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Terminal de carga de Londrina pode ser privatizado

Fonte: Folha de Londrina

A Infraero deve lançar até o fim do primeiro semestre o edital de concessão das operações do Terminal de Carga (Teca) do Aeroporto Governador José Richa, em Londrina. O novo modelo logístico está sendo apresentado na Intermodal South América 2017, feira de logística que se encerra na quinta-feira em São Paulo. 

A previsão de investimentos para Londrina ainda está em análise na área técnica da estatal. Mas, de acordo com a assessoria de imprensa, a intenção de levar o projeto à feira é para ter um retorno do mercado sobre o interesse no terminal londrinense. 

Além de Londrina, a Infraero também está prospectando interessados na concessão dos complexos logísticos de Foz do Iguaçu, Recife e Petrolina (PE), Manaus (AM), Joinville e Navegantes (SC), Uberlândia (MG), João Pessoa (PB), Teresina (PI) e Uruguaiana (RS). 

A Infraero conta com 24 terminais logísticos e está priorizando a privatização dos com potencial de crescimento. A mudança do modelo de operação começou em fevereiro por Goiânia (GO) e São José dos Pinhais. A licitação do Aeroporto Internacional Afonso Pena teve ágio de 49%. A empresa vencedora vai pagar R$ 1,7 milhão/mês ao governo. A estatal também prospecta na feira, junto com suas novas parceiras, oportunidades de negócios para esses terminais. 

Com a futura concessão, o Teca de Londrina deve receber investimentos para melhorias das operações. Inaugurado em 2008, o terminal registrou uma queda de 9,55 na movimentação de cargas de 2015 para 2016. No ano passado, entre importação e exportação, passaram pela área alfandegada 115.146 toneladas de mercadorias contra 127.303 toneladas do ano anterior. 

O Teca vem oscilando no volume de carga. Entre 2011 e 2013, teve uma redução brusca na movimentação, recuperando nos anos seguintes. De acordo com a Infraero, a retomada do crescimento foi devido "ao trabalho intenso junto ao mercado local para mostrar as possibilidades do uso do Teca. Esse trabalho se reflete nos números dos anos seguintes". 

O alto custo do transporte aéreo, a falta de rotas e de fiscais da Anvisa para desembaraço das cargas são apontados como entraves ao desenvolvimento do Teca. A TepComex Assessoria e Consultoria em Comércio Exterior utiliza o terminal duas ou três vezes por mês, e afirma que é complicado convencer os clientes a usarem o modal por causa dos custos. "Sentimos falta de um custo-benefício. Os clientes preferem a importação marítima. Opta pelo aéreo aquele que precisa de uma liberação mais rápida da carga", comenta Karina Turbay Schnaid, diretora operacional da TepComex. Karina espera que, com a futura concessão, o terminal de Londrina possa se tornar atrativo aos empresários. 

De acordo com o presidente da Associação Comercial de Londrina (ACIL), Cláudio Tedeschi, a Sandoz, indústria farmacêutica em Cambé, é a principal responsável pelo movimento do terminal. "Hoje, apenas cargueiros de pequeno porte pousam em Londrina. Para aeronaves com volumes maiores é necessária a ampliação da pista", diz Tedeschi. Ele também ressalta que é preciso atrair cargas de alto valor agregado. "O transporte aéreo só é viável quando o custo/peso tem valor agregado alto, ou seja, transportar produto com alto valor agregado e volume pequeno", afirma. 

Tedeschi diz ainda que o Teca faz parte constante da "pauta de discussões" do Núcleo de Desenvolvimento Econômico da ACIL. Uma das deficiências do terminal é a ausência de um escritório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Existe a possibilidade do Ministério da Saúde habilitar um funcionário da Secretária da Saúde, por meio de convênio, para fazer a fiscalização das cargas. O prefeito (Marcelo Belinati) está conversando com o ministro (Ricardo Barros)", comenta. Com esse convênio a liberação de carga seria agilizada. Hoje, o fiscal da Anvisa tem que vir de Maringá.


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