Fonte: Jornal de Londrina
Em dois anos, a mão de obra do setor de Tecnologia de Informação
e Comunicação (TIC) buscou qualificação e, hoje, 80% das empresas
contam com funcionários graduados e pós-graduados. Em 2013, apenas
58% dos trabalhadores da área tinham nível superior. Esse e outros
dados estão na pesquisa realizada pelo Sebrae, por solicitação do
Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel), sobre o perfil das
empresas na área de abrangência do Arranjo Produtivo Local (APL) de
Software.
Hoje, em um raio de 70 quilômetros a partir de Londrina, há
1.181 empresas de TIC que empregam cerca de 19 mil funcionários –
com alta de 3 mil vagas entre 2013 e 2015 -, e com um faturamento
expressivo. Das 60 empresas consultadas na pesquisa, 44% empregam
mais de seis funcionários e 38%, de um a cinco funcionários. Do
total, 56% faturam até R$ 360 mil ao ano e 25% atingem uma marca
entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões.
A pesquisa constatou também que 28% das indústrias dependem
exclusivamente do mercado da região, grande parte atende clientes em
São Paulo e Santa Catarina e apenas 13% se dedicam à exportação.
Segundo o diretor de Ciência e Tecnologia da Codel, Pedro José
Granja Sella, a pesquisa foi encomendada para se entender melhor as
demandas do setor para focar em ações que venham efetivamente a
contribuir com o desenvolvimento das empresas do APL e torná-las
mais competitivas. “Londrina já tem algumas ações que precisam
ser fortalecidas, como o ISS Tecnológico, que pode ajudar essas
empresas, já que todas as outras precisam de inovação e
tecnologia. O problema é que a maioria dos empresários ainda
acredita que o ISS é voltado exclusivamente para área de TI, o que
não é verdade.”
Segundo Sella, em 2014 apenas R$ 500 mil em projetos foram
aprovados porque não houve procura. Além disso, ele cita o Programa
Municipal de Incentivo à Inovação (Promin), um novo programa
destinado ao patrocínio de projetos de inovação tecnológica e
científica, em moldes parecidos ao do Programa Municipal de
Incentivo à Cultura (Promic). “A partir do ano que vem, as
empresas poderão dispor de recursos para projetos inovadores.”
O presidente do APL, Luís Carlos Albuquerque Silva, diz que um
raio X do tipo é importantíssimo. “Há algumas coisas que já
sabíamos, mas colocando no papel, podemos entender melhor nosso
posicionamento.” Um dos pontos apurados e que chamou a atenção de
Silva é sobre a despesa com a mão de obra. “Três quartos do
faturamento vão para a mão de obra, que está mais qualificada, e
isso é muito bom.”