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Saída de emergência para a crise

Fonte: Ranulfo Pedreiro/Revista Mercado em Foco – ACIL 

Quando a pandemia alcançou Londrina, em março, a ACIL reagiu rapidamente ao fechamento das atividades produtivas, respondendo com o desenvolvimento de uma plataforma digital para empresas locais, e ganhou parceiros como o Sebrae e o apoio da Prefeitura, Abrasel (Associação Brasileira de Bares e Restaurantes) e APL de TI (Arranjo Produtivo Local de Tecnologia da Informação). Nascia o Entrega Londrina (www.entregalondrina.com.br), um marketplace voltado para a economia da cidade.

Criado originalmente como uma espécie de carteira digital prevista para ser lançada no segundo semestre, o Entrega Londrina enfrentou os mesmos desafios que muitos empreendedores locais: a necessidade de se adaptar aos novos tempos e, principalmente, reinventar-se.

Com a urgência do fechamento, a carteira digital foi transformada para receber lojas virtuais de todos os segmentos, operando em duas tecnologias diferentes: o marketplace em si, acessado pelo endereço na internet, e o aplicativo (disponível na Apple Store e Google Play), dirigido a entregas rápidas de bens perecíveis.

Baixo custo

A plataforma surgiu com uma taxa de utilização atraente, calculada para pagar exclusivamente os custos de manutenção, de apenas 8% sobre o valor comercializado – bem abaixo do preço cobrado pelos concorrentes. Era uma forma de oferecer socorro a baixo custo aos empresários que estavam com suas lojas fechadas.

Ou seja, a iniciativa seguiu o fluxo da digitalização acelerada pela pandemia. A transição para o comércio online tornou-se irreversível, embora alguns empresários ainda demonstrem resistência ou dificuldade para se adaptar ao novo canal de vendas. A tendência é que o online continue forte depois da pandemia, representando mais uma possibilidade de venda rápida e prática.

Existe outra vantagem, bastante significativa. Não há custo de adesão. Qualquer lojista com experiência online sabe como a manutenção de uma loja virtual, incluindo a segurança, pode ser onerosa. Para completar, a plataforma é responsiva e orienta o lojista durante o cadastramento de produtos. Por enquanto, o Entrega Londrina ainda não está difundido entre o consumidor final. A fase, agora, é de agregar marcas e produtos.

Dedicação

Mesmo com a praticidade, a plataforma exige dedicação para corresponder aos clientes em todas as potencialidades. “A principal dificuldade é o tempo para se dedicar ao cadastramento de produtos e a administração da ferramenta. Outra dificuldade é a falta de conhecimento de tecnologia de alguns empresários que nunca venderam online”, comenta Mariana Reche, supervisora comercial da ACIL.

É preciso, portanto, ter em mente a diferença entre as duas modalidades de venda. Dependendo do caso, a empresa pode atuar tanto no marketplace quanto no aplicativo. Tudo vai depender, claro, dos produtos e serviços oferecidos. “No aplicativo, são cadastradas as empresas de entregas rápidas, como comidas prontas, padarias, mercearias, sacolões e restaurantes. O marketplace é recomendado para o cadastramento dos demais produtos, como confecção, acessórios, sapatos, decoração, eletrônicos e até mesmo o segmento de serviços. A entrega pode ser via Correios, motoboy ou transportadora local”, acrescenta Mariana Reche.

Treinamento

Há quem pense no Entrega Londrina apenas como uma ferramenta de divulgação. Não é. Tanto o site quanto o aplicativo oferecem a loja completa, com exposição dos produtos, preço e controle de venda.

Para participar, é preciso ter CNPJ. A inscrição e o cadastramento são gratuitos, e o único investimento é a taxa de 8% sobre o valor negociado. Para quem não está familiarizado com a venda online, a ACIL disponibiliza tutoriais de cadastramento e treinamento telefônico.

“O cadastro das empresas no aplicativo é bem simplificado. Já o marketplace exige mais informações por se tratar de produtos com variações de atributos. Os empresários têm gostado bastante e têm grandes expectativas de vender mais”, revela a supervisora.

É importante destacar que o Entrega Londrina não é restrito para os associados da ACIL, mas aberto a todos os empresários da cidade, uma vez que a intenção é oferecer o benefício a todo o mercado local. “Eles precisam ver o Entrega Londrina como mais uma forma de vender. É uma alternativa para empresas que não têm condições de vender online porque o custo é muito alto”, complementa.

Para ficar

“O momento é de reinvenção, de adaptação e novas engrenagens. É nosso papel pensar e oferecer soluções aos empresários, fortalecer as empresas locais e fomentar o desenvolvimento do associativismo e da economia. As empresas precisam ter à sua disposição novas ferramentas para criar estratégias efetivas de recuperação comercial, de mercado, de valor. O Entrega Londrina chega num momento importante, com uma grande união de forças para ajudar as empresas de nossa cidade”, ressalta Fernando Moraes, presidente da ACIL.

Proprietário da Yuze, uma loja com soluções para o cotidiano, Guilherme Eiras tem vários produtos cadastrados no Entrega Londrina. “É uma iniciativa muito boa da ACIL e de todos os parceiros. A gente viu, nesta pandemia, que o canal foi o problema para a maioria dos lojistas. Se eu não tenho mais a minha loja, onde é que eu vou vender? Na Yuze, a gente teve isso bem definido desde o começo. Abrimos o canal de e-commerce mesmo tendo a distribuição em lojas, porque a gente acredita nessa estratégia multicanal”, revela.

Agora o empresário aguarda a implantação da segunda fase. “A iniciativa foi boa, mas a gente precisa ver como vai ser a divulgação, porque abrir um e-commerce é como abrir uma loja do zero. É preciso mostrar para os clientes que a loja está lá. Na Yuze, a gente já pensava em estar presente no cotidiano das pessoas, com produtos que facilitem e tornem as experiências do cotidiano melhores”, complementa.

Apoio

Gislane Luiza Vieira Quina é microempreendedora individual e criou a Doce Cuca para vender doces, bolos e cupcakes. Ela encontrou no Entrega Londrina uma forma de ampliar o rol de consumidores. “Esse incentivo, essa plataforma, foi uma ideia genial, muito boa”, elogia.

Aos poucos, ela está conseguindo superar os desafios. “A gente não sabe mais como vai ser o ganho. Todo mundo acha que o delivery está muito bom. Não é bem assim. O delivery ajuda, mas o povo está com o pé no freio. Então você procura um lugar que te ajude, faça propaganda, tenha uma taxa boa. Você tem que prestigiar o que é local”, acrescenta.

Não se deve parar no tempo. Pouco adianta esperar que o negócio resolva sozinho os próprios problemas. Manter a agilidade da empresa em um mercado incerto tornou-se pré-requisito para os empreendedores resilientes, capazes de encontrar nas crises, mesmo quando a maré está contra, as possibilidades de dar a volta por cima.


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