O “tarifaço” aprovado na terça-feira à noite na Assembleia Legislativa do Paraná vai trazer vários impactos para o bolso do contribuinte e também aumento da inflação, com perda do poder de compra do paranaense. As novas medidas determinam o aumento de 40% da alíquota do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), que passa de 2,5% para 3,5%, e a elevação do Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) que passará de 12% para 18% ou para 25%, dependendo da categoria do produto. A mudança vai atingir cerca de 95 mil itens. Além disso, haverá reajuste de um ponto percentual na alíquota do ICMS da gasolina e do álcool anidro, aquele que é misturado na gasolina. Os projetos seguem para sanção do governador Beto Richa (PSDB). Os aumentos entram em vigor a partir de 1º de abril porque precisam respeitar uma espécie de “noventena”.
Com o aumento do ICMS, o Paraná terá uma inflação maior que a média nacional já no primeiro semestre de 2015. A previsão é do coordenador do curso de Economia da Universidade Positivo, Lucas Dezordi. “As indústrias vão procurar repassar para o consumidor principalmente em itens como higiene e limpeza, linha branca, alimentos e gasolina”, disse. Para saber o impacto exato em percentual, seria necessário um estudo mais detalhado, segundo ele.
Para Dezordi, vai ser uma pressão de custos que pode levar a economia do Paraná a um processo recessivo e fazer com que ocorram mais demissões na indústria. “O setor, que já passou por processo de ajuste forte com demissões para recompor a margem e melhorar a produtividade, agora vai sofrer bastante”, prevê. Ele espera que as próximas ações do governo estadual sejam para reduzir o custeio da máquina pública através de uma espécie de “pacotaço” sobre o próprio governo. “Não há espaço para aumentos de salário na administração pública muito acima da inflação”, disse.
O presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), João Eloi Olenike, ressaltou que o “tarifaço” é, na prática, a revogação da minirreforma realizada pelo então governador Roberto Requião. Para ele, com o aumento de impostos, o consumo vai diminuir e talvez não ocorra o aumento de arrecadação esperada pelo governo estadual. “Lamentamos essa medida do governo”, afirmou. Olenike esclareceu que o reajuste de alíquota vale tanto para os produtos que são fabricados no Paraná como para os que vêm de outros estados. E avalia que os repasses para o consumidor aconteçam rapidamente já na renovação de estoque do comércio.
Apesar de ainda ser difícil de mensurar o impacto prático no bolso do consumidor, o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fabiano Camargo da Silva, disse que o aumento de impostos vai refletir mais no bolso de quem ganha menos. “A alimentação tem um peso maior para o orçamento das famílias de renda menor”, disse. Ele explicou que a formação dos preços dos produtos leva em conta, além da questão tributária, a concorrência, o desempenho da safra agrícola, a margem de lucro dos empresários e a logística. “A proposta foi aprovada sem discussão e sem ouvir a sociedade”, criticou
Com o aumento do ICMS, o Paraná terá uma inflação maior que a média nacional já no primeiro semestre de 2015. A previsão é do coordenador do curso de Economia da Universidade Positivo, Lucas Dezordi. “As indústrias vão procurar repassar para o consumidor principalmente em itens como higiene e limpeza, linha branca, alimentos e gasolina”, disse. Para saber o impacto exato em percentual, seria necessário um estudo mais detalhado, segundo ele.
Para Dezordi, vai ser uma pressão de custos que pode levar a economia do Paraná a um processo recessivo e fazer com que ocorram mais demissões na indústria. “O setor, que já passou por processo de ajuste forte com demissões para recompor a margem e melhorar a produtividade, agora vai sofrer bastante”, prevê. Ele espera que as próximas ações do governo estadual sejam para reduzir o custeio da máquina pública através de uma espécie de “pacotaço” sobre o próprio governo. “Não há espaço para aumentos de salário na administração pública muito acima da inflação”, disse.
O presidente do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), João Eloi Olenike, ressaltou que o “tarifaço” é, na prática, a revogação da minirreforma realizada pelo então governador Roberto Requião. Para ele, com o aumento de impostos, o consumo vai diminuir e talvez não ocorra o aumento de arrecadação esperada pelo governo estadual. “Lamentamos essa medida do governo”, afirmou. Olenike esclareceu que o reajuste de alíquota vale tanto para os produtos que são fabricados no Paraná como para os que vêm de outros estados. E avalia que os repasses para o consumidor aconteçam rapidamente já na renovação de estoque do comércio.
Apesar de ainda ser difícil de mensurar o impacto prático no bolso do consumidor, o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Fabiano Camargo da Silva, disse que o aumento de impostos vai refletir mais no bolso de quem ganha menos. “A alimentação tem um peso maior para o orçamento das famílias de renda menor”, disse. Ele explicou que a formação dos preços dos produtos leva em conta, além da questão tributária, a concorrência, o desempenho da safra agrícola, a margem de lucro dos empresários e a logística. “A proposta foi aprovada sem discussão e sem ouvir a sociedade”, criticou