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Todos os caminhos levam a Londrina

Fonte: Revista Mercado em Foco – ACIL – Por Ranulfo Pedreiro

Imagine uma cidade com mais de 500 mil habitantes cujas entradas e saídas rodoviárias conectam-se facilmente a outros grandes centros em pistas duplicadas com trincheiras, pontes e viadutos. Nesta metrópole, a mobilidade também vem do alto, com um aeroporto modernizado para possibilitar aterrissagens por instrumentos. Aos poucos – após sofrimentos, problemas e atrasos -, a cidade hipotética se transforma em Londrina.

Várias obras de infraestrutura caminham neste sentido: a ampliação do Aeroporto José Richa, a duplicação da PR-445 até Mauá da Serra, a construção do Contorno Norte e a duplicação da BR-369 até Cornélio Procópio vão mais do que agilizar os deslocamentos. Vão reduzir acidentes e poupar vidas.

Comissão
Todas essas obras são cobradas e fiscalizadas pela Comissão de Desenvolvimento e Infraestrutura da Região de Londrina, que reúne representantes e entidades como a ACIL (Associação Comercial e Industrial de Londrina), a Sociedade Rural do Paraná (SRP), o CEAL (Clube de Engenharia e Arquitetura de Londrina), o deputado Tiago Amaral (PSB) e o Sinduscon (Sindicato da Indústria da Construção Civil), entre outros.

“Essa comissão foi um sucesso absoluto. Ela conseguiu, em seis meses, coisas que se tentava há 15 anos e não se conseguia”, comenta Claudio Tedeschi, presidente da ACIL. “A gente vê a importância de se organizar e sair da linha político-partidária, do discurso demagógico, com a comunidade pautando uma por uma dessas obras que são essenciais para um desenvolvimento mais sadio e impetuoso na região”, complementa.

Anvisa
Entre as conquistas, está a vinda da Anvisa para a cidade. “Estávamos há 20 anos solicitando que a Anvisa tivesse uma base em Londrina para que pudesse liberar rapidamente as cargas que vão para o porto seco do aeroporto. Conseguimos. A Infraero já está entrando em contato, é mais um avanço. A Sandoz (indústria farmacêutica localizada em Cambé) exporta remédios para a América do Sul inteira. E ela tem que colocar em caminhões e levar para o aeroporto de Viracopos, em Campinas, para exportar. Com a vinda da Anvisa, vai exportar tudo pelo aeroporto daqui”, revela Tedeschi.

Aeroporto
O nome Londrina surgiu de uma singela comparação a Londres por causa da névoa que se forma sobre as duas cidades. Cortada por rios, Londrina tem uma neblina baixa que fecha constantemente o aeroporto, também ameaçado por chuvas e mau tempo.

A batalha para ampliação do aeroporto é antiga. Mas, agora, parece próxima do fim. A instalação do ILS (equipamento que permite o pouso por aparelhos) vai reduzir drasticamente os atrasos e cancelamentos de voos. Para o equipamento ser instalado, a pista deve ser aumentada em 600 metros.

Quase toda a área destinada à ampliação já foi desapropriada pela Prefeitura. Os terrenos são repassados à União para que a Infraero possa realizar a obra. A área total é de 1.465.000 metros quadrados, dos quais apenas 3,5% aguardam decisões judiciais para completar a desapropriação.

“O objetivo é ampliar para que o aeroporto tenha condições de utilizar o ILS e oferecer uma estrutura maior para os usuários. O ILS vai reduzir o número de voos que não têm êxito por causa de problemas climáticos”, explica Atacy de Melo Júnior, da Diretoria Técnica e de Desenvolvimento da Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina).

“Essa ampliação é mais voltada para a segurança de todo o sistema. O perfil das aeronaves que pousam aqui não tende a mudar muito. Essa ampliação é necessária para trazer mais segurança e também para a instalação do ILS. Com o aumento da área, há uma tendência natural de desenvolvimento do aeroporto e dos serviços prestados”, assegura.  

São 12 sentenças judiciais aguardadas. Por conta delas, não existe uma previsão clara para o término das obras na pista. As desapropriações custaram ao município mais de R$ 50 milhões. Em contrapartida, a União bancará a ampliação.

