13 de Abril de 2009 – Após o tombo nos últimos meses do ano passado por conta do agravamento da crise financeira, o real discretamente vem recuperando terreno frente ao dólar. A moeda brasileira está entre as que mais se valorizaram neste ano, com ganho de 6,08% em relação à divisa norte-americana.
Na quinta-feira, a expectativa de recuperação do setor financeiro norte-americano deu novo impulso à moeda brasileira, que alcançou o maior patamar em cinco meses. O dólar encerrou a última sessão da semana passada em queda de 1,41%, para R$ 2,172 na venda, acompanhando o bom humor das bolsas de valores. A recuperação no preço das commodities também contribuiu com o movimento.
Nos EUA, além do cenário favorável às instituições financeiras – todos os 19 grandes bancos passaram nos testes de estresse do governo -, o resultado antecipado do Wells Fargo, quarto maior do país, surpreendeu positivamente os analistas. O banco registrou lucro de US$ 3 bilhões no primeiro trimestre ou US$ 0,55 por ação. No lado econômico, o déficit comercial dos EUA caiu para US$ 26 bilhões em fevereiro, abaixo do esperado e menor desde 1999. Já os pedidos semanais por seguro-desemprego cederam em 20 mil na última medição.
A equipe de análise da corretora Gradual alerta que, apesar da posição relativamente boa do Brasil e a valorização da bolsa (que em 2009 acumula alta de 25% em dólar), a situação econômica ainda inspira cautela. “O processo de desaceleração ainda vai se fazer sentir no País, com mais desemprego e produção em queda”, observa a corretora, em relatório.
Juros futuros
No mercado de juros, o baixo volume fez com que os investidores apenas ajustassem as posições na quinta-feira. Na BM&F Bovespa, as taxas para contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) encerraram a última sessão da semana apresentando estabilidade. O DI com vencimento em janeiro de 2010, o mais líquido, apontou taxa anual de 9,73%, ante 9,74%.
Diante da desaceleração da atividade doméstica e de uma inflação comportada, analistas comentam que a curva de juros futuro já está bem precificada em relação a novas reduções na taxa básica de juros (Selic), atualmente em 11,25% ao ano. Para a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) deste mês as apostas se concentram em um corte de 1 ponto percentual na taxa.
(Gazeta Mercantil/Finanças & Mercados – Pág. 2)(Simone e Silva Bernardino e Vinícius Pinheiro)
Fonte: Gazeta Mercantil
Deixe um comentário