Em um posto na Avenida Juscelino Kubitscheck, onde o litro custava R$ 3,09 na última sexta-feira, o valor subiu para R$ 3,49. Nos postos em que o preço ainda estava abaixo dos R$ 3 na tarde de ontem o aumento era iminente. Em um estabelecimento na Saul Elkind (Zona Norte), a gasolina ainda era vendida no preço da semana anterior, R$ 2,96, no entanto, o aumento para R$ 3,39 estava programado para esta manhã, segundo um dos frentistas.
“Tivemos mais de um aumento da distribuidora. O posto foi segurando e depois soltou tudo de uma vez”, disse o gerente de um dos postos, que preferiu não se identificar. “Mas quando sobe demais, o movimento diminui, e a fornecedora tem que rever. Pode ser que caia um pouco ou se mantenha, mas vamos ter novidades até o Carnaval”, declarou ele.
Em outro posto, na Avenida Dez de Dezembro (Zona Sul), o litro da gasolina era comercializo por R$ 2,99, mesmo valor desde dezembro, mas a previsão era de que o aumento fosse aplicado ainda na tarde de ontem, de acordo com um funcionário, que afirmou desconhecer o novo valor.
“Antigamente tinha um padrão, hoje não tem mais. A gente observa os postos vizinhos, não os de outra região (da cidade)”, contou. Em um estabelecimento da Avenida Maringá, onde o gerente não quis conceder entrevista, a gasolina custava R$ 3,39 e, segundo um dos funcionários, a tendência é de que alcance os R$ 3,50.
O aumento nos preços da gasolina deve-se a um reajuste nas alíquotas do PIS e da Cofins, também reajustadas para o diesel. Segundo a Receita Federal, o impacto no litro dos combustíveis seria de R$ 0,22 e R$ 0,15, respectivamente. Mas o que se viu ontem em Londrina foi uma alta bem mais expressiva. O diesel, que na semana passada custava, em média, R$ 2,48 em Londrina, foi encontrado ontem por até R$ 2,65. Com a alta dos impostos, a expectativa do governo é arrecadar R$ 12,18 bilhões em 2015.
O aposentado Maurício Della Libera sabia do reajuste e abasteceu na tarde de ontem em um dos postos que mantinham o preço antigo. Na opinião dele, a população deveria protestar contra os aumentos. “Eu concordo com protesto, devia fazer. Nós não sabemos o poder que temos”, afirmou. O sargento da reserva, Oscar Henrique, sabia que haveria um aumento, mas não em que proporção. No entanto, ele acredita que os postos não têm como evitar o reajuste. “Lá na refinaria aumenta, eles vão repassar pra gente mesmo”, conformou-se.
O que os consumidores não esperavam era que o aumento da gasolina trouxesse a reboque o aumento do etanol, comercializado por até R$ 2,39 ontem, mesmo sem reajustes de impostos para o combustível. Na semana passada, os preços na cidade giravam em torno de R$ 1,90. O professor Ênio Stanzani foi pego de surpresa com o aumento do etanol. “Eu estava em São Paulo, não sabia que tinha aumentado; a última vez que abasteci nesse posto custava um real e pouco”, compara. O valor médio do combustível da cana-de-açúcar até o dia 31 de janeiro era de R$ 1,90, sendo R$ 2,19 o preço máximo.