Entrando na última semana da corrida eleitoral, 9% dos eleitores paranaenses não sabem ainda em quem votar para governador, de acordo com a última pesquisa Datafolha. Quem se enquadra na estatística ou ainda não escolheu seu representante para a Presidência da República, Senado Federal, Câmara dos Deputados ou Assembleia Legislativa (AL) do Paraná, sites ou aplicativos para celular podem auxiliar na definição dos candidatos.
Os eleitores que acompanham o noticiário político com frequência já devem conhecer sites como o Congresso em Foco (congressoemfoco.uol.com.br) e o Transparência Brasil (www.transparencia.org.br), que acompanham a eficiência dos homens públicos, gastos e produtividade. O mesmo serviço é feito por portais de notícias e sites jornalísticos.
Mas outras opções surgiram nos períodos mais próximos da eleição. Um exemplo é o “Quem Quer Virar Excelência” (www.excelencias.org.br/quemquer), da ONG Transparência Brasil. Além dos dados já disponíveis no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o sítio eletrônico oferece ainda os dados históricos de eleições já disputadas pelos postulantes desde 2002, quais cargos públicos já exerceu e ocorrências na Justiça, entre outras informações. Serviço semelhante é oferecido no site Meu Congresso Nacional (meucongressonacional.com).
Outros são mais voltados para debater os posicionamentos dos homens públicos, como o Repolítica (www.repolitica.com.br), no qual o eleitor-internauta obtém o perfil detalhado dos candidatos e suas posições político-ideológicas, podendo ainda confrontar candidatos. Noutra novidade, o Vote na Web (www.votenaweb.com.br) permite conhecer o que tramita no Congresso Nacional e votar favorável ou rejeitar as propostas. Com isso, é possível verificar a identificação com os ideais do candidato.
Aplicativos disponíveis para celular também oferecem ferramentas parecidas. É o caso do Monitora Brasil e do Acordei Brasil, ambos disponíveis para dispositivos Apple e Android. Os dois trazem perfil dos candidatos, pequena biografia, gastos com campanha e processos, entre outros. E quem quiser comparar afinidades políticas pode experimentar o aplicativo Voto x Veto. Nele, o usuário escolhe se aprova ou não algum tema em voga. Com base em suas decisões, o programa compara qual candidato é o mais próximo dos ideais do eleitor.
Forma de escolher
O professor do Programa de Pós-Graduação em Ciência Política da Universidade Federal do Paraná (UFPR) Sérgio Braga considera que há um excesso de informações sobre os políticos no Brasil e a escolha precisa ser feita com base em critérios específicos. “Tem que separar o joio do trigo”, alerta.
Ele elenca três fatores que devem ser levados em conta na hora de eleger seu candidato. O primeiro é o envolvimento do homem público com escândalos. “Esses políticos envolvidos em irregularidades são a minoria, por incrível que pareça”, diz o professor, justificando que casos de corrupção têm mais exposição midiática, provocando a sensação de que a corrupção é generalizada.
O segundo ponto é avaliar a coerência na trajetória política. O professor e pesquisador alerta que quem muda muito de partido tem mais preocupação com seu projeto de poder do que com os interesses da sociedade. “Esses partidos nanicos, essas legendas de aluguel, em que o candidato muda de partido ao perder uma eleição, desconfie dele.”
Na hora da pesquisa, o eleitor também tem de verificar se as propostas do candidato para a sociedade condizem com a trajetória política. “Se ver um sujeito muito rico defendendo muito políticas sociais, desconfie dele. Se ver um político que ocupou cargo na ditadura defendendo a democracia, desconfie, também.”