Fonte: Ranulfo Pedreiro – Revista Mercado em Foco/ ACIL
Uma das medidas mais importantes para combater a crise e proteger as empresas foi a multiplicidade de opções que as linhas de crédito assumiram para atrair quem precisa de recursos para os mais diversos fins, desde reforçar o capital de giro até investir em estoque. Mas a atratividade dos financiamentos – alguns com taxas realmente abaixo do mercado – pode esbarrar no timing. Afinal, qual o melhor momento – e o motivo ideal – para se pedir dinheiro emprestado? A primeira dica é simples e fundamental: consultar um especialista de confiança.
Este é um dos serviços oferecidos pela ACIL. A consultora Marisa Rodrigues é conhecida pela sinceridade e clareza com que expõe as vantagens das linhas de crédito com as quais trabalha. Suas análises são acompanhadas de aconselhamentos primordiais para o empresariado. Se a avaliação for negativa, é melhor concordar. Mas, tenha certeza, ela vai fazer o possível para dar um “sim” como resposta.
“O meu trabalho é orientativo e completamente sem custo. Oriento tanto na questão de comunicação quanto na linha de crédito. Sou especialista, tenho condições de indicar qual a melhor linha e ajudar na operação propriamente dita”, ressalta Marisa Rodrigues. Para ela, o prazer de seu trabalho está nos benefícios: “Eu amo quando a empresa consegue superar as dificuldades e morro de pena quando a empresa está precisando, mas não tem condições”, desabafa. “Nosso trabalho é ajudar o empresário em nome da ACIL”, complementa a consultora.
Para entender melhor, é preciso saber que a ACIL oferece dois caminhos para quem está precisando de crédito, pela Fomento Paraná e pela Garantinorte. Qual a diferença entre ambas? “Imagine que a Garantinorte é uma árvore e a Fomento é uma floresta. Dentro de uma linha, tem várias ramificações”, explica Marisa Rodrigues.
Apesar de ser uma instituição de economia mista, a Fomento Paraná trabalha majoritariamente com recursos do Estado. Seus objetivos são claros: “Proporcionar aos empreendedores paranaenses, tanto nas cidades quanto nas áreas agrícolas, o acesso ao crédito mais barato e, consequentemente, estimular o desenvolvimento e a produtividade no estado”, diz o site oficial (www.fomento.pr.gov.br/).
Pela ACIL, a Fomento oferece linhas a partir de R$ 21 mil. As taxas variam de acordo com o setor de atuação, para empresas com no mínimo dois anos de atividade. A classificação se dá também pelo tamanho da empresa: MEI, micro, pequena, média e grande.
Neste caso, a consultora da ACIL ajuda a levantar toda a documentação, que é enviada para análise em Curitiba. Há um prazo de cerca de 30 dias para que venha uma resposta com proposta de crédito baseada no perfil da empresa solicitante. “Fica difícil prever qual linha vai cair para a sua empresa, porque eles podem mudar a linha sugerida, e a taxa, que começa a partir de R$ 0,60. Ou seja, a linha, a taxa, o prazo e a carência são definidos de acordo com o perfil da empresa”, detalha Marisa.
O outro caminho é por intermédio da Garantinorte (www.garantinortepr.com.br), uma Sociedade Garantidora de Crédito que cresceu vertiginosamente nos últimos anos. Neste caso, a Garantinorte dá a garantia de que o financiamento será pago, conseguindo taxas mais competitivas. A Garantinorte ajuda a financiar de R$ 15 mil a R$ 170 mil, com prazo de 48 meses e até 3 meses de carência. As taxas partem de 0,40% + CDI. As linhas são voltadas para MEIs, micro e pequenas empresas. Uma das vantagens da Garantinorte é a velocidade. Caso a documentação esteja em dia, o pagamento pode ocorrer em 20 ou 25 dias. E a empresa precisa ter apenas um ano de existência.
