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SPC Brasil/ACIL investe em tecnologia e mira informação qualificada como negócio principal

Fonte: Lúcio Flávio Moura – Revista Mercado em Foco

O mundo dos negócios nunca se transformou tanto em tão pouco tempo e como se adaptar a este turbilhão de novas oportunidades é uma discussão que está movimentando todas as corporações. Algumas estão procurando o caminho, outras já estão colhendo os frutos da reinvenção. O presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior, se orgulha de estar no segundo grupo e de ser o maestro da implantação de um novo modelo para o serviço. Sai de cena o bureau de crédito e entra em campo o bureau de informação.

Para curto, médio e longo prazo, um laboratório de inovação com dezenas de profissionais tentam se antecipar às necessidades futuras dos clientes SPC Brasil/ACIL.  Com a reação do mercado em 2019, quase um consenso entre os analistas, a máquina de novidades deve girar mais rápido e com alguns rumos já definidos.  “Temos muito espaço para expansão no business to business”, diz Pellizzaro.

Confira abaixo a entrevista completa deste catarinense de Curitibanos (SC), um gestor que saiu do associativismo – comandou por sete anos a Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas – e é reconhecido por sua capacidade de dialogar com a mesma desenvoltura com as entidades e com o mercado.

Mercado em Foco – O SPC Brasil está passando por uma profunda reformulação em sua base tecnológica. Quais são as novidades?

Roque Pellizzaro – Estamos reestruturando e transformando o SPC Brasil. De um bureau de crédito para um bureau de informações. Vamos atuar em vários segmentos relacionados ao ambiente de negócios. Constatamos que o crédito é muito mais do que liberar recursos para uma operação ou transação financeira ou mercantil. Crédito é acreditar. Quando as pessoas têm confiança nas relações, todo o ambiente de negócios melhora. Estamos desenvolvendo toda uma estrutura de big data para gerar respostas para o mercado em relação a todas as transações. Implantamos o Projeto Inova, que conta com um laboratório fora do SPC justamente buscando ampliar nossa área de inovação. Este projeto já conta com 48 colaboradores desenvolvendo novas áreas de informação para os associados das entidades.

MF – Quais os ganhos dos clientes e da empresa com estes investimentos?

RP – Será possível compreender melhor o consumidor. Por exemplo, vai ajudar a estruturar um portfólio de uma loja, na escolha de um novo ponto de atendimento, oferecer não apenas crédito, mas o melhor crédito, que entra a análise de muitos fatores. E também se inserir com mais efetividade na política de cadastro positivo.

MF – O que vai marcar o plano de investimentos do SPC Brasil para os próximos anos?

RP – Estamos investindo fortemente em mão de obra qualificada. Temos uma equipe de quase 50 colaboradores na nova estrutura com nível de mestrado ou doutorado. Todos se dedicando a projetos que vão nos impactar no futuro. O mundo está cada vez mais sedento de informação. Os grandes clientes acabam conseguindo fazer isso sozinho, porém, os pequenos e médios não. Estes ou usam a estrutura associativa ou não têm acesso a este perfil de produto, que é um mundo novo. Ou seja, o escopo que era só de crédito passa a ser de acesso à informação qualificada.

MF – Como o senhor avalia o mercado de análise de crédito no Brasil?

RP – Estamos retomando o patamar na relação crédito/PIB que vivíamos antes da recessão, em 2014. Estamos vivendo uma expectativa de uma expansão importante nos próximos três ou quatro anos. A ideia de termos um governo liberal animou muito o mercado. No bureau de análise de crédito, temos um volume de serviço decorrente deste volume crescente da relação crédito/PIB. A nossa operação business to business (relações comerciais entre empresas) tem muito espaço para expandir. E estamos nos preparando para isso, juntamente com as entidades que operam conosco, como é o caso da ACIL.

MF – Quais são as perspectivas para a economia em 2019, na avaliação do SPC?

RP – Nossa previsão é que o Brasil deve crescer em 2019 o dobro que cresceu em 2018, que deve ser em torno de 1,5%. Era um ano que se esperava muito mais, mas que alguns fatores atrapalharam muito, como a incerteza política e a greve dos caminhoneiros. Ao final, tivemos um índice muito aquém do desejado. Em 2019, existem duas perspectivas. Se o novo governo iniciar realmente a implantação das reformas, tanto da previdência quanto a tributária, que são promessas de campanha, este crescimento pode, inclusive, ultrapassar os 3%. Caso este pontapé inicial não se dê em 2019, poderemos ter nossas expectativas frustradas. A inflação acreditamos estar controlada. Em termos de juros básicos, trabalhamos com a possibilidade de uma taxa ligeiramente menor. Já os juros na ponta do consumo vai depender muito do avanço no ambiente de negócio. A inadimplência está bastante alta e sem que haja uma retomada na geração de emprego a situação não vai mudar.

MF – Nesta edição, especialistas ouvidos pela revista afirmam que o maior desafio do governo Bolsonaro será a geração de empregos formais? Vocês imaginam que haverá melhora no quadro já este ano?

RP – Além de consolidar os avanços que ocorreram na legislação trabalhista, precisamos aprofundá-los. Mas o principal é o ambiente de negócio. Se não houver uma retomada do consumo no mercado interno e ampliarmos nossa participação no mercado externo, não vamos ter o resultado desejado. Devemos lembrar ainda que tanto a indústria quanto os serviços estão com uma capacidade ociosa muito grande, o que significa que podemos crescer a produção sem a necessidade de ampliar os investimentos. O investimento deve crescer do segundo semestre pra frente. Mas o mercado está ciente de que não é porque está entrando um novo governo que uma varinha mágica vai solucionar todos os problemas.

MF – Como este indicador afeta a operação do SPC?

RP – Ele é importante porque para você ter uma melhora no índice de recuperação de crédito, ou seja, para as pessoas pagarem as dívidas velhas, as famílias precisam ter um dinheiro novo. Você não paga uma conta velha sem dinheiro novo. Se não melhora o índice de mão de obra empregada, a renda não melhora e não diminui o contingente registrado em bureaus de crédito, que hoje alcança cerca de 63 milhões de consumidores.

MF – Nas últimas eleições presidenciais, os serviços de proteção ao crédito estiveram no centro do debate. Na opinião do senhor, a restrição de crédito deveria ser tratada como uma questão social?

RP – Você não cura a febre quebrando o termômetro.  A febre vai continuar. Você tem que tratar a origem da febre. E a origem desta febre é o desemprego e a baixa renda do brasileiro. Se isso não for resolvido pelo ambiente de negócios, o número de registros nos bureaus permanecerá alto. As outras pretensas soluções não passam de paliativo. E diria mais: a visão simplista de tratar o sintoma é perigosa. Porque você mascara os sintomas sem atacar a origem, agrava a doença e pode até matar o paciente, no caso, o mercado brasileiro. Repito, não adianta quebrar o termômetro.


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