Varejo de Londrina tem 2º pior resultado do Estado

Faturamento cai 10% em 2015 em relação a 2014, enquanto média estadual é negativa em 8,8%

Apiki

Compartilhe com o universo

Compartilhar Varejo de Londrina tem 2º pior resultado do Estado no Linkedin Compartilhar Varejo de Londrina tem 2º pior resultado do Estado no Twitter Compartilhar Varejo de Londrina tem 2º pior resultado do Estado no Facebook

Fonte: Folha de Londrina

O faturamento do varejo em Londrina fechou o ano passado com queda
de 10,06% em relação a 2014, o segundo pior resultado do Estado,
conforme dados divulgados ontem pela Federação do Comércio de
Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio). Quando
considerado apenas o resultado de dezembro em relação ao mesmo mês
de 2014, a retração na cidade foi de 17,00%, a maior na comparação
entre todas as regiões da Pesquisa Conjuntural da entidade.


Além de Londrina, a Região Metropolitana de Curitiba
(RMC), com vendas negativas em 10,45% na comparação anual, e o
Sudoeste, com retração de 9,07%, puxaram a média do Paraná para
cima. O Estado fechou com queda de 8,79% em 2015 ante o ano anterior,
de acordo com o levantamento, que leva em consideração informações
financeiras fornecidas por uma amostragem de empresas.


O diretor de Planejamento e Gestão da Fecomércio, Rodrigo
Rosalem, afirma que que os resultados indicam que a crise econômica
chegou no setor que está na ponta da cadeia. “Quando começa a
não vender mais, a indústria começa a produzir menos, isso aumenta
o risco de desemprego e sobra menos renda para o consumo. Vira uma
bola de neve.”


Para Rosalem, a explicação para as diferenças regionais
se deve a diferenças no motor produtivo de cada região. “Curitiba
é mais dependente da indústria do que Maringá, que até tem um
polo industrial, mas sofre influência grande do agronegócio”,
cita, ao explicar por que a cidade do Norte do Estado foi a com menor
queda (-1,02%). “Londrina é mais equilibrado entre indústria e
agricultura, então também sofreu um pouco porque só o setor
agrícola tem tido bons resultados”, completa.

ACIL

Para o presidente da Associação Comercial e Industrial de
Londrina (Acil), Valter Orsi, o resultado local não foi tão ruim
quanto o verificado pela Fecomércio. “Claro que os números não
deixaram de ser negativos, mas um estudo com associados aponta que
não foi tanto assim. Mas isso demonstra a situação econômica
complicada que vivemos, com pessoas preocupadas em manter o emprego e
retraindo o consumo”, diz.


Para tentar se manter no mercado, os empresários se
adaptaram à crise. Segundo a pesquisa da Fecomércio, a redução de
10,06% nas vendas londrinenses em 2015 veio seguida de compras 10,57%
menores, nível de emprego negativo em 3,12% e alta somente no custo
da folha de pagamento, de 2,97%. “Os lojistas vinham com
estoques mais altos do que o necessário e buscaram diminuir esse
estoque, porque com a inflação e os juros em alta também fica mais
difícil conseguir financiamento para compras”, cita Orsi.


Ainda, o presidente da Acil lembra que a inflação de dois
dígitos em 2015 mostra que houve até uma manutenção dos empregos.
“A folha custou 3% a mais e o número de vagas foi de 3% a
menos. Não temos outra alternativa se não buscar um pouco de
equilíbrio.”

FALTA DE PERSPECTIVA

O diretor da Fecomércio afirma que apenas uma sinalização
positiva do governo federal ao mercado poderia acabar com o clima de
pessimismo na economia. Caso contrário, ele afirma que é possível
que o setor termine 2016 com nova retração nos mesmos níveis de
2015. “É tanta incerteza que não dá para cravar um índice
para o ano, mas não podemos acreditar que nada será feito.”


Rosalem considera que o caminho do ajuste fiscal é
positivo, mas que deveria se ancorar mais no corte de gastos do que
no aumento de impostos. “Mais tributos tirariam a capacidade da
economia crescer, mas essa parece que é a tendência.”


Orsi complementa que o problema econômico se deve à crise
política. “Temos líderes investigados na Câmara Federal, no
governo, em todos os lugares, e isso preocupa os empresários.
Precisamos ter estabilidade.”

Leia também