Fonte: Folha
de Londrina
O primeiro dia do ano começa com um aumento de R$ 0,35 na tarifa
do transporte coletivo em Londrina. O valor de R$ 3,25, reajustado no
mês de abril, passa para R$ 3,60 a partir da zero hora de amanhã.
Aproximadamente 80 mil passageiros utilizam a frota de ônibus
diariamente na cidade. No dia 1º de janeiro de 2015, a tarifa subiu
para R$ 2,95. O aumento em um ano, portanto, é de 22% – o dobro da
inflação estimada pelo Banco Central para os últimos 12 meses
(10,8%).
No entanto, nem todos os usuários serão
impactados pela nova tarifa. A partir do ano que vem, será
implantada a terceira fase do passe livre estudantil. Com isso, todos
os alunos da Educação Infantil até a pós-graduação serão
beneficiados. Estudantes de cursos técnicos profissionalizantes
oferecidos pelo Senac e pelo Senai também poderão contar com a
isenção da tarifa. A medida deve contemplar, aproximadamente, 11
mil usuários do transporte coletivo.
De acordo com o
presidente da CMTU, José Carlos Bruno de Oliveira, o aumento da
tarifa é repassado em janeiro aos usuários devido a data-base para
o reajuste salarial dos trabalhadores do setor. Após os cálculos de
reajuste, o novo valor do passe de ônibus seria de R$ 3,31 a partir
do dia 1º. No entanto, com a decisão judicial que inclui na
planilha de custos o lucro de 7,5% para as empresas que administram o
serviço, o valor repassado aos usuários subiu para R$ 3,56. “Como
a tarifa não pode ser quebrada, se nós reduzíssemos a tarifa para
R$ 3,55, os 7,5% não seriam aferidos na planilha. Isso nos obriga,
por força da sentença judicial, a praticar a tarifa de R$ 3,60”,
explicou.
O procurador geral do Município, Paulo César Valle, destacou que
a prefeitura ainda aguarda a análise do recurso que questiona a
inclusão dos 7,5% no cálculo da tarifa. “A sentença foi dada
em fevereiro e apresentamos embargos. A execução de cumprir essa
sentença foi em abril. Nosso recurso foi interposto em abril, mas só
chegou ao Tribunal de Justiça em setembro”, completou Valle.
Conforme a planilha de custos, a despesa com o pagamento dos salários
dos trabalhadores corresponde a 48,4% do valor total da tarifa. Já o
custo do combustível corresponde a 15,9%.
Apesar da
implantação de novas linhas no transporte coletivo e da renovação
da frota nos últimos anos, o número de usuários do sistema caiu
de, aproximadamente, 4,1 milhões em 2014 para 3,9 milhões em 2015.
O gerente de planejamento de transporte da CMTU, Wilson de Jesus,
justificou que a greve dos professores e servidores da rede estadual
de ensino foi um dos fatores que contribuíram para a redução. A
manutenção do sistema de transporte coletivo custa, em média, R$
13 milhões por mês. A tarifa do micro-ônibus Psiu sobe de R$ 4,25
para R$ 5. Durante o anúncio do reajuste, o presidente da CMTU
destacou que 280 ônibus com Wi-fi gratuito passarão a circular a
partir de janeiro. Em março, dois veículos articulados SuperBus e
outros seis ônibus convencionais do sistema SuperBus estarão nas
ruas.
TARIFA DIFERENCIADA
A chamada “Tarifa Verde” também passa a valer a
partir de amanhã. O projeto implantado de forma experimental quer
reduzir o volume de passageiros transportados nos horários de pico.
Para isso, no intervalo entre 8h30 e 11h30 e no período entre 14h30
e 16h, o valor da tarifa será mantido em R$ 3,25.
A
companhia espera a colaboração de empresários e de comerciantes
para a adesão dos trabalhadores À tarifa diferenciada. “É
importante que as próprias organizações de representação de
trabalhadores procurem a CMTU e procurem as empresas para facilitar a
vida dos funcionários. As empresas vão também gastar menos e
investir menos no transporte dos seus funcionários através de
vale-transporte mais barato”, lembrou o presidente da CMTU.
A
tarifa reduzida será cobrada apenas no cartão eletrônico. Em
dinheiro, o valor será mantido em R$ 3,60. As máquinas utilizadas
nas catracas serão programadas para descontar o valor de acordo com
os horários estabelecidos.
A assessoria de imprensa do
sindicato que representa as empresas do transporte coletivo,
Metrolon, informou que a diretoria considera justo o novo valor da
tarifa. O presidente do sindicato dos trabalhadores, João Batista da
Silva, está fora de Londrina e não atendeu as ligações para
comentar o reajuste.