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Temperatura e faturamento em alta

Por Marco Feltrin – Revista Mercado em Foco – ACIL

Os termômetros acima dos 30 graus anunciam: o verão deu o ar da graça em Londrina. Época propícia para dar aquela caminhada no Lago Igapó e consumir alimentos mais leves e refrescantes.

E tem empresa que aproveita esta temporada para aumentar o faturamento, compensando, inclusive, a baixa registrada nos meses mais frios do ano. É o caso da Totti Sorvetes, fábrica instalada desde 2001 na cidade e que atualmente conta com duas lojas físicas.

No inverno, as vendas caem até 70%, fazendo com que o planejamento da empresa seja diferente de outros segmentos. “Temos uma parada em junho, julho, agosto. É o nosso período de férias para os funcionários e de fazer o planejamento, preparar os lançamentos para o verão. Aí na época de outubro até fevereiro temos até um aumento no quadro de funcionários para dar conta da demanda. Para nós, quanto mais calor, melhor”, aponta o empresário Maicon Totti.

Mas e quando o calor não dá as caras? Como a empresa sobrevive? Segundo Maicon, a estratégia é apostar na diversificação. “No inverno, testamos algumas alternativas como sobremesas com chocolate quente, sabores mais incrementados como doce de leite, Ferrero Rocher, tortas de sorvete. A repercussão é boa, mas nada que se compare ao verão. Dia quente é sinônimo de loja lotada”, enfatiza. E público não falta, já que o consumo per capita de sorvete dos brasileiros é de 5,4 litros por ano, segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias e do Setor de Sorvetes (Abis).

Vai uma saladinha aí?

O forte calor também nos obriga a escolher comidas mais leves. Foi apostando nisso que Helder Kasuya decidiu largar a vida de bancário para investir na Akko Saladas, que oferece uma variedade de verduras, legumes e hortaliças frescas que chegam em casa já cortadas, higienizadas e divididas em porções. Tudo orgânico e colhido aqui na região. Para participar, o cliente adere a uma espécie de assinatura com planos mensais individuais, para casais ou famílias com entregas semanais.

“É mais qualidade dentro do processo orgânico. Além da alimentação saudável, tem a praticidade de chegar em casa, abrir, temperar e comer. Para quem não dispõe de muito tempo, é o ideal”, afirma Kasuya, ressaltando o crescimento de 70% no faturamento no último ano.

A receita de sucesso faz com que, até mesmo no inverno, as vendas sejam boas. Mas, no auge do verão, a alta demanda faz com que exista até uma fila de espera. “Optamos por manter um padrão de qualidade e, com isto, não é possível atender a todos. Trabalhamos com uma tecnologia de Israel nas telas e estufas, com isso o produto fica mais protegido neste período de muito calor e chuvas”, explica o proprietário.

Outro aliado da Akko Saladas é a tecnologia. A empresa é extremamente ativa nas redes sociais, e Helder tem até um canal no Youtube no qual apresenta os benefícios dos produtos orgânicos. Toda terça-feira ele faz uma live com convidados como nutricionistas e esteticistas.

A empresa também conta há três meses com um aplicativo onde o cliente pode personalizar as entregas. “É um comunicador à parte, um canal direto em que ele consegue alterar o que vai receber em casa. Isso ajuda a variar o cardápio e não enjoar. Foi outra forma que encontramos de fidelizar o cliente”.

Cuidados com o corpo

Quando o verão se aproxima, cresce também a preocupação em manter o corpo em boa forma. Se a viagem para a praia está garantida, muita gente corre atrás do prejuízo para eliminar os quilos extras e não fazer feio nas areias e piscinas.

Há quatro anos, a biomédica Camila Ambrósio mantém uma clínica de estética na Gleba Palhano. Neste período, já virou tradição a correria de fim de ano, quando o movimento aumenta em até 50%.

“A partir de setembro, já começa a procura por tratamentos corporais, principalmente de mulheres atrás da redução de gordura e celulite. Elas ficam desesperadas porque vão viajar e querem estar com tudo em dia. O movimento é ainda maior nos meses de novembro e dezembro, ficando aquecido até o Carnaval”, explica a biomédica, que dobra o período de trabalho nesta época. Tratamentos como o de congelamento de gordura através de ultrassom e radiofrequência são os mais procurados.

Além de faturar mais, o verão traz ainda o desafio de garantir que as clientes continuem usando os serviços da clínica no restante do ano. Para isto, Camila aposta em promoções com pacotes de desconto para um tratamento contínuo.

“Estes pacientes que vêm o ano inteiro conseguem um resultado muito melhor. Quem vem só no fim do ano, com dois, três meses, não atinge o ideal, o resultado que espera. Sem falar que é um trabalho que precisa vir acompanhado de uma boa nutrição, atividade física”, complementa.

E se mexer o corpo é fundamental para fazer bonito no verão, as academias também comemoram as altas temperaturas. O Centro de Treinamento Flashover tem um aumento de até 30% nas matrículas nesta época do ano. “No frio é mais difícil sair de casa para praticar exercícios. No calor, as pessoas têm mais disposição e força de vontade, sem falar no horário de verão que também é um incentivo”, compara o proprietário da academia, Leonardo Grosso.

Apesar do aumento de matrículas nos últimos meses do ano, Leonardo diz que o perfil da academia não está voltado necessariamente para quem busca o corpo perfeito. “Nosso foco é a saúde para o ano inteiro, mostrar para as pessoas o benefício que o exercício traz em termos de autoestima e bem-estar para a vida, não apenas para uma temporada”, afirma, lembrando que a academia oferece exercícios não tão puxados quanto o Crossfit e nem tão leves quanto o funcional.

Para convencer os clientes da importância de cuidar do corpo o ano inteiro, a academia aproveitou o mês de novembro, tradicional pelos descontos da Black Friday, e ofereceu uma promoção dobrando a periodicidade do plano contratado. Quem se matriculava por três meses, ganhava seis de atividades. “Demora um certo tempo para ter resultado. Quem nunca treinou chega no verão e quer tudo imediato. Aí desanima, fala que o treino não funciona. É só aliar o treino correto por um prazo mais longo a uma alimentação balanceada que o resultado aparece”, orienta.

Com que roupa?

De nada adianta o corpo estar em ordem na estação mais quente do ano se a roupa também não ajudar. Por isso, o calor também é motivo de boas expectativas para lojas que trabalham com o segmento de moda praia. Na GS Store, que atua há 20 anos em Londrina, o verão começa muito antes da data oficial, no fim de dezembro.

“A coleção chega já no fim de junho. E nosso melhor mês é mesmo dezembro. Dobra o volume de vendas em relação a novembro, equivale a seis meses de faturamento da loja”, estima a empresária Giorgia Marrone, que também aponta o horário estendido do comércio nas semanas que antecedem o Natal como fator determinante para o resultado. “Biquínis e maiôs são um excelente presente de amigo secreto, Natal. E com o comércio abrindo depois das seis da tarde as clientes conseguem vir com mais calma na loja”.

Para dar conta da demanda, a GS Store sempre contrata mais duas funcionárias nesta época, e os dez provadores muitas vezes acabam não sendo suficientes. Para não prejudicar o atendimento, a estratégia é apostar na disposição de peças por numeração e dar autonomia para que as clientes escolham os produtos que mais agradam. E não são só as vestimentas de piscina que acabam sendo procuradas. “A cliente não quer só um maiô ou biquíni. Ela chega procurando pelo look completo, com saída de praia, bolsa, calçado. Quer curtir o verão com tudo novo”.


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