Reduzir a geração de resíduos sólidos em toda a cadeia da construção civil e estimular o reaproveitamento de materiais entre os próprios fornecedores. Esses são alguns dos objetivos do Plano de Logística Reversa que os quatro Sindicatos da Indústria da Construção Civil (Sinduscon) no Estado entregam hoje, às 9 horas, à Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sema), o primeiro do setor no País. A entrega será feita ao secretário Antônio Caetano de Paula Júnior, durante a 11ª reunião do Conselho Temático de Meio Ambiente e Sustentabilidade Regional Sul-Sudeste (Coema) da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Pelo Plano de Logística Reversa, previsto na Lei Federal 12.305/2010, o produto deve fazer o caminho contrário após o seu consumo, voltando até o fabricante. Se o plano dos Sinduscon for aprovado pela Sema, uma das primeiras ações previstas é a composição de um comitê gestor – deliberativo e executivo – com representantes da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBic), Sema, Fiep, Instituto Ambiental do Paraná (IAP), além dos Sinduscon, que vai embasar sua atuação em dois pilares – sustentabilidade e destino correto do resíduo. “O objetivo é unir todo o segmento – fornecedores, construtores e poder público – para reduzir o impacto ambiental, reduzindo o volume, aumentando o reuso e a reciclagem dos materiais”, aponta o presidente do Sinduscon-PR, José Eugênio Gizzi.
Segundo dados da Sema, 40% de todo o material depositado nos aterros têm origem na construção civil. “E desses, 75% do que vai parar nos aterros vêm do pequeno construtor ou do informal. É esse que precisaremos conscientizar.” Hoje, diz Gizzi, a maioria das construtoras já adota procedimentos de racionalização e reaproveitamento de materiais, em processos racionais e sustentáveis de produção. “Se utilizássemos as metodologias de 15 a 20 anos atrás, o custo seria muito alto.” Com os pequenos, Gizzi diz que, além da conscientização, será preciso a participação do poder público na fiscalização. “Teremos que fazer uma mudança de cultura”, adianta.
De acordo com o coordenador de Resíduos Sólidos da Sema, Carlos Garcez, entre 12 e 15 segmentos produtivos do Paraná já entregaram planos de logística reversa, dentro do Programa de Resíduos Sólidos do Paraná. O programa paranaense ampliou para 20 os setores que precisam fazer a logística reversa, enquanto o programa nacional, de 2010, prevê apenas seis. Segundo ele, a indústria da construção civil não estava entre os segmentos listados pelo programa nacional. “Eles foram pegos de surpresa pela exigência estadual e levaram quase dois anos para apresentar o plano.”
Segundo Garcez, até o momento, apenas três sindicatos e associações regionais já apresentaram o plano: moveleiro, de reparação de veículos e de eletricidade, gás, água, obras e serviços. A Sema terá 45 dias para avaliar o plano da indústria da construção e, se tudo estiver correto, assinar o termo de compromisso para a implantação. “Aí, o prazo de implantação vai depender do que estiver previsto, mas nunca superior a 20 anos.”