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Palco Gestão: Sobrevivência da empresa familiar

Por Claudemir Scalone – Lidere 2018 – ACIL

As empresas administradas por grupos familiares representam 80% das companhias brasileiras, segundo a PwC Brasil. Elas respondem por metade do PIB do País e são a espinha dorsal do setor corporativo no Brasil. No entanto, a taxa de mortalidade das empresas familiares é alta segundo o professor e especialista em Direito Comercial e Societário, Marcelo Bertoldi. O advogado foi um dos palestrantes no primeiro dia do LIDERE 2018 da ACIL.

De acordo com Bertoldi, cerca de 70% das empresas familiares não sobrevivem da primeira para a segunda geração. Na passagem de bastão da segunda para a terceira, a taxa de mortalidade chega a 90%. Somente 3% sobrevivem da terceira para a quarta geração.

O professor observa que somente 43% das empresas familiares em todo o mundo têm um plano de sucessão. “Isso é muito grave. Se não planejar a chance de não sobreviver é muito grande.”

O especialista diz que, por isso, essas empresas precisam de plano de governança auxiliar para definir os papéis dentro das organizações. Isso ajudará a superar a dificuldade no relacionamento profissional e de parentesco e os inevitáveis choque de gerações (filhos mais novos são dispostos a riscos).

Bertoldi explica que os donos de empresas familiares vivem um dilema: fazer a empresa crescer no mesmo ritmo da família (que cresce mais que a riqueza do empreendimento familiar).

Por isso, o professor defende a governança corporativa para separar os interesses da empresa com os possíveis conflitos familiares. A adoção dessa prática vai permitir o estabelecimento de regras claras sobre o poder de controle das companhias impedindo que conflitos pelo poder ponham em risco a sobrevivência da empresa.

Na governança corporativa, o ambiente empresarial fica separado do ambiente familiar. “Surgem novas funções e papéis para familiares e não familiares”, observou ele.

Nessa etapa, o conselho de administração torna-se peça-chave. Ele passa a ser o elo entre os donos do negócio e quem toca o negócio. “O conselho vai pensar a organização a longo prazo”, observou.

Para antecipar-se à sucessão familiar, o professor sugeriu a criação de uma holding. Ele apontou que o ideal é criar uma holding patrimonial (bens imóveis e móveis) e uma holding operacional (empresas) para defender-se de futuras crises.

A doação de cotas de holdings para os filhos é uma maneira de preparar a sucessão. Ele sugere doação de usufrutos, uma forma de transferência de patrimônio planejado. É uma forma também de escapar da forte tributação tributária imposta pelo governo. Bertoldi apontou que há um projeto de lei no Congresso que pretende elevar a alíquota do imposto sobre transmissão e doação de 4% para 25%.

Outro ponto destacado por Marcelo Bertoldi foi o acordo de sócios, fundamental para qualquer empresa. Nesse desafio de ir contra a estatística de que apenas 3% das empresas familiares sobrevivem, o professor orienta: “A governança corporativa é uma caminhada que tem que começar o quanto antes”.


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