Possíveis ajustes em tributos serão considerados, diz ministro da Fazenda

Fonte: Folha de Londrina O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou ontem, em seu primeiro discurso como titular da pasta, que possíveis ajustes em tributos serão considerados em sua […]

Apiki

Compartilhe com o universo

Compartilhar Possíveis ajustes em tributos serão considerados, diz ministro da Fazenda no Linkedin Compartilhar Possíveis ajustes em tributos serão considerados, diz ministro da Fazenda no Twitter Compartilhar Possíveis ajustes em tributos serão considerados, diz ministro da Fazenda no Facebook

Fonte: Folha de Londrina


O novo ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou ontem, em seu primeiro discurso como titular da pasta, que possíveis ajustes em tributos serão considerados em sua gestão, para aumentar a poupança doméstica do País. “Possíveis ajustes em alguns tributos também serão considerados, especialmente aqueles que tendam a aumentar a poupança doméstica e reduzir desbalanceamento setoriais da carga tributária”, afirmou, sem citar exemplos concretos. 

Ele falou em simplificação de tributos, fim da guerra fiscal entre os Estados com a reforma do ICMS, o que deve estimular investimentos. Levy afirmou ainda que vai manter o tratamento tributário diferenciado para micro e pequenas empresas. 

Ele destacou que qualquer iniciativa tributária terá que ser coerente com a trajetória do gasto público, e que benefícios fiscais, como desonerações, por mais atraentes que sejam, terão de ter as consequências consideradas. Caso contrário, “essa seria a fórmula para o baixo crescimento endêmico”. 

ILUSÃO


Levy mandou vários recados em seu discurso inaugural. Afirmou que o uso do Tesouro para “adiar e contornar” necessidades de alguns setores é uma ilusão, que “só enfraqueceria a nossa economia”. “A ilusão de que a garantia financeira do Tesouro pode ser um manto que suprima, adie ou contorne a necessidade de se enfrentarem problemas, hiatos ou distorções em qualquer setor não deverá encontrar guarida”, disse. 

Levy não foi específico, mas sua fala se refere a subsídios como ao do setor elétrico. No ano passado, o Tesouro cobriu parte do rombo das distribuidoras, prejudicadas pela pouca chuva e reservatórios no vermelho. E sentenciou: “Nos próximos quatro anos, de uma forma ou de outra, nossa economia se transformará.” 

Levy afirmou que o alinhamento das taxas de juros vai diminuir a exposição do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) ao Tesouro Nacional, e que reforçará o Tesouro a pagar de forma “tempestiva e segura” os benefícios sociais. 

Para maquiar as contas públicas, o Tesouro incorreu algumas vezes, nos últimos anos, na prática de adiar pagamentos, prática apelidada no mercado de “pedalada” fiscal. 

O novo ministro voltou a reforçar que é prioridade o realinhamento dos preços administrados pelo governo, como da gasolina e da energia elétrica, que durante os dois últimos anos foram subsidiados pelo Tesouro para conter a alta da inflação. 

PATRIMONIALISMO


Além do ajuste das contas públicas, com o aumento da poupança do governo, Levy seguiu a fala inaugural de Dilma e defendeu o fim do patrimonialismo, “a pior privatização da coisa pública”. “A antítese do sistema patrimonialista é a impessoalidade das relações. Fixa parâmetros para a economia, protegendo o bem comum”, defendeu. 

AUSÊNCIA


Na cerimônia que marca o início de sua atuação oficial na Fazenda, Levy não recebeu o cargo de seu antecessor, Guido Mantega. Paulo Rogério Caffarelli, ex-secretário executivo e ministro interino na ocasião, fez as vezes de ex-ministro. Mantega, cuja saída da equipe econômica foi anunciada pela presidente Dilma em setembro, não está em Brasília, e negociou com a presidente sua ausência. Caffarelli homenageou Mantega, lembrando que foi o ministro da Fazenda mais longevo, permanecendo no cargo por 8 anos e 9 meses. 

“Nos próximos quatro anos, de uma forma ou
de outra, nossa economia se transformará”

Leia também