Fonte: Assessoria ACIL
Nesta semana a mídia de entretenimento mundial lembrou que 21 de outubro de
2015 é o dia em que o personagem Marty McFly, do filme “De volta para o futuro 3”, desembarca após viajar 30 anos numa máquina do tempo. A brincadeira ganhou
as páginas da internet no mundo inteiro. Chegamos, enfim, ao dia em que o
futuro vira presente.
Dentro desse clima, o diretor de publicidade e Digital Business da Folha de S. Paulo, Paulo Schiavon,
garante que o maior jornal brasileiro não está preocupado com o futuro – mas
com o presente. Em sua palestra hoje na 4ª Semana do Empreendedor Digital da
ACIL, Schiavon diz que preocupar-se com o presente é, acima de tudo, conhecer o
comportamento dos consumidos. “O foco das empresas modernas não está nos
produtos, mas nas pessoas”, observa o executivo.
Em sua palestra na SED, Schiavon abordou o tema “Novas mídias: o que muda, o
que se transforma”. Tema que faz lembrar a famosa frase de Antoine de
Lavoisier, o pai da química moderna: “Na Natureza nada se cria, nada se perde,
tudo se transforma”.
À máxima do cientista francês, Paulo Schiavon acrescentaria que nada mídia
eletrônica “tudo se copia”. As práticas que se provam eficazes são rapidamente
adotadas por todo o mercado, que então desenvolve processos de inovação para
fazer melhor, diferente e com maior escala. “É por isso que o novo profissional
de marketing está sempre inquieto e nunca está satisfeito. Ele está sempre fora
da zona de conforto.”
Segurança, reputação, credibilidade
Zona de conforto é algo desconhecido para quem, como Schiavon, atua no maior jornal
brasileiro e promove a integração das plataformas tradicionais – como o jornal
de papel – com as mídias eletrônicas em constante metamorfose. “Hoje o grande
investimento não se faz em infraestrutura, mas em infoestrutura. É a info que vai garantir escala ao negócio e
extrapolar os limites físicos e geográficos que nos separam dos consumidores.”
Para garantir a sustentabilidade neste admirável mundo novo, é preciso
conquistar a confiança do consumidor. “A era do vender dá lugar à era do ajudar
a comprar.” As empresas ajudam seus clientes a comprar quando inspiram
segurança. E inspiram segurança quando constroem reputação. “Por isso, as bases
do sucesso da Folha de S. Paulo, em
todas as plataformas, são a independência editorial e a credibilidade junto aos
leitores.” Os superficiais que nos perdoem, mas criar propósito e relevância é
fundamental. “A reputação das empresas ganha ainda mais importância quando se
sabe que a população brasileira está ficando cada vez mais idosa”, comenta
Schiavon. “O Brasil não é mais o país do futuro, mas o país do presente.”
Uber e anúncios automatizados
O diretor da Folha de S. Paulo afirma
que as empresas inovadoras não se limitam a seguir as regras do jogo mas,
quando necessário, criam as regras do
jogo. O exemplo é o Uber – serviço especial de táxi por internet. “Estive em
Miami, Moscou, Londres e Cannes recentemente e posso dizer: o padrão de
qualidade do Uber é o mesmo em todos os países. Eles focam na qualidade dos
serviços e por isso hoje são uma empresa digital que vale 50 bilhões de
dólares”.
Ao citar os números da Folha de S. Paulo e a espetacular quantidade de dados
específicos sobre leitores e usuários de internet, Paulo Schiavon detalhou aos
participantes da SED os meandros da chamada compra programática – uma sistema
de compra automatizada de anúncios que pode alavancar as vendas de empresas que
buscam o seu público tal como os personagens buscavam o autor na peça teatral
de Luigi Pirandello. É algo que veio para ficar: pois não existe maneira de
desinventar a roda.