Empresas de TI do Paraná crescem acima da média nacional

Em 2013, 82% do setor apresentou expansão; Estado se destaca por trabalhos de longo prazo

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Fonte: Folha de Londrina

No ano passado, 79% das empresas de Tecnologia da Informação (TI) do País cresceram. Dentro desse cenário, o Paraná teve amplo destaque, com crescimento acima da média nacional. Por aqui, 82% das empresas expandiram no ano passado, de acordo com o Censo da Federação das Associações da América Latina, Espanha, Portugal e Caribe de Entidades de Tecnologia da Informação (Aleti). 

O estudo mostra que 66% das empresas de TI do Paraná possuem mais da metade de receitas recorrentes, ou seja, grande parte do faturamento é obtido através de um serviço contínuo ao longo dos meses, em vez de trabalhos pontuais. O Estado foi considerado uma divisão à parte dentro do Censo devido ao alto nível de participação. A Aleti ouviu 850 empresas em sua área de atuação. 

Sandro Molés da Silva, presidente da Associação das Empresas Brasileiras de Software no Paraná (Assespro-Paraná), diz que as empresas locais têm entre dez e 20 colaboradores, na média, mas que não necessariamente se configuram como pequenas, devido ao alto faturamento. Silva conta que 2007 foi um ano marcante para o Estado, pois começaram a surgir os Arranjos Produtivos Locais (APLs) e outros projetos estruturantes. 

"Teve um estudo, que começou (em 2007) com um piloto em Maringá e depois em Londrina e Curitiba, quando se teve uma ideia de qual a vocação das empresas, do tamanho delas, em quais mercados estavam atuando e os processos produtivos que estavam usando", relata. Silva diz que a estruturação dos APLs permite discutir o mercado, erros e acertos das empresas locais, estratégias para suprir a carência de mão de obra, entre outros problemas. 

"Percebia-se que as empresas de TI do Paraná eram boas, mas não existia uma divulgação ampla disso", comenta Silva. Ele destaca ações desenvolvidas pela Assespro para impulsionar a qualificação das empresas, como uma visita anual ao Vale do Silício, "uma aspiração de todas as regiões do País". "Você tem que fazer estudos de caso; o Brasil tem exemplos interessantes e aqui no Paraná estamos conseguindo fazer vários polos com suas potencialidades regionais", defende. 

Dados da Assespro mostram que a maior parte das empresas está focada em produzir os chamados softwares de gestão empresarial, no entanto, Silva destaca a importância das características regionais. "Temos produtos para área jurídica, médica, games, área de saúde, agropecuária, porque temos regiões que necessitam disso", elenca. Isso reforça a transversalidade do mercado de TI, que pode atuar desde a agricultura, passando pelo comércio, indústria e serviços. 

Infraestrutura

A mobilidade que o mercado de tecnologia da informação necessita hoje tem exigido mais qualidade de infraestrutura em telecomunicações. Cabe à Assespro intermediar junto aos governos esses investimentos em tecnologia. "Temos que ter banda larga em todos os ambientes, um celular com internet 3G funcionando corretamente; é um mercado carente de soluções ainda, muito longe do que Japão, Estados Unidos e Europa oferecem", avalia o presidente da Assespro. 

Para Silva, o mercado de TI objetiva ganhar tempo para as pessoas, gerar produtividade, mas com base em uma boa infraestrutura. Ele cita o movimento crescente de startups, que iniciam processos rápidos de inovação, sendo um setor altamente volátil, rápido e que pode gerar riqueza rapidamente. "Mas não dá para fazer um software maravilhoso que não funciona por falta de internet", finaliza.

Londrina como polo do setor

Existem hoje 1.170 empresas de TI com CNPJ ativos na área de abrangência do Arranjo Produtivo Local (APL) de Londrina, que vai de Apucarana a Cornélio Procópio. O número, por si só, chama a atenção para a expressividade do setor, mas a região ainda possui outros ativos necessários para se tornar referência, na opinião do presidente do APL, Gabriel Henríquez. Ele aponta a oferta de educação superior, o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a infraestrutura de comunicações como diferenciais da região. "O objetivo do nosso do APL é fortalecer isso, está faltando a gente começar a se articular mais; que cidade tem uma Sercomtel? Temos que olhar isso como um ativo para políticas públicas", defende. 
Discussões sobre o tema dominam as reuniões semanais da chamada governança do APL, composta por empresários, entidades educacionais, entidades de desenvolvimento, como Senai, Sebrae, Projeto Extensão Industrial Exportadora (Peiex) e Instituto de Desenvolvimento de Londrina (Codel). "Desse trabalho já nasceram o Sinfor (sindicato patronal filiado à Federação das Indústrias do Estado do Paraná), a Cintec (central de negócios que funciona como braço jurídico do APL), e a vinda do Instituto Senai de Tecnologia (IST), que será construído na cidade." 

Segundo Henriquéz, o apoio de outras entidades, como a Associação Comercial e Industrial de Londrina (Acil), prova que a TI pode contribuir também para os setores industrial e comercial. "Recentemente estivemos reunidos com o prefeito e mostramos essa oportunidade muito forte de olhar Londrina como uma cidade tecnológica", conta Henriquéz. "Queremos que alguém de fora pense em Londrina no momento de criar sua empresa de TI; os ativos a gente já tem", finaliza. (C.F.)

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