Fonte: Folha de Londrina com Agência Estado
“A melhora é limitada, não há componente na economia que justifique isso. O que existe é a possibilidade de que as vendas não continuem caindo tanto. Temos de esperar para confirmar se isso vai se transformar em uma melhora efetiva”, ponderou o economista Aloisio Campelo, superintendente adjunto de Ciclos Econômicos da FGV.
A queda da confiança do comércio em maio sucedeu a alta de 0,5% em abril. Os dois resultados foram considerados estabilidade, após um recuo de 15,3% acumulado entre dezembro do ano passado e março de 2015.
Nas expectativas, houve uma “clara virada”, segundo Campelo. O índice subiu 2,1% em abril e avançou 4,1% em maio, atingindo quase todos os setores, inclusive móveis e eletrodomésticos, um dos mais afetados pelo menor crédito disponível e pela desaceleração na alta da renda das famílias.
Há, porém, uma piora intensa na avaliação sobre a situação atual, e reclamações sobre demanda insuficiente, elevado custo financeiro e acesso mais restrito ao crédito bancário atingiram recordes na série, iniciada em março de 2010. “Um grupo de empresas vê possibilidade de a desaceleração da atividade perder fôlego. Mas há chance de haver frustração”, salientou Campelo.
A cautela na leitura dos dados também vale para os indicadores de vendas previstas, que subiu 3,7% em maio, e do emprego previsto, que avançou 5,9% no mês. No caso do emprego, a melhora é, na verdade, uma “menor potência do ritmo de desmobilização da mão de obra”, explicou Campelo. Isso porque o número de empresas que pretendem demitir (19,9%) ainda é maior do que a fatia das que planejam contratar (9,9%).
“Alguns setores estavam francamente desmobilizando mão de obra, como o comércio de veículos. Agora, há uma calibragem, esse foi um dos setores em que esse indicador mais melhorou. Mas não significa que vai se tornar contratante nos próximos meses”, afirmou.