Fonte: Jornal de Londrina
Em repúdio aos recentes aumentos, a Associação Comercial e Industrial
de Londrina (Acil) começou a instalar 20 outdoors, em que crítica as
altas de impostos e do custo de energia elétrica. Os painéis estão sendo
expostos a partir desta segunda-feira (29).
Na arte, a entidade estampa uma conta em que a soma do reajuste da
energia e do aumento dos impostos resulta em desemprego. Os painéis
deverão ser instalados em diferentes pontos da cidade como as avenidas
Celso Garcia Cid, Duque de Caxias, Tiradentes, Saul Elkind e Castelo
Branco.
“O objetivo da campanha é mostrar à população o motivo do aumento
do desemprego que se dá porque simplesmente a conta não fecha. O consumo
diminuiu, mas os custos para a indústria e comércio só aumentam”,
explicou o diretor industrial da Acil, Marcus Gimenes. Ele pontuou que
além do esclarecimento, a campanha é uma forma do setor externar um
sentimento “de mãos atadas diante da situação”.
“As altas de tributos e energia têm reduzido a competitividade das
empresas e levando ao fechamento de postos de trabalho”, disse o
presidente da Acil, Valter Orsi, em nota divulgada pela entidade. Ele
defendeu ainda que o governo precisa tomar medidas urgentes para reduzir
impostos e taxas.
Representantes da Acil se reuniram com Copel para entender nova tarifa
Marcus Gimenes e outros representantes da Acil estiveram reunidos
com técnicos da Companhia Paranaense de Energia (Copel) para entender a
atual tarifa. Na semana passada, 396 municípios paranaenses passaram a
pagar mais pela energia elétrica. A alta, a segunda do ano, é de 14,62%
nas tarifas residenciais, de 15,61% nas industriais e de 15,09% naquelas
que vão para os consumidores rurais, para os serviços públicos e para o
comércio de menor porte. Em março, um reajuste extraordinário, de
36,8%, já havia sido autorizado pela Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel).
“Nesse esclarecimento, percebemos que alguns dos itens que compõem a
tarifa tinham reajuste até menor do que o anunciado pelo governo, mas
outros, como a USD, o aumento foi muito maior, superior a 300%”,
informou o diretor industrial da Acil.
Gimenez ainda defendeu que a situação da indústria e do comércio é
complicada após tantos aumentos. “Aqui na minha empresa mesmo o gasto
com energia que no ano passado representava 12% dos custos, hoje
representa 20%.”
Segundo o diretor industrial, já existem empresários que estão
utilizando o turno da noite para tentar reduzir os custos. “Apesar do
adicional noturno que é pago aos funcionários, no final ainda compensa
porque a tarifa energética neste horário é menor.”
Com novo aumento na tarifa da energia, indústria ameaça demitir
a gerente administrativa da Lavanderia Industrial Clarear, Suzana Maria
Rockenbach, a energia elétrica virou “uma dor de cabeça”.
”Quando entrou o sistema de bandeiras, mudamos um turno, que ia
das 18 às 22 horas, no pico da bandeira vermelha, para a madrugada. Com
isso, tivemos economia, mas esse novo reajuste [em vigor desde 25 de
junho] vai engolir tudo”, lamenta.
Suzana acrescenta que a energia elétrica consome hoje 25% do
faturamento. “Se levarmos em conta a folha de pagamento, os insumos, os
fornecedores e ainda o tratamento dos efluentes, que é caríssimo,
estamos sem margem de lucro.” A empresa está buscando alternativas para
reduzir os gastos, mas, segundo ela, em plena crise econômica, está
difícil. “Já chamamos o engenheiro responsável para mudar a parte
elétrica, mas tudo requer investimentos altos que, no momento, não
podemos fazer.”