Duplicação da PR-445
Outra batalha antiga é a duplicação da PR-445 até Mauá da Serra, facilitando o acesso para Curitiba. Já houve licitação para a duplicação até o distrito de Irerê. O orçamento inicial era de R$ 136 milhões e o consórcio vencedor ofereceu uma proposta de R$ 93.253.689,15, com economia de 30%. Mas, como está previsto no processo licitatório, o consórcio que ficou em segundo lugar entrou com recurso contra o resultado. As obras serão feitas com recursos do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento).

“Os países desenvolvidos principiam pela infraestrutura. No caso da duplicação da PR-445, há uma ampliação da entrada de Londrina”, comenta Sergio Selvatici, superintendente regional do Departamento de Estradas e Rodagens (DER).

A duplicação até Irerê parece pequena, mas exige muitas obras. Por exemplo: os rios Cafezal e Três Bocas receberão três pontes cada. Entre eles, está o trevo da Estrada da Cegonha, onde será construído um viaduto. Logo mais à frente, no acesso ao Patrimônio Selva, outro viaduto será construído. A ponte do Ribeirão dos Apertados será ampliada e outra ponte será construída ao lado. Na entrada de Irerê, será construída uma trincheira.

“É um trecho perigoso. A duplicação significa melhorar as condições de tráfego e evitar futuros acidentes”, ressalta Selvatici.

Mas não vai parar por aí. “O próximo passo, que já está sendo programado, é a licitação, com recursos do BID, de Irerê até Mauá da Serra. Em uma próxima oportunidade, para um governo que deseje completar a duplicação da rodovia, o projeto já existirá”, acrescenta.

Contorno Norte
Londrina espera pelo Contorno Norte há tanto tempo que o projeto venceu. O traçado previsto originalmente, há cerca de 20 anos, foi urbanizado, exigindo um novo projeto dividido em três partes. A primeira parte prevista para execução é o Lote 2, que ainda será licitado. São 8,5 quilômetros da PR-545 até a PR-445, próximo à Warta. O orçamento para licitação fica em torno de R$ 100 milhões.

A obra será uma contrapartida do Governo do Estado. A princípio, deveria ser executada pela concessionária Econorte, responsável pelo trecho da BR-369 entre Cambé e Cambará. Por conta de um aditivo, o Contorno Norte passou para responsabilidade do Estado enquanto a concessionária se encarregou da duplicação da BR-369 de Jataizinho a Cornélio Procópio.

“A ideia do contorno é tirar o tráfego pesado que vem pela BR-369 e passa pela Av. Brasília. Se fizerem o primeiro e o segundo lote, nós vamos encontrar a PR-445 já na duplicação, o que facilita o escoamento para quem vai para Maringá”, esclarece Sergio Selvatici.

“O traçado de 20 anos atrás era impossível de se fazer porque a maioria das partes por onde passava já tinha sido urbanizada. Foi necessário fazer um novo traçado. Conseguimos que a concessionária fizesse um novo projeto já duplicado, com orçamento e tudo o que precisa para ir para a execução”, explica Claudio Tedeschi.

Obras de acabamento
No trecho já duplicado da PR-445, entre Cambé e Londrina, estão previstas várias obras de acabamento. O DER planeja a instalação de radares para coibir o abuso de velocidade e a construção de passarelas para pedestres no Jardim Acapulco, em frente ao Iapar, entre o viaduto da Madre Leônia e o Hospital do Campus (UEL), e no Jardim Silvino, em Cambé. A passarela do Parque Ouro Branco será reformada.

Para o superintendente regional do DER, a duplicação em área urbana representa um ganho para a cidade. “Foi uma obra maravilhosa para Londrina e diminuiu o número de acidentes”.

Duplicação da BR-369
Famoso pelas curvas perigosas, o trecho da BR-369 entre Jataizinho e Cornélio Procópio deve passar por uma grande transformação. As obras preveem um viaduto no trevo de Uraí e uma trincheira ou viaduto na entrada para Assaí, além da correção de traçado das curvas mais acentuadas.

“O DER sempre teve uma visão de economizar para construir mais. A duplicação cria desenvolvimento, oportunidade de emprego e atrai indústrias”, assegura Sergio Selvatici.

Mobilidade
Os benefícios das obras são evidentes se pensarmos que Londrina terá todas as suas entradas rodoviárias renovadas. Para uma cidade que se consolida como polo empresarial, tecnológico, agrícola, comercial, de serviços, construção, saúde, negócios, cultura, lazer, gastronomia, esportes, pesquisa e educação, duplicar é preciso.


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