Fonte: Assessoria ACIL
Mais uma vez, o trabalho realizado em conjunto provou que mesmo em tempos difíceis podemos obter resultados positivos. Pensando em incentivar e contribuir com o comércio local, a ACIL lançou no dia 4 de abril a campanha “Nesta Páscoa, Apoie os Negócios Locais”, que contou com a colaboração e o compartilhamento de diversas empresas e entidades da cidade, entre elas o Sebrae. E passada a data, na segunda-feira (13), a ACIL foi saber se a ação surtiu o efeito proposto.
Para o presidente da ACIL, Fernando Moraes, o setor especializado em chocolates, que começa a preparar seu estoque muito antes da Páscoa, se viu, na época do ano que seria a mais promissora, diante de um cenário de altos prejuízos. Por isso, a iniciativa foi pensada para tentar amenizar os impactos econômicos consequentes da crise nesses estabelecimentos, onde a data chega a representar até 40% do faturamento anual.
“Foi uma ação pensada de forma emergencial para ajudar as lojas que tinham na Páscoa o seu melhor período no ano para as vendas, porém se encontravam fechadas devido às medidas de isolamento por causa da COVID-19, e com os estoques super cheios. Os prejuízos seriam irreparáveis”, explica Fernando Moraes.
Através do site e das redes sociais da ACIL, foi montada uma força tarefa para divulgar diversas empresas do segmento, lista que era atualizada diariamente conforme chegavam solicitações de estabelecimentos para divulgar seus produtos.
Como explica Luciano Matsumoto, que é proprietário de duas franquias da Brasil Cacau em Londrina, seu planejamento de Páscoa começou em novembro, ou seja, seis meses antes da data. Ele havia projetado um aumento de receita em torno de 15% acima de 2019. Em janeiro deste ano, quando nem se pensava em COVID-19, todos os itens chamados de sazonais (ovos, coelhos, presentes de Páscoa) já estavam no estoque. Por ser franqueado, nenhum produto é consignado, tudo o que é comprado, precisa ser pago/vendido.
“As vendas de Páscoa, numa loja especializada como a nossa, geralmente representam 30% do faturamento anual da empresa. E os itens sazonais representam 50% desse total que vendemos no mês de abril. Os demais 50% são de outros itens como trufas, tabletes, caixas de presente, canecas, etc. Itens considerados de linha, que temos o ano todo na loja”, explica Matsumoto.
Como ele relata, o primeiro “terror” foi ter que fechar as duas lojas no dia 22 de março, com o estoque de Páscoa praticamente cheio ainda. “Passado esse momento, decidimos criar uma estrutura de venda por delivery, com metade da equipe, centralizando as operações no WhatsApp e telefone em uma das lojas. Foi um enorme desafio, pois não tínhamos testado esta modalidade de venda e nenhuma experiência em logística de entregas. Não tínhamos ideia de como os nossos clientes iriam reagir sem estar presencialmente nas lojas, sem tocar nos produtos”, conta Matsumoto.
O proprietário decidiu então criar uma estratégia promocional em todos os itens sazonais – Promoção Leve 3 Pague 2 –, reduzindo ao mínimo a sua margem. “Contando com a ajuda de muitos amigos, empresas e organizações, ACIL e Sebrae, inclusive, na divulgação pelas redes sociais, chegamos num resultado muito bom, conseguindo escoar 100% dos itens de páscoa. Já no sábado de manhã não tínhamos ovos de Páscoa para venda. E até pudemos indicar para os clientes que nos procuravam, outras empresas locais que tinham estoque e estavam sofrendo do mesmo problema.”
Luciano explica que em termos de resultado final, não se chegou nem a 50% do faturamento previsto, devido a promoção e por não conseguirem vender o volume previsto dos demais itens de linha que costumavam vender. No entanto, como ele ressalta, não houve um prejuízo com ovos e demais produtos de Páscoa, o que acredita já ter sido uma grande conquista.
Para o proprietário da Hachimitsu, Nilo Katsuo Kato, a Páscoa foi uma data muito importante para este momento. A empresa conseguiu efetivar 100% das vendas, porém, com preços promocionais. “Em relação a 2019, em quantidade (toneladas), conseguimos empatar. No entanto, em questão de valor, obtivemos 25% abaixo comparado ao ano passado. A expectativa era um aumento de 30%, mas tudo bem. Deu tudo certo.”
Essa foi a primeira Páscoa de portas abertas da Baru Criativa. Juliana Franco, a proprietária da Confeitaria, afirma que estava com uma expectativa bem alta antes da pandemia e após sua chegada, pensou que não conseguiria vender praticamente nada. No entanto, afirma que foi surpreendida. “Acabou superando minhas expectativas para o atual cenário. Foi uma venda alta. Não como seria normalmente, mas foi muito boa. A Páscoa, normalmente, é um lucro a mais que a gente tem durante o ano. Nesse ano, por exemplo, para a minha empresa, serviu para que eu conseguisse pagar os meus colaboradores, fornecedores e parte do meu aluguel. Me ajudou bastante.” Ela explica que a empresa tentou facilitar ao máximo seu atendimento, a começar pela entrega em delivery, sem cobrar pelo serviço. “Tive um lucro menor, mas pude oferecer esse diferencial aos meus clientes”, enfatiza.
Assim como no caso da Baru, essa também foi a primeira Páscoa da Spazio Cacao. Para a proprietária da loja, Rosemara de Oliveira Santos, dentro do possível, os resultados também foram positivos. “Vendi toda minha compra de Páscoa, Graças a Deus. Trabalhamos com descontos e delivery e deu tudo certo. Claro que em condições normais, venderíamos muito mais. Mas como abrimos no fim do ano, não tínhamos um grande volume de estoque. Felizmente vendemos todos os ovos e fizemos venda agregada com todo o mix da loja”, explica.
Como ela mesma ressalta, a palavra do momento é reinvenção, e a Spazio não só aderiu o conceito, como enxergou oportunidades. “Devido a necessidade, desenvolvemos para a Páscoa um trabalho com cestas de chocolate. Deu tão certo que pretendemos oferecer esse tipo de serviço durante todo o ano. A ideia só surgiu depois da pandemia, da experiência com a Páscoa”, pontua.