mãe de Deus e o Bosque ­–
dois pontos tradicionais da paisagem e da história londrinense. Na
Rua João Cândido, uma senhora faz o sinal na frente da Sercomtel.
Depois de subir margeando a Praça Sete de Setembro, viramos na
Miguel Blasi e voltamos ao ponto de partida. Talvez seja
coincidência, talvez seja providência, mas o fato é que o endereço
da Catedral de Londrina é Travessa Padre Eugênio Herter, 33 – o
nome de um padre e a idade de Cristo.

Desço do ônibus com a
sensação de que os londrinenses ainda precisam conhecer melhor esse
presente que é poder passear de graça pelo coração de nossa
cidade. Se você quer fazer compras ou simplesmente passear pelo
Centro, é fácil. Não custa nada.


Serviço –
A linha de ônibus Centro Livre 001 funciona das 8 às 18 horas, de
segunda a sexta-feira e nos dois primeiros sábados do mês. Nos
demais sábados, funciona até às 13 horas.

ITINERÁRIO:

Catedral
Miguel
Blasi
Pio XII
Pernambuco
Pará
Higienópolis
Benjamin
Constant
Duque de Caxias
Sergipe
Minas Gerais
Souza
Naves
Pará
João Cândido
Miguel Blasi
Catedral


Foto: Jornal de Londrina

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