MÃOS UNIDAS POR LONDRINA – Por Valter Luiz Orsi

Outro dia ouvi uma frase muito interessante: “Se você continuar dizendo que as coisas vão ficar piores, tem boas chances de virar um profeta”. Na sociedade e na economia também […]

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Outro dia ouvi uma frase muito interessante: “Se você continuar dizendo que as coisas vão ficar piores, tem boas chances de virar um profeta”. Na sociedade e na economia também funciona assim: a previsão do tempo influencia o tempo. Especialistas e empresários são unânimes em dizer que 2015 será um ano difícil. Até aí, nada de novo. Já sabemos. O que não podemos fazer é cruzar os braços e ficar só esperando a tempestade. Temos que nos preparar para as dificuldades, com ousadia e inteligência, e trabalhar para sairmos fortalecidos dos tempos ruins. 

No último domingo, a população da França e os líderes internacionais deram um belo exemplo do que se deve fazer diante de uma crise. Após os abomináveis ataques terroristas em Paris, mais de 4 milhões de pessoas foram às ruas em defesa da paz e contra o terrorismo. A cena mais comovente, na minha opinião, foi ver os homens mais poderosos da Europa e até inimigos históricos – como o primeiro-ministro de Israel e o presidente da Autoridade Palestina – darem-se as mãos contra a turma da meia-noite que ameaça a civilização. No momento da maior crise, em vez de se lamentarem, as pessoas se uniram. Para a maioria dos líderes mundiais, não há negociação com os monstros do mal absoluto. 

Assim também deveria ser no Brasil, no Paraná e em Londrina. Diante da injustiça, do abuso, do autoritarismo e da ignorância, é preciso que as pessoas de bem esqueçam as suas eventuais diferenças e se unam para vencer as forças do mal. Quando a causa é justa – a paz, a segurança, a democracia, a liberdade, o desenvolvimento –, precisamos unir as mãos e superar os obstáculos. Os bons – no Brasil e no mundo – ainda são a maioria. E vão vencer. 

Talvez, a solução dependa menos das autoridades políticas do que da força dos próprios cidadãos. Não é o governo que vai salvar o Brasil; quem vai salvar o Brasil são as pessoas, através das empresas e das instituições da sociedade civil. As empresas – porque produzem valor. As instituições – porque defendem valores. As pessoas – porque são o nosso maior valor. 

Vamos substituir o pessimismo pela união. Vamos trocar as lamentações por trabalho. Vamos esquecer o medo e assumir as nossas responsabilidades. Nosso País, nosso Estado e nossa cidade só vão vencer a crise se houver um investimento maciço em qualificação da mão de obra, inovação tecnológica e aumento da produtividade. Só assim teremos os recursos para melhorar a qualidade dos serviços públicos e oferecer uma vida melhor a todos os londrinenses, paranaenses e brasileiros. 

A Europa precisa vencer o terrorismo – e o Brasil deve apoiar essa luta, inclusive no combate duro à criminalidade. Mas nós também precisamos vencer o baixo crescimento econômico que condena o povo brasileiro à miséria e à dependência estatal. Precisamos libertar as empresas desses jugos que são a carga tributária indecente, a indústria das ações trabalhistas e a burocracia do setor público. Está na hora de diminuir o tamanho do Estado brasileiro – para que 39 ministérios e tantos cargos comissionados, presidente Dilma? 

Só a união da sociedade civil e das empresas poderá acabar com outro terrorismo que vem dilapidando o patrimônio público brasileiro: a corrupção nas estatais. Aqui em Londrina, há 15 anos, nós fizemos a lição de casa contra a corrupção. Para isso, foi preciso unir a sociedade em torno de valores inquestionáveis: ética, transparência, responsabilidade. Se seguirmos os exemplos que vêm da França atual e de nossa própria história recente, venceremos essa dupla de terroristas que vem sangrando a nação nos últimos anos: a corrupção e a má gestão. Vamos seguir de mãos unidas – em Londrina, no Brasil e no mundo. 

VALTER LUIZ ORSI – Presidente da Associação Comercial e Industrial de Londrina.

(Artigo publicado na Folha de Londrina em 17 de janeiro de 2015)

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