RIO – Os resultados da produção industrial apresentados nesta terça-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram uma recuperação na margem em março, baseada principalmente na retomada das vendas de veículos automotores e no desempenho de setores voltados para o mercado interno.
A produção industrial brasileira cresceu 0,7% de fevereiro para março, a terceira alta consecutiva. O avanço foi impulsionado pelo setor automotivo, cuja produção subiu 7% no período e já acumula crescimento de 56,5% em relação a dezembro.
Entretanto, o indicador recuou 10% em relação ao mesmo mês de 2008 e a perda acumulada nos dois últimos trimestres chega a 16,7%, a mais elevada desde o segundo trimestre de 1990 (-19,8%). No acumulado dos últimos doze meses, a queda é de 1,9%, trajetória negativa desde setembro do ano passado.
– Há uma recuperação em curso. Uma recuperação suave, mas é uma reação – frisa o coordenador de indústria do IBGE, Silvio Sales.
A única das três categorias de uso que apresentou queda na comparação de março com fevereiro foi bens de capital, (produção de máquinas e equipamentos) que recuou 6,3%, na segunda queda seguida. O coordenador do IBGE lembra que a indefinição do cenário econômico devido à crise internacional causa uma retração nas compras de máquinas e equipamentos.
– Os bens de capital foram os últimos a sentir os efeitos da crise e agora demoram mais a recuperar – observa Sales.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, os bens de capital, que funcionam como indicador dos investimentos das empresas em geral, caíram 23% e no ano, o recuo já chega a 20%.
Na comparação com fevereiro, os bens de consumo ostentaram as taxas mais elevadas: consumo duráveis (1,7%) e consumo semi e não duráveis (0,7%). O setor de bens intermediários (0,3%) manteve-se em patamar próximo ao do mês anterior.
Perda no primeiro trimestre foi forte
No primeiro trimestre de 2009, a produção industrial brasileira teve recuo de 14,7% frente a igual período do ano anterior. Em relação aos três meses imediatamente anteriores, a taxa ficou negativa em 7,9%.
Olhando para a série ajustada, 11 das 27 atividades industriais analisadas verificaram crescimento na passagem de fevereiro para março. Além do setor automotivo, merecem menção o segmento farmacêutico, com acréscimo de 9%, outros produtos químicos (3,5%), equipamentos de instrumentação médico-hospitalar e óticos (20,8%) e indústrias extrativas (2,4%).
No sentido contrário, registraram queda na atividade fabril no mês de março outros equipamentos de transporte (-15,2%), máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-15,3%), máquinas e equipamentos (-3,3%) e material eletrônico e equipamentos de comunicações (-5,5%).
Fonte: O Globo
Deixe um comentário