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O poder das plantas a nosso favor

Fonte: Michelle Aligreri – Revista Mercado em Foco/ ACIL 

Praticamente todo mundo conhece uma receita de chá para quem está com gripe ou uma planta calmante para usar naqueles dias mais difíceis. No Brasil, boa parte dos conhecimentos sobre a utilização das plantas para curar e prevenir doenças vem da cultura indígena, mas os colonizadores de todos os lugares do mundo também trouxeram conhecimentos sobre as propriedades medicinais das ervas. Afinal, a utilização das plantas acompanha a história da humanidade e é desse estudo que surge a fitoterapia.

No Brasil, há quase 43 mil espécies de plantas catalogadas, das quais quase 10 mil têm algum potencial terapêutico. Raízes, caules, cascas, folhas, flores, frutos e sementes: os princípios ativos podem se concentrar em qualquer parte das plantas e descobrir a melhor forma de utilizá-las é uma das tarefas dos profissionais com especialização em fitoterapia.

Incluída nas práticas integrativas, como acupuntura, aromaterapia e florais, a fitoterapia é atualmente um dos tratamentos disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS). A nutricionista e fitoterapeuta Camila Mocelin explica que, também entre as plantas, a diferença entre o remédio e o veneno está na dose. “É preciso cuidado ao indicar a utilização de plantas porque, além do risco de as pessoas confundirem espécies parecidas, é preciso saber a dosagem para evitar malefícios”, explica. As plantas chamadas “medicinais” possuem princípios ativos que auxiliam no tratamento de certas patologias, mas é preciso fazer a extração e utilizar a dose certa. “A fitoterapia é mais do que o uso de chás. Na prescrição, identificamos a planta de uma forma padronizada. Na farmácia de manipulação, o componente é extraído e colocado em uma cápsula para que o cliente utilize a quantidade adequada”, afirma.

Conforme ela, os chás não permitem um controle tão exato da dosagem de princípios ativos que a pessoa está consumindo, por isso, a orientação de um profissional habilitado é muito importante. “O chá de camomila, por exemplo, é contraindicado para gestantes com risco de aborto, porque pode estimular as contrações”, destaca.

Para as pessoas que gostam de consumir os chás, além de conhecer as plantas e suas propriedades terapêuticas, a fitoterapeuta explica que é preciso saber como preparar a bebida. “Se eu for fazer um chá da raiz ou da casca da planta, é necessário fazer a fervura entre 5 a 10 minutos para extrair o princípio ativo. No caso das folhas ou flores, basta colocá-las quando a água iniciar a fervura e desligar o fogo, colocando uma tampa no recipiente, para fazer a infusão”, explica.

A fitoterapia tem sido a opção de muitas pessoas que querem evitar os medicamentos convencionais. Pode ajudar na prevenção e tratamento de diversas doenças e sintomas que causam prejuízos ao organismo. “Temos plantas anti-inflamatórias, benéficas para quem tem reumatismo, artrite, artrose, plantas que estimulam ou prendem o intestino, outras que contribuem com a cicatrização de mucosas. A indicação de cada uma e a dosagem dependem do perfil do cliente”, destaca Camila Mocelin.

Ela explica que percebeu aumento na procura pela fitoterapia nos últimos meses, especialmente entre as pessoas com sintomas de insônia, ansiedade e depressão. “Alguns pacientes estão relatando que desenvolveram Síndrome do Pânico e percebemos que houve aumento da procura por pessoas que estão apresentando este perfil”, afirma.

Camila acrescenta que a fitoterapia também é muito útil para quem quer controlar a agitação no dia a dia. Para quem vive na correria entre casa, família e trabalho, está buscando mais equilíbrio e controle emocional ou quer melhorar a qualidade do sono, ela recomenda alguns chás que são de fácil acesso e podem ser comprados em casas de produtos naturais ou no mercado. “Sempre oriento que o melhor é usar a planta mesmo, mas se a pessoa quiser usar o sachê industrializado, recomendo colocar dois sachês por xícara”, ensina. Ela destaca que nenhuma das plantas indicadas abaixo deve ser consumida por gestantes.

BOX

Receita para uma xícara de chá:

Hortelã (Mentha puperita L., folhas), camomila (Matriarca camomila L., flores), capim limão (Cymbopogon citratus, folhas), melissa (Melissa officinalis L., folhas).

Preparo:

Escolha uma das plantas ou prepare um mix com elas.

Coloque a água para aquecer e, quando levantar fervura, desligue e adicione uma colher de sopa rasa da planta ou das plantas escolhidas. Tampe o recipiente e deixe em infusão por dez minutos. Coe e tome quente ou frio.

A dose diária recomendada é de duas a três xícaras por dia.


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