Mesmo com o esforço da administração municipal em mostrar detalhes sobre o cálculo da nova planta de valores e com a demonstração de uma ferramenta, chamada verificador, para a população saber quanto pagará de Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), os vereadores londrinenses ainda se dizem inseguros para votar o projeto de correção. Por isso, eles pediram ontem mais informações à Prefeitura, para terem uma noção global do que ocorrerá na cidade caso a proposta seja aprovada. “Eles vão ter de preparar mais informações para trazer para a audiência pública”, defendeu Joaquim Donizete do Carmo (PDT), o “Gaúcho Tamarrado”.
A audiência pública sobre o assunto está agendada começar às 19 horas da próxima segunda-feira na Câmara Municipal. Todos os interessados podem participar. Nesta semana, a administração municipal prepara o terreno fazendo reuniões com grupos de seis vereadores, a fim de esclarecer as formas de cálculo e apresentar o verificador. Participam das reuniões os secretários municipais da Fazenda, Paulo Bento, e do Planejamento, Daniel Pelisson, além de técnicos da Prefeitura. O verificador deve ser disponibilizado hoje no site da Prefeitura (www.londrina.pr.gov.br).
Durante algumas das demonstrações do verificador já feitas, vereadores conseguiram saber apenas o novo valor do IPTU dos próprios imóveis – por uma questão de sigilo fiscal. O Gaúcho Tamarrado afirmou que, durante uma explanação, foi mostrado o caso de uma casa que vale R$ 700 mil e que, hoje, paga imposto como se valesse R$ 200 mil. Segundo ele, com a correção proposta pela Prefeitura esse imóvel passaria a ter o valor venal de R$ 350 mil, metade do que vale no mercado.
“Creio que não terá o grande aumento [no IPTU] que estão falando. Talvez no caso de algum imóvel cujo valor esteja muito defasado”, declarou, por outro lado, Gérson Araújo (PSDB), que também já foi a uma das reuniões. Ainda assim, ele deixou o encontro com a impressão de que “ainda há muitas dúvidas”.
O presidente da Câmara, Rony Alves (PTB), vai ao encontro com os secretários hoje pela manhã. “Vou porque é importante, mas achei o modelo nada democrático. Seria interessante se discutissem com todos os vereadores numa única reunião.”
Audiência
Depois de uma hora de discussão ontem, os vereadores rejeitaram um requerimento feito por Jamil Janene (PP), no qual pedia primeiro o cancelamento, depois o adiamento da audiência pública marcada para segunda-feira.
O principal argumento para a manutenção da data foi o de que o adiamento inviabilizaria a votação da matéria ainda neste ano – se a votação não acontecer agora, a correção só valerá a partir de 2016.
Os vereadores também rejeitaram um pedido do Conselho de Condomínios Residenciais da Gleba Palhano (Congp) de adiamento da reunião.