Recuperação do comércio de rua depende de investimentos

Fonte: JL O Calçadão de Londrina e seus arredores, juntamente com a Avenida Higienópolis, já foram os pontos comerciais mais desejados pelos empresários londrinenses. Ter uma loja no centro era […]

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Fonte: JL


O Calçadão de Londrina e seus arredores, juntamente com a Avenida Higienópolis, já foram os pontos comerciais mais desejados pelos empresários londrinenses. Ter uma loja no centro era garantia de sucesso. Com a entrada dos grandes shoppings na cidade, no entanto, o consumidor migrou para os novos centros de compras, que oferecem ambiente climatizado, estacionamento fácil e segurança. Hoje, é muito fácil encontrar lojas vazias para locação na região central. Iniciativas como os projetos Nova Sergipe e Nova Duque, de revitalização da Rua Sergipe e da Avenida Duque de Caxias, tentam reverter o quadro. Mas é necessário que sejam feitas mais ações. O JL foi atrás de sugestões para fazer o comércio de rua retomar a efervescência de antes.

Para o economista, doutor em administração e professor da UTFPR Marcos Rambalducci, a decadência do comércio de rua não é exclusividade de Londrina. “O mundo inteiro vive essa situação. O que difere é o modo de pensar a cidade. Buscar alternativas diferentes para dar a volta por cima”, diz. Segundo ele, uma das alternativas mais viáveis é “fechar o centro” ao tráfego de veículo e investir em estacionamentos subterrâneos. “Deixar o quadrilátero compreendido entre a Rua João Cândido até a Souza Naves e da Sergipe até a Pará fechado ao tráfego e, sob o Bosque, por exemplo, construir o estacionamento, como foi feito na Praça do Oriente, em Madri, na Espanha”, explica.

A solução, segundo Rambalducci, privilegia o pedestre e foi adotada em várias cidades do mundo. “Lisboa e Cidade do Porto, em Portugal, investiram nisso e, embora o PIB per capita dessas duas cidades seja cinco vezes maior, o custo de vida é elevado, o que deixa o poder de compra da população delas muito parecido com o de Londrina. Portanto, vale a pena investir.” Para ele, o poder público poderia firmar parcerias público-privadas para a obra.

Já para o doutor em Administração e coordenador do curso de Administração da Unifil, Edgard Menezes, há soluções que podem ser pensadas sem ser preciso fazer grandes investimentos. “Talvez, o mais custoso seja uma solução como o que foi feito em Bauru e Santo André [no interior paulista], uma cobertura em pontos da área central. Eu, pelo menos, posso imaginar muito bem o Calçadão com cobertura entre a [ruas] João Cândido e Pernambuco. É um pouco polêmico, mas tem suas vantagens.”

Treinamento

Outra sugestão de Menezes é para que os empresários invistam no treinamento de seus colaboradores para que toda a região tenha um padrão de qualidade. “Isso é muito importante. O Internacional Shopping de Guarulhos investiu em treinamento para se tornar reconhecido pela qualidade de atendimento. É seu maior diferencial”, aponta. Para ele, é básico e rápido.

Uma terceira sugestão seria, segundo ele, um incentivo do Município para os consumidores. “Quem comprasse em lojas de determinada região poderia ter descontos progressivos de IPTU. Mais ou menos o que acontece com a Nota Fiscal Paulista. Não haveria perda de receita porque aumentaria a arrecadação de outros impostos, como o ICMS e o ISS.”

Roteiros temáticos podem atrair turistas

O economista Edgard Menezes sugere ainda que os comerciantes se unam para criar roteiros temáticos na região central. “Hoje, 80% do consumo recai sobre quatro segmentos: alimentação, vestuário, cosméticos e remédios. Se os donos de restaurantes se unissem em promoções e firmassem um ‘corredor’ de restaurantes com variados tipos de comida, poderia até se tornar uma atração turística. E vale para todos os segmentos.” Promoções conjuntas, como a campanha Londrinatal, e investimentos em segurança também estão entre as sugestões do administrador. 

Segundo ele, também é preciso investir no conforto do consumidor. Mobiliário urbano mais adequado e arborização estariam na ordem do dia. “O fato do comércio de rua ser mais ‘ecológico’ poderia ser aproveitado em promoções.”

Nova Sergipe já dá resultados

Em setembro de 2009, um grupo de empresários resolveu dar uma nova cara para uma das principais ruas de comércio de Londrina, a Sergipe. Degradada – com calçadas de petit pavet esburacadas e com pouca atratividade, a rua perdia consumidores. “Na época, começou-se a falar na revitalização do Cadeião, hoje um centro cultural. Foi o impulso que precisávamos para nos organizar”, conta o diretor financeiro da Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil) e membro atuante do grupo Nova Sergipe, Ângelo Pamplona da Costa. Segundo ele, com novas calçadas, investimentos em treinamento de vendedores, limpeza e iluminação, o projeto está dando bons resultados. “Nosso próximo passo é criar a Associação dos Lojistas da Sergipe”, conta. 

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