Fonte: Jornal de Londrina
A 1ª edição do Startup Weekend Londrina acabou no fim de
semana, mas deixou um rastro de ideias e negócios novos com
capacidade para ganhar as ruas e a internet. Após 54 horas de
atividades e conexão entre empreendedores de todo país, o evento
terminou com a criação de 15 novas empresas – a maioria voltada à
área de tecnologia e inovação. Na competição de novos negócios,
o projeto Horta na Porta ficou em primeiro lugar entre mais de 50
ideias.
A concepção inicial do Horta é de duas nutricionistas de
Brasília que convenceram os londrinenses de que entregar frutas e
verduras em casa resolveria a vida de quem tem costume de pedir pela
internet – mas nunca passou do delivery de comida pronta-entrega.
Em Londrina, quitandas e sacolões já entregam produtos de
quitandas em casa – mas nenhuma empresa nasceu só para fazer isso
e pela internet. Embora o negócio ainda não exista na prática, o
biomédico Cristiano Teodoro Russo, 41, apostou as fichas na proposta
e, agora, se vê praticamente como um sócio do Horta na Porta.
“As pessoas quase não ficam em casa e tem muitas dificuldades
para comprar frutas, verduras e legumes. E se o interessado fizesse a
feira online e recebesse o kit na porta, em casa mesmo?”, diz ele.
“Eu consumiria, minha mãe também, minha esposa disse que
gostaria, os amigos que consultei adoraram e em entrevistas com 100
pessoas o interesse foi total”, diz ele. No projeto, o kit do Horta
viria com frutas selecionadas e limpas, dentro de uma caixa.
Apenas no fim de semana do Startup Weekend, os integrantes do
Horta na Porta produziram um site, lançaram a ideia nas redes
sociais e, experimentalmente, venderam seis kits – todos entregues.
“Entregamos para pessoas na Gleba, no centro e em bairros
distantes. Para um teste de validação, foi fantástico”, conta o
biomédico, participante do grupo.
Sistema Rais
Embora esteja preparado para entrar de cabeça na proposta no ramo
de alimentação, Russo já é dono de outro produto: o Rais, um
sistema que promete armazenar exames médicos e dados de pacientes na
“nuvem”, criando um histórico sobre a saúde de qualquer pessoa.
“Quem aguenta ficar carregando exames de um médico para outro?
Queremos armazenar tudo na internet e dar acesso aos pacientes”,
explica. O sistema Rais é um embrião, mas já procura investidores
aptos a despejar investimentos que começam em R$ 400 mil.
O grupo também aguarda o resultado sobre dois editais de inovação
em saúde que podem investir recursos na proposta e já vende a ideia
para empresas do setor – como hospitais e laboratórios
interessados em acabar com diagnósticos e exames em papel. “É o
futuro para já: acabar com papelada em hospitais, clínicas e
empresas de saúde”, aposta Russo.
Desafio é logístico: ligar produtor com consumidor
Dois anos atrás, Luiz Vicente M. Rando, 40, saiu da área
comercial de um canal de televisão de Londrina para se tornar
fabricante de camisas personalizadas, com entregas online:
aPlanetshirts.com.
“Sou de outro setor, mas é impossível não
gostar de uma ideia boa como o Horta na Porta. Para mim, foi genial
participar da formatação da proposta”, diz, entusiasmado. Para o
empresário, entregar frutas e verduras na porta de quem não iria
até o balcão da quitanda ou do mercado resolveria um problemão
para muitos londrinenses.
“O segredo desse tipo de negócio
certamente é a logística”, aponta. Se o Horta quiser “vingar”
precisará encontrar produtores, estabelecer um centro de seleção
dos produtos e fazê-los chegar aos interessados com custos que não
sejam tão diferentes dos preços da feira e do supermercado. “
O
Startup Weekend é o tipo de evento que oxigena a cabeça
dos empreendedores que participam e injetam ânimo em qualquer
negócio”, assegura.