O Paraná liderou a retração da indústria em agosto entre 14 locais pesquisados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com agosto de 2013, a produção foi 10,3% menor. De janeiro a agosto, a atividade industrial paranaense teve queda de 5,6%, a segunda maior do País, atrás somente de São Paulo (-5,7%). A tendência de encolhimento do setor não foi revertida mesmo com a pequena melhora na passagem de julho para agosto, comparação em que houve alta de 2,1%. Nos últimos 12 meses terminados em agosto, a produção industrial do Estado teve recuo de 2,3%.
Segundo o IBGE, esta foi a sexta taxa negativa seguida no Estado, na comparação com 2013. Os setores que tiveram desempenho negativo em agosto no Paraná foram veículos automotores (-30,2%), produtos alimentícios (-9,3%), produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,2%), máquinas e equipamentos (-9%), outros produtos químicos (-6,8%) e móveis (-13%). Dez das 13 atividades pesquisadas tiveram queda.
Para o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Roberto Zurcher, o crescimento de 2% da produção industrial no Estado em agosto na comparação com julho não é motivo para comemorar. Segundo ele, isso aconteceu porque os meses de agosto, setembro e outubro geralmente são os de maior atividade industrial com o aumento da renda no segundo semestre, em função do pagamento do 13º salário e Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Zurcher diz que, no primeiro semestre, também circula menos dinheiro na economia já que o orçamento das famílias fica comprometido com o pagamento de impostos.
Apesar do crescimento previsto para setembro e outubro, ele diz que, a partir de novembro, deve iniciar a queda sazonal da indústria que se estende até o carnaval. O economista afirma que o crescimento de 2% em agosto também pode ser explicado pelo início da retomada das exportações para a Argentina. “Tivemos uma queda forte com as exportações para a Argentina e devemos recuperar mais rápido do que os estados que não foram afetados por isso”, prevê. Ele lembrou que o setor automotivo do Paraná é o que mais tem vínculos com o país vizinho. “Voltamos a vender para a Argentina, mas não na mesma escala do ano passado”, disse.
O economista disse ainda que a queda na produção de máquinas e equipamentos também é preocupante porque significa que as indústrias não estão investindo, têm capacidade ociosa e estão sem perspectiva de melhoria. Já o setor de móveis foi afetado pelo aumento dos juros e pelas restrições na concessão de crédito, de acordo com o economista da Fiep.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas, Nelson Poliseli, disse que o setor tem sido afetado também pelo endividamento das famílias. Segundo ele, o Programa Minha Casa Melhor, do governo federal, não ajudou muito o segmento. Neste ano, as fábricas de Arapongas estão com 10% a 15% de ociosidade, mas ainda não demitiram. Poliseli diz que o segundo semestre sempre é um pouco melhor que o primeiro. A previsão dele é que o setor feche o ano com crescimento de 2%, o que ele considera baixo.
Brasil
Em geral, a produção industrial do Brasil teve alta de 0,7% e cresceu em 10 dos 14 locais pesquisados na passagem de julho para agosto. Na comparação com agosto de 2013, o setor industrial teve queda de 5,4%. No ano, a produção caiu 3,1% e, nos 12 meses, -1,8%.
Segundo o IBGE, esta foi a sexta taxa negativa seguida no Estado, na comparação com 2013. Os setores que tiveram desempenho negativo em agosto no Paraná foram veículos automotores (-30,2%), produtos alimentícios (-9,3%), produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-3,2%), máquinas e equipamentos (-9%), outros produtos químicos (-6,8%) e móveis (-13%). Dez das 13 atividades pesquisadas tiveram queda.
Para o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Roberto Zurcher, o crescimento de 2% da produção industrial no Estado em agosto na comparação com julho não é motivo para comemorar. Segundo ele, isso aconteceu porque os meses de agosto, setembro e outubro geralmente são os de maior atividade industrial com o aumento da renda no segundo semestre, em função do pagamento do 13º salário e Participação nos Lucros e Resultados (PLR). Zurcher diz que, no primeiro semestre, também circula menos dinheiro na economia já que o orçamento das famílias fica comprometido com o pagamento de impostos.
Apesar do crescimento previsto para setembro e outubro, ele diz que, a partir de novembro, deve iniciar a queda sazonal da indústria que se estende até o carnaval. O economista afirma que o crescimento de 2% em agosto também pode ser explicado pelo início da retomada das exportações para a Argentina. “Tivemos uma queda forte com as exportações para a Argentina e devemos recuperar mais rápido do que os estados que não foram afetados por isso”, prevê. Ele lembrou que o setor automotivo do Paraná é o que mais tem vínculos com o país vizinho. “Voltamos a vender para a Argentina, mas não na mesma escala do ano passado”, disse.
O economista disse ainda que a queda na produção de máquinas e equipamentos também é preocupante porque significa que as indústrias não estão investindo, têm capacidade ociosa e estão sem perspectiva de melhoria. Já o setor de móveis foi afetado pelo aumento dos juros e pelas restrições na concessão de crédito, de acordo com o economista da Fiep.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Móveis de Arapongas, Nelson Poliseli, disse que o setor tem sido afetado também pelo endividamento das famílias. Segundo ele, o Programa Minha Casa Melhor, do governo federal, não ajudou muito o segmento. Neste ano, as fábricas de Arapongas estão com 10% a 15% de ociosidade, mas ainda não demitiram. Poliseli diz que o segundo semestre sempre é um pouco melhor que o primeiro. A previsão dele é que o setor feche o ano com crescimento de 2%, o que ele considera baixo.
Brasil
Em geral, a produção industrial do Brasil teve alta de 0,7% e cresceu em 10 dos 14 locais pesquisados na passagem de julho para agosto. Na comparação com agosto de 2013, o setor industrial teve queda de 5,4%. No ano, a produção caiu 3,1% e, nos 12 meses, -1,8%.