A vitrine é o cartão de visitas de uma loja e uma das mais poderosas ferramentas de comunicação do varejo. De acordo com a instrutora do curso de decoração de vitrines do Senac em Curitiba, Viviane Marília Silvestre, a vitrine responde por até 70% das vendas de uma loja. “A vitrine é um vendedor que não fala.” Em tempo de recessão, como o que vive a economia brasileira atualmente, esse chamariz se torna ainda mais importante, desde que bem utilizado.
Apesar de envolver fatores bastante particulares, como a localização da loja e o perfil dos clientes, a elaboração de uma vitrine atrativa segue algumas orientações básicas. “Uma coisa que a maioria dos lojistas faz e não deveria é colocar as peças no chão da vitrine. Isso inferioriza e desvaloriza o produto, além de deixar menos visível para quem passa.”
Segundo ela, lojistas que trabalham com conceitos ecológicos têm feito a diferença no mercado. “A vitrine com produtos ecologicamente corretos, materiais reutilizados, se bonita e bem feita, chama muito a atenção do consumidor de hoje. É a tendência em vitrines.”
Um fator primordial na hora de elaborar uma vitrine é conhecer muito bem o consumidor da loja. “Precisa ter uma boa noção estética, de composição, de moda. Mas, acima de tudo, precisa entender o consumidor. Caso contrário, todo esse conhecimento não serve para nada”, afirma o arquiteto Wagner Donadio, que vai ministrar um curso de vitrine na Unopar, de 7 a 14 de outubro.
Diferenças
Assim como o público do comércio de rua é diferente do público de shopping, as vitrines também devem ser. “A [Rua] Sergipe, por exemplo, tem muita gente, muito trânsito, um comércio muito variado disputando a atenção do consumidor, que muitas vezes está indo trabalhar e não passeando ou em compras. As vitrines precisam ser mais chamativas que no shopping, onde as pessoas em geral estão passeando ou fazendo compras”, explica Donadio.
A estratégia para chamar a atenção do consumidor nas ruas, no entanto, não pode pecar pelo exagero. “Até pode encher a vitrine de coisas, mas existem maneiras de fazer isso. A composição de cores, a posição das peças, dos manequins, o que vai ficar em evidência, tudo isso precisa ser elaborado.”
Essa particularidade do comércio de rua é tão importante que, segundo Viviane, transferir uma vitrine de shopping para uma loja de rua pode ser fatal para as vendas. “Uma vitrine conceitual, com um manequim ou dois, até pode chamar a atenção das pessoas na rua. Elas vão achar bonito, mas não vão entrar.”
Serviço – Curso Princípios Básicos de Vitrine. De 7 a 14 de outubro na Unopar Campus Piza. Valor: R$ 150. Informações: 3371-7827 ou 3371-7855.
Conhecer o público é essencial
Alessandra Mello é gerente de uma loja cuja rede tem unidades em comércio de rua e em shoppings de Londrina e, após alguns cursos, aprendeu a aplicar os conceitos dos vitrinistas. “No shopping fazemos uma vitrine mais clean. Na Sergipe, colocamos mais peças e roupas bem coloridas, principalmente agora que é primavera.” A estratégia funciona: a presença de consumidores observando as peças expostas na vitrine é constante. A loja gerenciada por Sônia Regina Vanzo já investe mais na elaboração da vitrine e conta com a consultoria de um profissional. “Uma vez por mês, a vitrinista vem preparar a vitrine e a cada início de coleção fazemos um curso para conhecer as tendências, as composições”, conta. “A vitrine é o melhor vendedor e faz toda a diferença nas vendas”, garante.