Por conta da pandemia, a necessidade mais urgente dos empresários é reforçar o capital de giro: “Quem está precisando de capital de giro, está precisando para ontem. É preciso pagar o funcionário, o fornecedor, comprar peças mais baratas, é o que o empresário está precisando. A procura, hoje, é 100% para capital de giro. Há uns 5 meses não pego nada que não seja capital de giro”, revela a consultora.
O atendimento de Marisa Rodrigues vai desde ajudar a identificar a necessidade do cliente até detectar a melhor linha de crédito: “Vou dar toda a assessoria na questão de documentação, vou visitar a empresa e direcionar um crédito saudável para ela, com a menor taxa”. Todo esse atendimento não tem custos para o empresário.
Antes de começar o processo, porém, é preciso analisar os motivos para tomar dinheiro emprestado. “O principal conselho para quem está pensando em pegar crédito é analisar a si mesmo. Para quê o dinheiro vai servir? Quanto será necessário? A empresa tem condições de pagar? Uma coisa é querer R$ 50 mil e poder pagar R$ 20 mil. Não é porque existe crédito que é para sair pegando por aí”, alerta Marisa Rodrigues.
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“Busque recursos antes de ter problemas de crédito”
Nossa reportagem também conversou com Rodolfo Zanluchi, diretor financeiro da ACIL e presidente da Garantinorte, para esclarecer as principais dúvidas quando o assunto é tomada de crédito.
Mercado em Foco – Hoje, por conta da crise, muitas empresas partiram em busca de empréstimos. Mas qual é o momento certo para se recorrer a um financiamento? Com quais objetivos o crédito deve ser tomado?
Rodolfo Zanluchi – A crise de fato acabou fazendo com que a demanda por crédito aumentasse substancialmente, porque muitas empresas tiveram e ainda estão tendo dificuldades nas suas atividades por conta dessas restrições que nós temos. Essas empresas precisam de recursos para conseguirem sobreviver. A maioria delas não tem sobras de caixa e precisa buscar o recurso. O momento para buscar crédito não é algo que possamos fixar. Nós temos outros eventos que também fazem com que as empresas busquem recursos. Um investimento para ampliar as suas atividades é um desses momentos, o lançamento de um novo produto, para pagar o 13º… Então o crédito tem que estar sempre disponível e facilitado para a hora em que o empreendedor precisar.
MF – A ACIL oferece hoje linhas de crédito da Fomento Paraná e da Garantinorte. Que conselho você daria a um empresário que está precisando reforçar com urgência o capital de giro?
RZ – Que ele se mantenha com um bom cadastro e busque o recurso antes de ter problemas de crédito. Se ele vier a ter uma pequena mancha no histórico, as análises de crédito detectam e as dificuldades aumentam. Por mais que a gente tenha flexibilidade da Garantinorte e da Fomento Paraná em avaliar essas necessidades e esses pedidos de crédito, todas as instituições seguem critérios de análise que vão criar dificuldades se o empresário estiver com o nome sujo. Organize sua documentação e esteja com o nome em ordem que a análise de crédito será bem mais favorecida.
MF – A Garantinorte é hoje uma das maiores SGCs do Brasil. Como se deu esse crescimento e quais as vantagens que ela oferece ao empresário?
RZ – Nós tivemos um crescimento vertiginoso de dezembro para cá, mas existem algumas garantidoras que têm um histórico passado melhor do que o nosso. Estamos entre as 3 maiores, vamos dizer assim. Esse crescimento é fruto de um trabalho de divulgação muito grande do objetivo da entidade, das parcerias que conseguimos desenvolver com as instituições financeiras, as cooperativas de crédito, que entenderam o quanto é bom operacionalizar o seu crédito, conceder crédito através da nossa garantia. E também fruto dessa necessidade que tivemos de as empresas buscarem crédito nesse momento de dificuldade. Como as taxas de juros estavam bastante atrativas – agora começaram a subir – a busca por crédito acabou sendo maior porque o pagamento se tornou mais fácil.