A movimentação no terminal de cargas (Teca) do Aeroporto de Londrina cresceu mais de 26 vezes de janeiro a julho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado. Nos sete primeiros meses de 2013, passaram pelo Teca 78 unidades de carga, totalizando 20,2 toneladas. Já, em 2014, foram 33.299 unidades, num total de 540,6 toneladas.
Ainda é pouco, como admite o superintendente da Infraero em Londrina, Marcus Vinícius Pio. O terminal, que movimentou cerca de 77 toneladas/mês, tem capacidade para, pelo menos, o dobro. "São 550 metros quadrados de área de armazenagem e 113 metros cúbicos para carga refrigerada e congelada", afirma. Mas, o avanço é grande considerando-se o fato de que a unidade, implantada há mais de cinco anos, ficou praticamente sem uso até o ano passado. "A ideia é saturar este Teca para partir para um novo", conta o superintendente.
De acordo com ele, o terminal "decolou" devido a um esforço conjunto da Infraero, Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) e Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel). No início do ano passado, a estatal conseguiu baixar as tarifas de armazenagem em porcentagens que vão de 45% a 65%. E as entidades passaram a divulgar entre os empresários a possibilidade de desembaraçar cargas internacionais em Londrina.
Com taxas competitivas, as empresas passaram a importar pelo Teca. A grande vantagem é o tempo de espera. Enquanto em Paranaguá o processo pode demorar um mês, caso seja enquadrado em canal vermelho, em Londrina, nunca passa de dois dias. "Mesmo com canal vermelho, conseguimos liberar até no mesmo dia. Aliás, conseguimos fazer isso durante a Copa, em dia de jogo do Brasil", garante Pio.
A liberação depende da Receita Federal, cujo sistema decide aleatoriamente se o desembaraço será feito em canal verde, amarelo ou vermelho. No primeiro, há apenas a conferência da documentação. No, segundo, essa conferência é mais detalhada. Já, no canal vermelho, é realizada uma checagem completa da documentação e da carga.
Apesar de pertencer à Infraero e ficar no aeroporto, o Teca quase não opera carga aérea. A maioria vem de navio até Paranaguá e depois de carreta para Londrina. Isso ocorre, segundo Pio, por falta de transportadoras aéreas. Somente a GOL oferece o serviço de carga internacional na cidade e, assim mesmo, apenas para os demais países do Mercosul. O superintendente diz já ter proposto à TAM que passe a utilizar o terminal, mas a companhia não manifestou interesse até agora.
Embora o Aeroporto de Londrina só opere voos domésticos, as cargas podem sair já desembaraçadas pelo Teca nos bagageiros das aeronaves de passageiros até os aeroportos internacionais, onde passam por conexões. Da mesma forma, podem chegar lacradas para serem desembaraçadas aqui.
Devido à falta de opções aéreas, o Teca praticamente não faz exportações. O executivo de Contas da ES Logística Internacional, Fábio Secco, lamenta o fato.
Ele utiliza o terminal em poucas situações, enviando cargas pela GOL. Além de mais cômodo, de acordo com Secco, o frete fica mais barato. "Se eu consigo enviar a carga via aérea de Londrina para ser colocada num avião cargueiro em São Paulo, por exemplo, o frete sai mais em conta. Quando eu tenho de fazer esse primeiro trecho de caminhão, fica sempre mais caro", explica.
Em nota enviada à FOLHA, a TAM Cargo informa que está "atenta às necessidades dos clientes para iniciar ou ampliar operações". E que, no momento, "há um estudo de viabilidade com foco em ampliar sua presença em importantes regiões, como Londrina".